Advogada desabafa nas redes sociais sobre a morte de Rafael Mendonça e critica justiça maranhense

Neste final de semana, a advogada Valeria Lauande utilizou seu perfil no Instagram para expressar sua profunda tristeza e indignação com a justiça maranhense, lamentando a morte de seu cliente, o empresário Rafael Mendonça Oliveira, de 39 anos. Rafael foi encontrado morto na última segunda-feira, 20 de maio, no apartamento de seus pais no Edifício Tom Jobim, localizado na Avenida dos Holandeses, próximo à rotatória do Calhau, em São Luís.

Em um desabafo emocionado, Valeria Lauande publicou uma foto de Rafael e compartilhou sua dor e frustração pelo desfecho trágico do caso. “Em 28 anos de advocacia nunca tinha sentido tão profunda tristeza do que testemunhar um cliente perder a vida por causa da dor e do sofrimento decorrentes de um processo judicial”, escreveu a advogada.

Lauande destacou a lentidão e a injustiça do sistema judicial como fatores que contribuíram para a morte de Rafael. “Rafael não conseguiu esperar tanta demora, tanta injustiça. E o sentimento de impotência e de frustração me invadem, e as lágrimas escorrem sem controle. Lutei, mas perdi a guerra. Ver a família devastada, a dor dos pais, dos irmãos e a revolta de todos me faz refletir sobre nosso propósito de vida.”

Ela enfatizou a responsabilidade e a dedicação que os advogados devem ter ao defender os direitos de seus clientes. “Defender o direito dos nossos clientes é uma missão que enobrece, mas que traz consigo a responsabilidade de agir com verdade e boa-fé, com afinco, destemor e com perseverança incessante, para que o processo não seja uma semente de desesperança e de tormento, pois afirmo: não há dor maior do que ser injustiçado.”

Valeria Lauande também prometeu continuar lutando pela honra e pelo nome de Rafael. “Vamos continuar lutando pela honra e pelo nome de Rafael. Peço que descanse ao lado do Pai, e que Deus te conceda a paz eterna, meu querido Rafael. Ficaremos em oração para o conforto de sua linda família.”

Servidores do Judiciário são convocados para mobilização em defesa do reajuste salarial 

O Sindicato dos Servidores da Justiça do Maranhão (Sindjus-MA) convocou todos os servidores do Poder Judiciário para uma Assembleia Geral Extraordinária, a ser realizada virtualmente nesta quarta-feira, 15 de maio, às 19h. O objetivo do encontro é debater medidas em defesa do direito ao reajuste salarial de 10%, aprovado pelo Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA) em outubro de 2023, mas ainda não implantado.

Diante do impasse na tramitação do projeto de lei de reajuste dos vencimentos, o Sindjus-MA considera a situação um desrespeito aos direitos dos servidores e suas famílias. Após mais uma semana sem avanços no projeto, a Diretoria Executiva do sindicato decidiu pela convocação da assembleia.

Um estudo técnico realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) revelou que a inflação acumulada de 2015 a 2024 soma 67,89%, enquanto o reajuste concedido à categoria no mesmo período foi de apenas 19,84%. Portanto, os valores não reajustados já acumulam quase 40%.

Durante a Assembleia, os servidores irão debater e deliberar sobre possíveis medidas de mobilização, incluindo paralisações temporárias e por tempo indeterminado dos serviços. A Diretoria do Sindjus-MA também solicitou um parecer técnico junto ao Escritório Cezar Britto sobre a possibilidade de sanção tácita, que subsidiará as decisões a serem tomadas pela Entidade, inclusive a judicialização da matéria.

O Sindjus-MA destaca que a demora na aprovação do projeto causa prejuízos diretos para mais de 20 mil pessoas, entre servidores e seus dependentes, que dependem dos trabalhadores para levar Justiça à população maranhense.

A Diretoria reitera seu compromisso com a ética, diálogo e respeito às instituições, esperando reciprocidade nesses valores, com o respeito aos direitos dos servidores que garantem a justiça a milhões de cidadãos do Estado do Maranhão.

Decisão judicial suspende reunião da Comissão de Ética da Câmara Municipal de São Luís

Uma decisão da juíza Teresa Cristina Mendes, titular da 1ª Vara da Fazenda Pública, suspendeu a reunião da Comissão de Ética da Câmara Municipal de São Luís, marcada para esta quinta-feira, 2, às 10h. O motivo seria a apresentação de um relatório referente à denúncia de assédio sexual, estupro de vulnerável e ameaça contra o vereador Domingos Paz (Podemos).

O parlamentar, em seu pedido à Justiça, solicitava não apenas a suspensão da reunião, mas também que o colegiado se abstivesse de realizar quaisquer atos relacionados ao trâmite da denúncia e ao pedido de afastamento formalizado contra ele. A juíza, entretanto, concedeu apenas a suspensão da reunião, determinando que o sobrestamento permaneça até que o Juízo da 7ª Vara da Fazenda Pública de São Luís se pronuncie sobre o pedido de liminar contido no Mandado de Segurança nº 0824680-23.2024.8.10.0001.

