Advogado defende legitimidade da eleição de Iracema Vale e critica ação no STF

Em entrevista ao programa Ponto Continuando, da Rádio 92.3 FM, o advogado e professor Márcio Endless abordou a polêmica envolvendo a eleição da Assembleia Legislativa do Maranhão (Alema) e a ação direta de inconstitucionalidade apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Endless defendeu a regularidade do pleito, realizado conforme o regimento interno da Casa e as normas legais. Segundo ele, a ação movida pelo partido Solidariedade, que questiona a interpretação do regimento interno, não encontra base jurídica sólida.

Endless destacou que a interpretação do regimento é uma prerrogativa exclusiva do Parlamento e que o critério de desempate adotado pela Alema segue práticas comuns em outras Casas Legislativas.  Ele enfatizou que o Judiciário só deve intervir em decisões internas quando há evidente violação da Constituição, garantindo a autonomia do Legislativo.  A ministra Cármen Lúcia, relatora do caso no STF, aplicou o rito abreviado para acelerar a análise da ação, garantindo que todas as partes sejam ouvidas antes de qualquer decisão.

Deputada denuncia violência de gênero em ação de Othelino Neto contra Iracema Vale no STF

A deputada Ana do Gás (PCdoB) denunciou, durante sessão legislativa nesta quarta-feira (27), a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) movida pelo partido Solidariedade contra a reeleição da deputada Iracema Vale (PSB) à presidência da Assembleia Legislativa do Maranhão. A ação questiona o critério de idade utilizado para desempatar a disputa, que registrou dois empates por 21 a 21, e propõe como critério alternativo o número de mandatos.

Segundo Ana do Gás, a proposta discrimina as mulheres parlamentares e representa uma violação à igualdade de gênero e aos princípios constitucionais. “É uma tentativa clara de manter o poder sob um critério que favorece os homens, ferindo de morte a igualdade constitucional e desrespeitando a luta histórica das mulheres por espaço político”, declarou.

A parlamentar destacou o simbolismo de a ADIN ser relatada pela ministra Cármen Lúcia, única mulher no Supremo Tribunal Federal, reforçando a esperança de justiça no caso. Para Ana do Gás, a ação do Solidariedade reflete inconformismo e discriminação, classificando-a como um “golpe à democracia parlamentar”. Ela reiterou que a luta por mais mulheres em posições de poder continua firme e que o caso vai além da disputa específica, representando um embate mais amplo pela igualdade e representatividade de gênero. “Essa luta não é só de Iracema Vale, é de todas nós, mulheres brasileiras”, concluiu.

Pedido do Solidariedade para anular eleição da ALEMA é considerado questionável

A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) apresentada pelo partido Solidariedade ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a eleição da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa do Maranhão (ALEMA) enfrenta grandes chances de fracasso. Especialistas apontam que não há qualquer ato na eleição que contrarie a Constituição Federal.

A disputa, marcada por empates consecutivos de 21 a 21, resultou na vitória da deputada Iracema Vale (PSB), seguindo uma regra parlamentar em vigor desde 1995. O pedido do Solidariedade, que tenta invalidar a eleição e declarar o deputado Othelino Neto como vencedor, é visto como inusitado e juridicamente questionável.

A tentativa de mudar o resultado com base em um critério histórico traz à tona um debate sobre os limites da intervenção judicial. O artigo 5º da Constituição Federal assegura que nenhuma lei pode retroagir em prejuízo de qualquer parte, o que enfraquece ainda mais os argumentos do Solidariedade. Caso o STF acolha a ação, o máximo que o partido poderia alcançar seria a realização de uma nova eleição, cenário que mantém a vitória de Iracema Vale em posição sólida frente ao desafio jurídico.

Regra de desempate por idade consta no regimento interno da Assembleia Legislativa há 29 anos

Desde o ano de 1995, o Artigo 8º, inciso IV, do Regimento Interno da Assembleia Legislativa do Maranhão diz claramente qual o critério de desempate nas eleições internas da Casa para a Mesa Diretora.

