Orleans Brandão evita se declarar oficialmente na disputa pelo governo do MA

O secretário de Assuntos Municipalistas do Maranhão, Orleans Brandão (MDB), vem intensificando sua movimentação política e se consolidando como nome em ascensão na corrida pelo governo estadual.

Braço direito do governador Carlos Brandão (PSB), de quem é afilhado político, Orleans atua fortemente na articulação com prefeitos e lideranças municipais, o que amplia sua base e visibilidade nos bastidores.

Apesar da movimentação ostensiva, o secretário adota um discurso cauteloso. Em recente declaração, afirmou que “o foco é o trabalho” e evitou mencionar qualquer pré-candidatura, reforçando que seu principal interesse, por ora, é a avaliação positiva da gestão Carlos Brandão, que supera 60% em pesquisas internas.

A postura reflete uma estratégia clara: manter-se em evidência sem desafinar em relação ao projeto do atual governador, ao qual sua eventual candidatura está diretamente vinculada.

Câmara vota urgência de projeto que pode barrar novo decreto do IOF

A Câmara dos Deputados vota nesta segunda-feira (17) o pedido de urgência para o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que busca sustar os efeitos do novo decreto do governo federal sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

O anúncio foi feito pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), após reunião com líderes partidários. Para que a urgência seja aprovada, são necessários ao menos 257 votos favoráveis. Caso isso ocorra, o texto poderá ser levado diretamente ao plenário, sem passar pelas comissões, acelerando sua tramitação — embora o mérito não será analisado ainda hoje.

A proposta surge em meio à resistência de parlamentares ao novo decreto, que aumentou alíquotas do IOF como parte da estratégia do governo para equilibrar as contas públicas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu no domingo (16), no Palácio da Alvorada, com líderes políticos e ministros para tentar um acordo que preserve parte da arrecadação.

Após críticas, o governo já havia recuado em pontos do decreto e editado uma Medida Provisória com validade de 120 dias, com novas medidas de arrecadação. Ainda assim, a pressão do Centrão e da oposição permanece forte, em um cenário de tensão entre a agenda fiscal do governo e a resistência ao aumento de impostos no Congresso.

A Federação União Progressista declara voto contra MP de Haddad

A Federação União Progressista, formada por União Brasil e Progressistas (PP), anunciou nesta quarta-feira (11) que vai votar contra a Medida Provisória do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que propõe aumento de arrecadação.

O posicionamento, que já havia sido antecipado pelo deputado Pedro Lucas Fernandes, foi confirmado pelos presidentes das siglas, Antonio Rueda e Ciro Nogueira, em coletiva na Câmara. Com 109 deputados e 14 senadores, a federação “fechou questão”, ou seja, todos os parlamentares votarão de forma unificada contra a proposta.

Durante o anúncio, Rueda afirmou que o governo Lula caminha para um “desequilíbrio fiscal sem saída” e defendeu cortes de gastos como condição para qualquer medida. Já Ciro Nogueira disse que a decisão não é contra o governo, mas “a favor da sociedade brasileira”. Apesar de ocuparem quatro ministérios, incluindo o do Esporte, a federação adota uma postura crítica em relação à condução econômica do Executivo.

Lula defende maioria progressista no Senado para proteger o STF nas eleições de 2026

Durante o 16º Congresso Nacional do PSB, realizado neste domingo (1º), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a importância de eleger uma maioria progressista no Senado nas eleições de 2026.

Segundo ele, essa articulação é essencial para conter o avanço da extrema direita e garantir a estabilidade institucional, especialmente diante das ameaças de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como Alexandre de Moraes. Lula alertou para os planos de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, que visam formar uma “superbancada” no Senado para confrontar a Corte.

Lula também defendeu que, em alguns estados, partidos aliados priorizem a eleição de senadores e deputados federais, mesmo que isso signifique abrir mão de disputas ao governo estadual. Para o presidente, a formação de uma base parlamentar sólida é fundamental para assegurar a governabilidade e a defesa da democracia.

Ele ainda convocou a militância progressista a ocupar as redes sociais com mais intensidade, transformando apoiadores em influenciadores digitais para enfrentar a desinformação e fortalecer os partidos de esquerda.

Ministros de Lula nomearam esposas para tribunais de contas com salários superiores aos seus

A nomeação de esposas de políticos para cargos de conselheiras em tribunais de contas estaduais tem se tornado prática recorrente entre ex-governadores, inclusive entre atuais ministros do governo Lula.

Além de garantir influência direta sobre órgãos responsáveis pela fiscalização das contas públicas, a medida assegura às indicadas remunerações significativamente superiores às dos próprios ministros, que recebem entre R$ 44 mil e R$ 46,5 mil mensais.

Levantamento do Portal da Transparência mostra que pelo menos cinco ministros nomearam as respectivas esposas para tribunais de contas logo após deixarem o governo dos seus estados. Renata Calheiros, esposa do ministro dos Transportes, Renan Filho, lidera a lista com vencimentos que chegam a R$ 79,5 mil no TCE de Alagoas.

A prática, embora amparada por votações legislativas — muitas vezes secretas e sob controle político dos indicantes —, vem sendo duramente criticada por entidades como a Transparência Internacional e o Instituto Não Aceito Corrupção, que defendem novas regras para coibir esse tipo de nomeação, classificada por especialistas como uma forma de nepotismo institucionalizado.

