Bolsonaro move peças para expulsar Josimar de Maranhãozinho do PL

A recente destituição da deputada federal Detinha da liderança do PL Mulher no Maranhão, substituída pela recém-eleita vereadora Flávia Berthier, deixou claro o objetivo do ex-presidente Jair Bolsonaro de afastar Josimar de Maranhãozinho e seu grupo do controle do Partido Liberal (PL) no estado.

A ação, liderada pela chefe nacional do PL Mulher, Michele Bolsonaro, é vista como um passo concreto na estratégia de Bolsonaro para colocar o partido sob sua influência direta, entregando a liderança feminina local a uma figura bolsonarista, enquanto afasta o grupo político de Maranhãozinho, conhecido por sua distância ideológica do bolsonarismo.

A substituição provocou fortes reações, incluindo uma crítica aberta da prefeita Josinha Cunha, aliada de Maranhãozinho, e indica um possível rompimento entre o grupo político do deputado e a ala bolsonarista do PL. Com um histórico de sucesso eleitoral que inclui a eleição de dezenas de prefeitos e parlamentares estaduais e federais, Josimar de Maranhãozinho tem uma base sólida que, segundo especulações nos bastidores, pode se movimentar em massa para deixar o partido caso a ruptura se concretize.

Essa possibilidade coloca em risco o status do PL como força política no Maranhão, uma vez que Maranhãozinho possui poder de mobilização suficiente para transformar o partido em um pequeno coadjuvante na política estadual.

Bolsonaro exige expulsão de Josimar Maranhãozinho do PL

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) reagiu às declarações de Valdemar da Costa Neto, presidente nacional do PL, que tentou justificar a aliança entre o PL e o PT na disputa pela Prefeitura de São Luís, onde o partido apoiou o deputado federal Duarte Júnior (PSB).

Em entrevista ao jornal O Globo, Valdemar chegou a afirmar que no Maranhão “não se encontraria bolsonaristas”, declaração que foi prontamente refutada por Bolsonaro, apesar da incerteza sobre a autenticidade da fala, já que os dois estão proibidos pela Justiça de se comunicarem.

Bolsonaro afirmou que exigirá mudanças no comando do PL no Maranhão, citando diretamente os deputados Josimar do Maranhãozinho, presidente do PL no estado, e Pastor Gil, acusando ambos de corrupção.

gundo o ex-presidente, se não houver a saída desses parlamentares do partido, ele pode desistir de disputar as eleições de 2026, alegando que não permanecerá em um cenário onde não tem controle sobre o partido.

Emendas de Josimar beneficiam empresa de suplente no MA

Emendas parlamentares enviadas pelo deputado Josimar Maranhãozinho (PL-MA) direcionaram milhões de reais para empresas ligadas a aliados políticos, incluindo familiares de suplentes.

Segundo uma investigação do Estadão, parte desse montante foi destinada à prefeitura de Zé Doca (MA), administrada por sua irmã, Josinha Cunha (PL), revelando possíveis irregularidades e falta de transparência no uso dos recursos.

Entre 2022 e 2023, Maranhãozinho destinou R$ 4 milhões em “emendas Pix” para Zé Doca, que, no total, recebeu R$ 80 milhões em emendas entre 2020 e 2024.

Com esses valores, a gestão municipal firmou contratos com empresas ligadas ao deputado, incluindo a Distribuidora Rodrigues Oliveira LTDA, responsável por fornecer merenda e materiais escolares.

A empresa pertence a André Rodrigues Seidel, irmão de Luciano Rodrigues Seidel, suplente e aliado de Maranhãozinho. As aquisições somam R$ 2,8 milhões, mas a prefeitura não detalhou os valores efetivamente pagos até o momento.

Além disso, outras três empreiteiras investigadas por ligação com Maranhãozinho – Terraplam Construções e Comércio, Pentágono Comércio e Engenharia, e Atos Engenharia – foram contratadas para obras de pavimentação, drenagem e reformas em Zé Doca.