“IV – eleição do candidato mais idoso, em caso de empate;”, expressa o regimento interno inalterado desde o ano de 1995.

O motivo para trazer à tona o assunto é que a eleição para a presidência da Assembleia Legislativa do Maranhão, realizada no último dia 13, na qual foi reeleita a deputada estadual Iracema Vale (PSB), foi judicializada pelo deputado estadual Othelino Neto (SSD), que foi derrotado.

Othelino buscou o Supremo Tribunal Federal (STF), acredite, para anular a regra que consta claramente no Regimento Interno da Assembleia Legislativa.

– Regra de desempate não foi alterada

Ao contrário do que alguns meios de comunicação estão publicando, a regra de desempate por idade não foi alterada recentemente por meio da Resolução Legislativa nº 1.300/2024.

A mudança do regimento interno para esta eleição se resumiu apenas no que trata da data da reeleição e do voto secreto dos deputados. Todos os outros artigos do Regimento Interno foram mantidos na íntegra.

Homem que se explodiu no DF postou mensagem de ódio até contra Sarney

O homem identificado como Tio França (ou Tiü França), que se explodiu na noite desta quarta-feira, 13, em frente à sede do STF, publicou várias mensagens em redes sociais antes do suposto atentando.

Numa delas, teria feito a ameaças a William Bonner, Geraldo Alckmin, Fernando Henrique Cardoso e até mesmo a José Sarney.

Em outro print de mensagem que circula nas redes, ele fazia críticas tanto ao presidente Lula (PT), quanto ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Até agora, a Polícia Civil do DF trata o caso como suicídio.

Alexandre de Moraes derruba factoide de Othelino Neto contra familiares de Carlos Brandão

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou, nesta quarta-feira (26), seguimento a uma ação protocolada pelo Solidariedade pedindo a suspensão imediata das nomeações de 14 parentes “consanguíneos ou por afinidade” do governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), para cargos e empregos na máquina pública estadual.

O caso foi levado à Corte pelo partido em uma Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), na qual se afirmava que “todo o sistema de controle, interno e externo, ficou comprometido a partir das práticas nepotistas”.

Entre os pedidos, o Solidariedade requeria que o STF determinasse a todos os Poderes e órgãos públicos do Maranhão que fornecessem a relação de todos os parentes do governador nomeados sem concurso público, depois que ele assumiu o cargo.

“Muitos dos cargos para os quais foram nomeados membros da parentela governamental são estratégicos na administração pública, em vários Poderes, e alguns com força suficiente a fragilizar a higidez do sistema de freios e contrapesos”, diz o Solidariedade.

Em nota emitida quando da protocolização da ação, o Governo do Maranhão afirmou que as nomeações de parentes do governador seguem a jurisprudência do próprio STF, a partir da Súmula Vinculante nº 13, que estabelece que “a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal”.

TCE – Uma das nomeações questionadas pelo Solidariedade era a do conselheiro Daniel Brandão, do Tribunal de Contas do Estado do Maranhão (TCE-MA), que é sobrinho de Brandão.

Segundo o comunicado do Executivo, ele “foi nomeado em vaga da Assembleia Legislativa do Maranhão, depois de eleito por unanimidade pelos deputados estaduais, não existindo ingerência do Poder Executivo”.

Um questionamento a essa nomeação também chegou a ser feito na Justiça do Maranhão. Ela foi inicialmente anulada pelo juiz Douglas de Melo Martins, mas depois a liminar foi suspensa pelo desembargador Jamil Gedeon, do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA).

STF retoma julgamento sobre descriminalização da maconha

O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta terça (25) o julgamento sobre a descriminalização do porte de maconha para uso pessoal. A sessão está prevista para começar às 14h, com um placar atual de 5 votos a 4 a favor da descriminalização. Faltam os votos dos ministros Luiz Fux e Cármen Lúcia para que a maioria seja formada.