Pesquisa Quaest: 62% dos maranhenses aprovam governo Carlos Brandão

Levantamento realizado pelo Instituto Quaest, a pedido do Grupo Mirante, revelou que 62% dos maranhenses aprovam a gestão do governador Carlos Brandão (PSB).

A pesquisa foi realizada entre os dias 29 de março e 3 de abril, com 1.404 entrevistas em todo o estado. A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, com 95% de grau de confiança.

Ainda segundo o levantamento, 31% desaprovam a administração estadual e 7% não souberam ou não quiseram responder. Na avaliação da gestão, 36% classificam como positiva, 39% como regular e 17% como negativa. Para 42% dos entrevistados, o Maranhão está melhorando sob o governo de Brandão, enquanto 40% dizem que o estado está parado e 15% acreditam que está piorando.

Entre os setores do governo, a Educação se destaca com 57% de avaliação positiva, enquanto o Planejamento Urbano tem o menor índice de aprovação, com apenas 31%.

Brasileiros sacam R$ 11,46 bilhões da poupança em março, maior volume desde 2022

A caderneta de poupança registrou saída líquida de R$ 11,46 bilhões em março de 2025, segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta segunda-feira (7). É o maior volume de retiradas para o mês desde 2022, quando os saques superaram os depósitos em R$ 15,36 bilhões.

Com isso, a poupança acumula três meses seguidos de resgates. No primeiro trimestre deste ano, os saques líquidos somaram R$ 45,69 bilhões — maior valor desde 2023 e o dobro do registrado no mesmo período de 2024.

O estoque da poupança fechou março em R$ 1,004 trilhão, queda de 0,55% em relação a fevereiro. Em comparação com março do ano passado, houve alta de 2,93%.

A rentabilidade gerou acréscimo de R$ 5,87 bilhões ao saldo no mês, abaixo dos R$ 6,43 bilhões registrados em fevereiro. Mesmo com rendimento de 0,61% em março, a poupança perdeu para a inflação medida pelo IPCA-15, que ficou em 0,64%.

Lula volta a se complicar em discurso e faz declarações polêmicas sobre mulheres

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mais uma vez gerou polêmica com suas falas improvisadas, tendo como alvo as mulheres. Durante um evento na quarta-feira (11), ao lado dos presidentes do Senado e da Câmara, Lula afirmou que escolheu uma “mulher bonita” para o cargo de ministra das Relações Institucionais, referindo-se a Gleisi Hoffmann. A declaração foi criticada por reduzir a escolha da ministra a um atributo físico, reforçando estereótipos machistas e desvalorizando a competência feminina.

Essa não é a primeira vez que Lula se envolve em controvérsias do tipo. Em janeiro, ao discursar sobre sua relação com a democracia, o presidente comparou amantes a esposas, sugerindo que os homens seriam mais apaixonados pelas primeiras.

As declarações, especialmente a mais recente, ganharam ainda mais repercussão por terem ocorrido no mês de março, quando se celebra o Dia Internacional da Mulher, aumentando as críticas sobre a postura do presidente em relação às mulheres.

CGU apura contrato de R$ 321 milhões no governo Lula

A Controladoria-Geral da União (CGU) investiga a contratação da empresa R7 Facilities por R$ 321 milhões pelo Ministério da Gestão e da Inovação (MGI) durante o governo Lula.

A firma, supostamente ligada a um laranja da periferia de Brasília, venceu uma licitação para fornecer 1,2 mil funcionários terceirizados a 12 ministérios ao longo de três anos.

Sob a gestão de Esther Dweck, o ministério classificou a R7 como “aceita e habilitada” em janeiro. O contrato, um dos maiores do setor nos últimos anos, prevê gastos de até R$ 383,1 milhões. A R7 apresentou a proposta mais vantajosa, superando 40 concorrentes ao oferecer R$ 321 milhões. 

O ministério afirmou que a empresa não possui condenações que impeçam sua participação e que o processo seguiu requisitos técnicos, operacionais e financeiros. Declarou ainda que a contratação garante transparência e igualdade entre os concorrentes.

A R7 Facilities nega envolvimento com laranjas e sustenta que presta serviços de qualidade conquistados regularmente.

Márcio Jerry revela dor de cotovelo com nomeação de Roseana Sarney

O ex-deputado federal Márcio Jerry (PCdoB) não escondeu seu incômodo com a nomeação de Roseana Sarney (MDB) como secretária de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça. Em uma publicação enigmática nas redes sociais, ele relembrou a vitória de Flávio Dino em 2014, afirmando que aquele ano “não acabou e nem acabará”.

A frase, aparentemente nostálgica, escancara a frustração de Jerry, que vê a ascensão da ex-governadora como um golpe simbólico contra o grupo político de Dino. No entanto, sua indignação parece gratuita. A nomeação de Roseana faz parte de uma articulação nacional para garantir o apoio do deputado Ildo Rocha na eleição para a presidência da Câmara dos Deputados, marcada para este sábado.

Ou seja, enquanto Jerry remoía o passado, o jogo político real segue acontecendo em Brasília, onde interesses estratégicos falam mais alto que ressentimentos regionais.