O valor total dos contratos chega a R$ 20,1 milhões, parte desses recursos sendo provenientes do esquema do orçamento secreto, derrubado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Essas empresas já haviam sido mencionadas em denúncias relacionadas ao uso de emendas parlamentares em troca de apoio político. Maranhãozinho foi flagrado em uma operação da Polícia Federal portando maços de dinheiro, intensificando as suspeitas sobre sua ligação com os recursos repassados.

Diante das denúncias de irregularidades, o STF suspendeu os repasses de emendas até que haja maior transparência e rastreabilidade no uso dos recursos.

O Congresso e o governo federal ainda não chegaram a um acordo sobre as novas regras, mas discutem um possível aumento no valor das emendas parlamentares.

O caso das emendas de Maranhãozinho segue sob investigação, e as suspeitas de que o deputado teria “vendido” emendas para beneficiar empresas próximas permanecem. O processo corre em sigilo no Supremo Tribunal Federal.

Procurados pela reportagem, o deputado Josimar Maranhãozinho, a prefeitura de Zé Doca e as empresas envolvidas não se pronunciaram.

Deputados do Maranhão entre os mais faltosos de 2024

A bancada do Maranhão na Câmara dos Deputados tem se destacado negativamente em 2024, com três parlamentares do Partido Liberal (PL) figurando entre os mais faltosos do ano. O deputado Júnior Lourenço lidera o ranking de faltas sem justificativa, acumulando 23 dias ausentes, o que representa cerca de 28,75% dos compromissos no plenário. Esse levantamento foi realizado pelo site Metrópoles, com base em dados extraídos do site da Câmara dos Deputados.

Além de Júnior Lourenço, o casal Josimar de Maranhãozinho e Detinha, que foram os mais votados nas eleições de 2022 no Maranhão, também estão na lista dos 20 deputados mais faltosos do primeiro semestre de 2024. Josimar ocupa a sexta posição, com 11 ausências, enquanto Detinha está na vigésima colocação, com dez faltas não justificadas. A presença dos parlamentares é essencial para a representação dos eleitores, especialmente nas sessões deliberativas, onde é feita a verificação por meio de registro eletrônico ou listas de chamada nominal.

Segundo as normas da Câmara dos Deputados, a presença é obrigatória e aferida eletronicamente ou por listas de chamada. A frequência dos parlamentares é um indicativo importante de seu empenho em representar os interesses de seus eleitores e participar ativamente das decisões políticas do país.

São José de Ribamar e os limites de gastos eleitorais

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou na semana passada os limites de gastos para as campanhas de prefeito e vereador nos municípios brasileiros para as eleições municipais de outubro deste ano. No Maranhão, as cidades onde os candidatos poderão gastar mais são São Luís e Imperatriz, refletindo a maior população e complexidade dessas localidades.

Os valores divulgados para São José de Ribamar, a terceira maior cidade do estado, mostram que os candidatos a prefeito poderão gastar até R$ 1.218.206,81, enquanto os candidatos a vereador têm um limite de R$ 137.365,31. Esses valores são comparáveis aos de outras cidades maranhenses, como Timon (R$ 1.771.909,15 para prefeito e R$ 194.044,41 para vereadores) e Tuntum (R$ 1.033.505,32 para prefeito e R$ 40.715,69 para vereadores).

Os críticos apontam para a gestão atual da cidade, que tem sido marcada por polêmicas e insatisfações.

Detinha, Pastor Gil e Allan Garcês votaram contra a prisão de deputado envolvido no assassinato de Marielle Franco

Após uma decisão acalorada no plenário da Câmara dos Deputados, a prisão preventiva do deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido) foi mantida, em meio a acusações relacionadas ao assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em 14 de março de 2018, no centro do Rio de Janeiro.

O placar da votação reflete a tensão e a divisão de opiniões entre os parlamentares. Com 277 votos a favor da manutenção da prisão, 129 contra e 28 abstenções, a margem foi estreita, mas suficiente para manter Brazão sob custódia. Vale destacar que eram necessários 257 votos para validar a prisão do deputado.