Os ministros que já votaram entendem que o porte de maconha continua sendo uma infração, mas as punições devem ter natureza administrativa, e não criminal. Isso significa que não haverá mais registro de reincidência penal ou cumprimento de prestação de serviços comunitários.

A Corte também decidirá sobre a quantidade de maconha que caracteriza uso pessoal, com sugestões variando entre 25 e 60 gramas ou seis plantas fêmeas de cannabis.

O julgamento analisa a constitucionalidade do Artigo 28 da Lei de Drogas (Lei 11.343/2006). Esta lei prevê penas alternativas como prestação de serviços comunitários, advertências sobre os efeitos das drogas e comparecimento obrigatório a cursos educativos para quem adquirir, transportar ou portar drogas para consumo pessoal.

Embora a lei tenha eliminado a pena de prisão, a criminalização foi mantida, resultando em inquéritos e processos judiciais para usuários de drogas.

Na sessão de quinta (20), o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, enfatizou que o julgamento não é sobre a legalização da maconha.

STF muda entendimento e sete deputados podem perder mandato

A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) votou na última sexta (21) para aceitar um recurso e alterar uma decisão de fevereiro, o que pode levar à troca de sete deputados federais.

A mudança está relacionada ao entendimento sobre as sobras eleitorais e favorece o senador Davi Alcolumbre (União-AP), possibilitando a entrada de quatro de seus aliados no Congresso.

Em maio, Alcolumbre manifestou sua insatisfação com a decisão anterior do Supremo a pessoas próximas, embora não tenha comentado publicamente. Ele é um dos principais candidatos a suceder Rodrigo Pacheco (PSD-MG) na presidência do Senado.

O caso foi levado ao Plenário virtual do STF e girou em torno do prazo de aplicação da nova determinação, inicialmente prevista para começar em 2024. O ministro André Mendonça solicitou que o recurso fosse analisado em Plenário físico, mas parte dos ministros optou por adiantar os votos no ambiente virtual.

Os ministros Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Kassio Nunes Marques, Flávio Dino, Dias Toffoli e Cristiano Zanin votaram a favor da mudança, contrariando a relatora Cármen Lúcia, que rejeitou o recurso.

OAB levará ao STF norma que restringe “Saidinhas” de presos

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) anunciou que irá acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar a nova norma que restringe as “saidinhas” de presos, ampliada após o Congresso Nacional derrubar um veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao projeto de lei. A informação foi divulgada pela CNN Brasil.

A OAB pretende apresentar uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nos próximos dias, em resposta à recente decisão do Congresso. O objetivo é contestar a alteração que limita as saídas temporárias de presos do regime semiaberto.

O veto presidencial, anteriormente imposto pelo governo, permitia que detentos saíssem temporariamente para visitar familiares. Com a derrubada do veto pelo Congresso, a permissão para as “saidinhas” ficou restrita apenas a atividades educacionais, eliminando a possibilidade de saídas para visitas familiares.

Moraes suspende leis que proíbe linguagem neutra em MG e GO

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, decidiu pela suspensão de duas leis municipais que proíbem o uso e o ensino da linguagem neutra na administração pública e nas escolas públicas e privadas.

As situações analisada por Moraes são dos municípios de Ibirité (MG) e de Águas Lindas (GO). As leis impedem o uso da linguagem neutra na grade curricular ou material didático das escolas públicas e privadas, em editais de concurso público, ações culturais, esportivas ou sociais que recebam verba do município.

Moraes entendeu que os municípios não possuem competência para legislar sobre normas gerais sobre educação e ensino. O ministro deixou claro que apenas cabe apenas a União legislar sobre o assunto e lembrou que existe lei sobre o tema: a Lei de Diretrizes e Bases da educação.

O ministro Alexandre de Moraes é o relator de duas de 18 ações apresentadas no último dia 14 pela Aliança Nacional LGBTI+ (ALIANÇA) e pela Associação Brasileira de Famílias Homotransafetivas (ABRAFH) contra leis estaduais e municipais que, de alguma forma, impedem o uso ou o ensino da linguagem neutra.