CLIO DE MILHÕES: De como a mãe falecida de Braide foi parar em uma trama policial envolvendo possível caso de corrupção

Parece até mentira, mas não é. Também lembra a morte folclórica de PC Farias, em uma praia de Alagoas, em que seus conterrâneos contam que ele “se matou” e depois matou sua esposa.

A maior dúvida não é como mais de um milhão de reais foi parar dentro de um Clio. Isso, no país da corrupção, é fácil de explicar.

Difícil é dizer como um Honda Fit, usado para regatar o motorista do Clio, está no nome de uma pessoa já falecida: a mãe do prefeito Eduardo Braide e do deputado estadual Fernando Braide.

E as pessoas envolvidas no abandono do carro estavam lotadas (contratados) em uma secretaria da prefeitura de São Luís e no gabinete do deputado Fernando Braide.

Espera-se que o envolvimento da mãe de Braide nesse episódio seja apenas uma triste coincidência. Caso contrário, a pecha de que falta humanidade vai se confirmar.

Imagens de segurança revelam ligação de funcionário do Gabinete de Fernando Braide com veículo abandonado

Na tarde dessa quinta-feira, 1º, imagens de câmeras de segurança, datadas de 16 de julho, mostraram um veículo Honda Fit preto parado ao lado de um Renault Clio vermelho. Um homem, identificado como “Guilherme Bucha”, funcionário da Assembleia Legislativa do estado no gabinete do deputado Fernando Braide, foi visto saindo do Renault e entrando no Honda. O Honda Fit, com placas NHJ8667, está registrado no Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN-MA) em nome de Antônia Maria Martins Braide, já falecida, mãe de Fernando e do prefeito de São Luís, Eduardo Braide.

Informações indicam que o Clio vermelho poderia ter estacionado outras vezes naquele local. Em outras ocasiões, o veículo foi visto próximo à residência de Eline Loiola, sogra do médico Antônio Carlos Salim Braide, conhecido como “Tonho”, irmão de Fernando e Eduardo Braide. No dia 16 de julho, o funcionário do gabinete de Fernando Braide deixou o Renault Clio no local onde foi encontrado e, em seguida, entrou no Honda Fit registrado em nome da mãe do parlamentar, que parou ao lado e o “resgatou” do local.

No entanto, no local onde o Clio vermelho foi achado, quem apareceu foi Carlos Augusto Diniz da Costa, conhecido como “Makilas” ou Carlito, que foi exonerado na quarta-feira, 31, pelo prefeito Eduardo Braide do cargo de Analista Técnico da Secretaria Municipal de Informação e Tecnologia (SEMIT). Carlito, que trabalharia informalmente para o médico Antônio Carlos Salim Braide, o popular Tonho, pode estar envolvido em um esquema de propina relacionado a medições de obras da Prefeitura de São Luís, segundo informações apuradas.

Vídeo! Motorista exonerado aparece adesivando carro em propaganda de campanha de Braide 2020

Um vídeo publicitário da campanha eleitoral municipal de 2020, mostra o então candidato a prefeito Eduardo Braide, na época filiado ao PMN, em um momento de campanha ao lado de Carlos Augusto Diniz da Costa, conhecido como “Makilas”. No vídeo, divulgado nas redes sociais de Braide, “Makilas” aparece adesivando carros no comitê central de campanha em São Luís, acompanhado de Braide, sua esposa Graziela Braide e a candidata a vice-prefeita Esmênia Miranda.

Carlos Augusto Diniz da Costa, que ganhou destaque nas mídias estadual e nacional nesta terça-feira (30), foi identificado como o motorista de um veículo Renault Clio, de cor vermelha e placa NXH5E16, encontrado pela Polícia Militar do Maranhão (PM-MA) com mais de R$ 1,1 milhão em espécie escondido no porta-malas. O carro foi localizado em frente a um condomínio na rua das Andirobas, no bairro Renascença, em São Luís.

Além de atuar como adesivador de carros na campanha de Braide, “Makilas” foi nomeado para um cargo na prefeitura de São Luís no mesmo dia em que Eduardo Braide assumiu a prefeitura. Em 1º de janeiro de 2021, ele foi designado para um cargo comissionado na Secretaria Municipal de Informação e Tecnologia (SEMIT), então sob o comando do secretário Diego Rafael Rodrigues Pereira, que atualmente é titular da Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes (SMTT) de São Luís.

Atualmente, Carlos Augusto Diniz da Costa ainda desempenha a função de motorista do secretário Diego Rafael, embora esteja formalmente lotado na SEMIT como “analista técnico”, recebendo um salário de R$ 3.418,04.