Apesar do despacho judicial, a Comissão de Ética prosseguiu com sua reunião. O vereador Aldir Júnior (PL) apresentou um relatório pelo oferecimento de denúncia contra Paz, sendo acompanhado pelos vereadores Jhonatan Soares (PT) e Marcial Lima (PSB). Por outro lado, o vereador Francisco Chaguinhas (Podemos) votou contra o relatório, enquanto Astro de Ogum (PCdoB) ainda não se manifestou.

Se o entendimento prevalecer, a Mesa Diretora terá a responsabilidade de levar o pedido ao plenário para decidir inicialmente se será aberto um processo de cassação contra o vereador. Em caso afirmativo, uma nova comissão será formada para que o plenário vote sobre a cassação do parlamentar.

Resta agora aguardar quando essa decisão poderá ser tomada, considerando a vigência da liminar concedida pela Justiça. Por enquanto, a Mesa Diretora está impedida, em tese, de dar continuidade ao processo relacionado ao relatório da Comissão de Ética.

Prefeito de Carolina e vereador serão julgados por caso de aborto sem consentimento 

O prefeito de Carolina, Erivelton Teixeira, e o vereador Lindomar da Silva Nascimento enfrentarão a Justiça do Tocantins. Ambos serão julgados após denúncia do Ministério Público pela prática de aborto sem consentimento da gestante, supostamente ocorrido em Augustinópolis (TO), em março de 2017. Lindomar era o motorista de Erivelton à época dos fatos.

Uma audiência de instrução do processo está marcada para o dia 25 de abril, às 14h, no Fórum de Augustinópolis. Apesar das tentativas da defesa de adiar a sessão, o juiz responsável negou o pedido, sinalizando para um desdobramento célere do caso.

Segundo as investigações, no dia 2 de março de 2017, Erivelton Teixeira Neves, médico de formação, teria levado a vítima, com quem mantinha um relacionamento amoroso por três anos, para um motel em Augustinópolis. Lá, após constatar a gravidez da mulher, iniciou um procedimento com medicação intravenosa, visando fazê-la perder a consciência, e realizou uma curetagem sem seu consentimento.

Após o procedimento, Erivelton Teixeira Neves teria contado com a ajuda de seu motorista, Lindomar Nascimento, para levar a vítima de volta para casa.

Blocos Tradicionais acinonam a Justiça contra secretário de Cultura de São Luís 

O secretário de Cultura da gestão do prefeito Eduardo Braide (PSD) está enfrentando uma ação judicial movida pelos blocos tradicionais Kambalacho do Ritmo, Os Feras e Os Indomáveis, devido a supostas irregularidades na apuração do concurso de desfile de Blocos Tradicionais no Carnaval de Passarela 2024.

As agremiações entraram com um mandado de segurança contra o secretário, solicitando a anulação imediata do concurso deste ano. Além disso, pedem a suspensão do pagamento da premiação aos vencedores e dos cachês aos jurados habilitados.

Este é o terceiro processo judicial movido contra a gestão de Braide apenas nesta semana. Na quinta-feira (29), o Ministério Público iniciou uma investigação para apurar denúncias de atraso no pagamento de salários retroativos dos profissionais de enfermagem de São Luís. Já na sexta-feira, o MP ingressou com uma Ação Civil Pública devido à precariedade do sistema da rede de educação básica da capital maranhense.

 

Ministério da Justiça entra em crise após fuga em penitenciária

O Ministério da Justiça, sob a liderança do recém-empossado ministro Ricardo Lewandowski, enfrenta uma crise decorrente da fuga de dois traficantes da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.

A situação se torna ainda mais delicada pelo fato de ser a primeira vez, desde a criação do Sistema Penitenciário Federal em 2006, que uma penitenciária de segurança máxima registra tal incidente.

A “guerra de versões” sobre as responsabilidades do ocorrido envolve os recém-chegados à pasta, que afirmam ter herdado um sistema penitenciário fragilizado pela falta de investimentos na gestão anterior de Flávio Dino.

Do outro lado, membros da equipe existente no Ministério da Justiça, especialmente da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), apontam para a ausência de uma transição eficaz entre as gestões.

O novo titular da Senappen, André Garcia, assumiu o cargo no mesmo dia da fuga, adicionando complexidade ao cenário. A falta de convocação para a transição resultou em fragilidades, como a deficiência no reforço da vigilância da penitenciária durante o período do Carnaval.

Um elemento de destaque na crise é a revelação de relatórios de inteligência que apontam sérios problemas prévios de segurança na penitenciária de Mossoró.