Braide arrisca-se nas redes sociais com divulgação de obras em período eleitoral

O prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), tem utilizado suas redes sociais para divulgar obras da gestão municipal, uma prática que se tornou comum em seus perfis no Instagram e Twitter. Publicações recentes mostram Braide em ações de asfaltamento e intervenções no trânsito, entre outras atividades da administração.

No entanto, desde o dia 6 de julho, a propaganda institucional de atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos está proibida, exceto em casos de urgente necessidade pública reconhecida pela Justiça Eleitoral. Essa regra não se aplica apenas à propaganda de produtos e serviços com concorrência no mercado. A informação foi destacada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A questão central é se as contas pessoais do prefeito podem ser consideradas perfis oficiais, já que não há um perfil institucional do gestor. Há precedentes no Judiciário sobre essa questão. Em 2020, o então ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, argumentou que perfis em redes sociais mantidos por chefes do Executivo tratam de assuntos de relevância coletiva e, frequentemente, comunicam atos oficiais. Esse entendimento surgiu durante o julgamento sobre o direito do então presidente Jair Bolsonaro (PL) de bloquear perfis de terceiros em redes sociais. Braide parece estar disposto a correr o risco de continuar suas divulgações online.

Pesquisa DataIlha gera impacto no PDT devido ao desempenho crítico de Fábio Câmara

A recente pesquisa DataIlha trouxe uma verdadeira tempestade ao PDT de São Luís. O ex-vereador Fábio Câmara, candidato do partido à prefeitura, apareceu apenas em um dos cenários, com modestos 1% das intenções de voto. Ele ficou atrás dos deputados Wellington do Curso (Novo), que registrou 2,5%, e Yglésio Moyses (PRTB), com 1,5%.

Inicialmente, Fábio Câmara tinha potencial para se eleger novamente como vereador, o que era seu objetivo principal. No entanto, foi persuadido a abandonar um projeto viável para embarcar em uma campanha para a prefeitura, que, até o momento, parece sem rumo e sem força.

Fontes internas do partido sugerem que os estrategistas do chamado “socialismo moreno” tinham em mente transformar Fábio Câmara em um potencial vice-prefeito na chapa do atual prefeito Eduardo Braide. No entanto, parece que esses estrategistas não foi aceita por Braide.

A candidatura de Câmara foi lançada com entusiasmo pelo presidente do PDT, senador Weverton Rocha, que o descreveu como “o nome que vai virar esse jogo”.

Baleia Rossi e Executiva Nacional do MDB são enganados por parlamentares maranhenses

O deputado federal e presidente nacional do MDB, Baleia Rossi (SP), juntamente com toda a Executiva Nacional emedebista, foram surpreendidos por uma reviravolta nas alianças políticas locais. Os responsáveis pela reviravolta foram os maranhenses deputado federal Cléber Verde e o suplente Hildo Rocha, que haviam garantido um acordo político que agora se revelou inviável.

Meses atrás, Cléber e Hildo asseguraram a Baleia e à Executiva do MDB que, caso a legenda apoiasse Eduardo Braide (PSD) no projeto de reeleição à prefeitura de São Luís, o cargo de vice-prefeito seria preenchido por um membro do Movimento Democrático Brasileiro. Essa aliança foi considerada estratégica e benéfica para ambas as partes, consolidando a posição do MDB no cenário político local.

No entanto, a mídia alinhada ao Palácio de La Ravardière revelou nesta terça-feira (23) que Braide escolheu a atual vice-prefeita Esmênia Miranda, ex-policial militar, para continuar na chapa. Essa escolha deixou o MDB em uma posição delicada e desmoralizada, sem o espaço político que lhes foi prometido. A convenção do PSD, que ocorrerá no dia 25 de julho na Assembleia Legislativa do Maranhão, será um momento crucial para esclarecer e possivelmente redefinir as alianças políticas envolvidas.

Candidatura de vice de Braide sem partido desde 2020 pode gerar debate sobre elegibilidade

Se decidir manter Esmênia Miranda (sem partido) como sua candidata a vice-prefeita mais uma vez, o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), deve estar preparado para enfrentar um debate prolongado sobre a elegibilidade de sua companheira de chapa durante toda a campanha.

O problema surge do fato de que Esmênia está sem filiação partidária desde 2020, embora acreditasse que fazia parte do PSD. Na eleição passada, Esmênia era militar da ativa, condição em que a filiação partidária não é exigida no momento do registro de candidatura, mas apenas no ato da diplomação. Segundo uma ação protocolada pela própria vice-prefeita, revelada pelo Atual 7, ela não estava filiada nem na diplomação, mas essa irregularidade passou despercebida.

Agora, em 2024, como Esmênia já está na reserva, a filiação partidária é exigida seis meses antes do pleito, prazo que já expirou. Para corrigir a situação, Esmênia solicita uma filiação retroativa a setembro de 2020, alegando “total desatenção” do PSD com o caso. Embora possa conseguir decisões favoráveis, é quase certo que, se confirmada pelo PSD, a chapa Braide/Miranda precisará lidar com o debate sobre sua regularidade ao longo de toda a campanha eleitoral.

Contrato milionário com instituto pequeno levanta questionamentos em São Luís

No mês passado, a Secretaria Municipal de Turismo divulgou o resultado da seleção das propostas de trabalho apresentadas pelas Organizações da Sociedade Civil, visando a celebração de um Termo de Colaboração para a execução do projeto “Conheça São Luís”.

O vencedor do chamamento público n°06/24 foi o Instituto Oficina de Sonhos, uma pequena entidade localizada no Bairro São Raimundo, que vai receber quase R$ 1,3 milhão para promover o turismo na capital maranhense. A escolha gerou questionamentos e levantou preocupações sobre a transparência e a eficiência do processo.

A decisão de conceder uma quantia tão significativa a um instituto de pequeno porte levanta sérias preocupações sobre a capacidade da entidade de gerenciar um projeto dessa magnitude. Embora o objetivo do projeto seja alavancar o desenvolvimento econômico e social de São Luís, aproveitando suas singularidades culturais, históricas, naturais, rurais, de negócios e gastronômicas, a escolha do Instituto Oficina de Sonhos para liderar essa iniciativa parece, no mínimo, questionável.

CPI da Prefeitura de São Luís divulga cronograma das próximas oitivas

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga supostas irregularidades em contratos emergenciais na Prefeitura de São Luís, divulgou o cronograma das oitivas que serão realizadas na próxima semana, a última quinzena do mês de julho.

O presidente da Câmara de São Luís, Paulo Victor, anunciou as datas e os nomes das autoridades convocadas para depor:

  • Dia 16/07 – Ana Carolina Marques Mitri da Costa, secretária Municipal de Saúde.
  • Dia 16/07 – Joel Nunes, ex-secretário Municipal de Saúde.

Na mesma reunião, será deliberada a convocação do secretário de Obras e Serviços Públicos (Semosp), David Col Debella. Se a sugestão for aprovada, a oitiva ocorrerá na próxima quinta-feira, 18.

Além disso, no dia 18, o colegiado também ouvirá o empresário Antônio Calisto Vieira Neto, sócio-proprietário da Construmaster Construções e Locações.

Com isso, os depoimentos estão agendados para terça-feira (16) e quinta-feira (18), a partir das 14h, no plenário Simão Estácio da Silveira.

Braide completa uma semana de silêncio sobre Construmaster às vésperas de depoimento

Uma semana após ser alvo de graves acusações por parte do empresário Antônio Calisto Vieira Neto, dono da empresa Construmaster, o prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), permanece em silêncio absoluto. Calisto o acusou de conduzir um suposto esquema de extorsão em licitações, junto com o secretário de Obras e Serviços Públicos, David Col Debella. O alegado esquema foi exposto em publicações na rede social X, que foram apagadas, mas ficaram registradas em capturas de tela.

Manter-se em silêncio não é uma prática nova de Braide. Ele jamais se defendeu publicamente das suspeitas que deram início à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que enfrenta na Câmara Municipal. A única vez que falou sobre o tema foi para criticar os vereadores que estavam desempenhando seu papel constitucional de fiscalizar o poder executivo.

“Quando as máquinas estiverem passando na Chácara Itapiracó, perguntem se o vereador de vocês é o que assinou a CPI pra não me deixar trabalhar ou se é o que me deixa trabalhar”, declarou Braide no último dia 29 de junho, durante o lançamento de obras, sem entrar no mérito das acusações da CPI. A fala aconteceu antes do caso Construmaster ganhar notoriedade.

De qualquer forma, as acusações proferidas nas redes sociais ensejaram a convocação de Antônio Calisto para a sexta-feira (12). Na data, o empresário deve se apresentar à CPI e ser indagado sobre as acusações que levantou.

O caso da empreiteira se junta a outras suspeitas, como a contratação de uma escola comunitária para o Carnaval de São Luís e um contrato emergencial de R$ 18 milhões firmado com a empresa Pier 77, do ex-assessor de Braide, Arthur Segalla, para fornecimento de alimentação a unidades de saúde da capital.