CNJ afasta desembargadora Nelma Sarney 

Nesta terça-feira, 20, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu afastar a desembargadora Nelma Sarney de suas funções por um período de dois anos. A decisão, motivada por um processo administrativo disciplinar iniciado em 6 de novembro de 2018, surgiu após acusações de favorecimento ao ex-assessor José Mauro Bezerra de Arouche.

O caso remonta a 2009, quando Arouche, então assessor de Nelma Sarney, contestou os resultados de um concurso para o cartório de Buriticupu (MA) e solicitou uma revisão. Apesar de sua tentativa inicial não ter sucesso, o assunto ressurgiu em 2014, quando Nelma assumiu a Corregedoria do Tribunal de Justiça. Arouche aproveitou a mudança de liderança e buscou novamente a revisão de suas notas.

A decisão de Nelma em atribuir ao juiz Clésio Cunha a responsabilidade de julgar o novo pedido de Arouche levantou suspeitas. Segundo o relatório do então corregedor do CNJ, Humberto Martins, Nelma teria abusado de seu poder para, supostamente, manipular o sistema em favor de seu ex-assessor, com a colaboração de Cunha.

Para a maioria dos conselheiros do CNJ, a desembargadora foi imprudente ao favorecer o ex-assessor. No entanto, em relação ao juiz, ele foi absolvido das suspeitas de irregularidades, pois não foram encontradas provas de que agiu deliberadamente na decisão tomada.

Em casos de magistrados, a disponibilidade não resulta em vacância do cargo. Dessa forma, a titularidade do cargo não pode ser transferida para outro candidato e o afastado não perde a vaga. No entanto, o tribunal pode convocar um substituto para ocupar temporariamente o posto. Se o magistrado atingir 75 anos durante a punição, ele se aposenta compulsoriamente, liberando assim o cargo para outra nomeação.

 

Justiça arquiva ação contra Bolsonaro por atos de 7 de setembro

A Justiça Federal, nesta segunda (19), arquivou mais uma ação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), relacionada aos eventos de 7 de Setembro de 2021.

O processo, movido por entidades do Direito, alegava incitação a atos antidemocráticos durante o discurso das comemorações. Remetido à 1ª instância após Bolsonaro perder o foro privilegiado, a decisão cabe recurso.

O Ministério Público Federal (MPF) chamou as falas de Bolsonaro de “meras bravatas”, e o juiz Antonio Claudio Macedo da Silva acolheu o pedido do MPF, destacando a falta de “justa causa” para a ação penal.

As declarações do ex-presidente, que afirmou não cumprir decisões do ministro do STF Alexandre de Moraes, foram consideradas pelo MPF como “discursos políticos e acalorados”, não configurando ilícito penal.

Após a polêmica, uma carta redigida pelo ex-presidente Michel Temer (MDB) afirmou que não havia intenção de Bolsonaro em agredir o Judiciário.

 

Justiça suspende investigações contra Paulo Victor

Nesta quarta-feira, 13, o desembargador José Joaquim Figueiredo dos Anjos, da 1ª Comarca Criminal do Tribunal de Justiça do Maranhão, deferiu uma liminar em caráter parcial, suspendendo três procedimentos contra o presidente da Câmara Municipal de São Luís, vereador Paulo Victor.

A decisão atendeu ao pleito da defesa do parlamentar, que argumentou sobre um “risco de prisão iminente e constrangimentos variados decorrentes de procedimentos investigativos criminais, outros arrimados em provas ilícitas e ‘crime de extorsão praticado pelo promotor de justiça Zanony Passos Silva Filho contra o paciente'”.

Os procedimentos interrompidos incluem uma investigação em andamento, um mandado de busca e apreensão, e uma ordem de prisão preventiva contra Paulo Victor.

Além da suspensão, o desembargador determinou a garantia de acesso aos autos do advogado, restrito apenas aos elementos de prova e atos já documentados que tenham relação com a pessoa do parlamentar. A medida visa assegurar a transparência e o devido processo legal durante as investigações.

Município de São Luís é condenado a construir sistema de drenagem na comunidade Bom Jardim

O Município de São Luís foi condenado a implementar, no prazo de dois anos, um sistema de drenagem pluvial que atenda às ruas da comunidade Bom Jardim, localizada no bairro da Aurora.

A decisão judicial, proferida pelo titular da Vara de Interesses Difusos e Coletivos no último dia 29, acolheu um pedido do Ministério Público do Maranhão, formulado em 2022 pelo titular da 1ª Promotoria de Justiça do Meio Ambiente, Urbanismo e Patrimônio Cultural de São Luís, Fernando Barreto Júnior.

Os serviços determinados pela sentença deverão abranger as ruas Independência, São José e as Travessas Jardim Aurora e Bom Jardim. Além disso, o Município tem a obrigação de apresentar, em juízo, um cronograma de cumprimento das determinações dentro de 90 dias.

A sentença estabeleceu uma multa diária no valor de R$ 1 mil em caso de descumprimento de qualquer uma das medidas. Essa quantia será revertida ao Fundo Estadual de Direitos Difusos.