O caso ganhou ainda mais destaque pela posição de três deputados federais do Maranhão que se opuseram à manutenção da prisão de Brazão. Pastor Gil (PL), Detinha (PL) e Allan Garcês (PP) foram os representantes maranhenses que votaram contra a medida.

Além da decisão do plenário da Câmara, o Conselho de Ética abriu um processo de cassação contra o deputado federal, intensificando o embate político e judicial em torno do caso.

Deputados do MA estão entre os mais faltosos na Câmara Federal

Desde o início da atual legislatura, em 1º de fevereiro de 2023, a Câmara Federal já somou 958 faltas sem justificativa em sessões deliberativas. Entre os parlamentares mais faltosos estão Junior Lourenço, Josimar de Maranhãozinho e Detinha, todos do PL-MA.

Os dados foram obtidos a partir de um levantamento realizado pelo site Metrópoles com base em informações do site da Câmara dos Deputados até a última sexta (29). Vale ressaltar que o portal diferencia faltas justificadas, como licenças médicas, das faltas não justificadas.

Conforme as normas da Câmara dos Deputados, a presença dos parlamentares é registrada eletronicamente no início de cada sessão. Caso o sistema não esteja em uso, a verificação é feita por meio de listas de chamada nominal em Plenário.

O deputado federal com o maior número de ausências não justificadas é Junior Lourenço (PL-MA), que registrou 23 faltas sem justificativa às sessões do plenário, o que representa cerca de 28,75% dos compromissos.

Também na lista dos 20 mais faltosos sem justificativa estão os maranhenses Josimar de Maranhãozinho (PL), com 13 faltas, e Detinha (PL), com 10 faltas.

PL Nacional pretende punir deputados maranhenses por voto na MP dos Ministérios

O comando nacional do Partido Liberal (PL), estimulado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, anunciou que pretende punir os deputados federais maranhenses Josimar de Maranhãozinho, Detinha, Júnior Lourenço e Pastor Gildenemyr por terem votado a favor da Medida Provisória dos Ministérios, contrariando a orientação que levou a bancada do partido a votar em massa contra a matéria, juntamente com outros cinco deputados.

A decisão do PL Nacional reflete o confronto interno dentro do partido entre o ex-presidente Jair Bolsonaro, que busca influenciar as decisões internas, e os deputados maranhenses que votaram de acordo com suas convicções.

Josimar de Maranhãozinho, conhecido por sua postura pragmática, poderia ter votado contra a MP ou se abstido, caso o governo não tivesse liberado recursos para emendas parlamentares.

Os quatro deputados do PL maranhenses representam um montante considerável de verbas de emendas, totalizando dezenas de milhões de reais. Essa é a base política do líder do PL no Maranhão, o que explica sua influência em mais de 30 prefeituras.

Os bastidores da política maranhense analisam que Josimar de Maranhãozinho não hesitaria em trocar de partido se ele, a deputada Detinha e seus aliados, se sentirem hostilizados pela cúpula do partido bolsonarista. Nesse caso, seria um golpe significativo para o PL no Maranhão, já que perderia a força política que Josimar de Maranhãozinho proporciona.

É difícil imaginar que o PL arrisque a permanência de sua bancada maranhense por causa de uma divergência com o líder do bolsonarismo.

Lula oferece cargos de segundo escalão: Josimar e Detinha retiram assinatura da CPMI 

Após ofensiva do governo Lula, os deputados federais maranhenses Josimar de Maranhãozinho e Detinha, ambos do Partido Liberal (PL), decidiram retirar suas assinaturas do requerimento para instalação da Comissão parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que pretende apurar responsabilidades pelos ataques promovidos às sedes dos Três Poderes, em Brasília (DF), no dia 8 de janeiro.

Para barrar o avanço da coleta de assinaturas, a base do governo estaria oferecendo cargos de segundo escalão, sendo distribuídos a indicados dos parlamentares.

A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), além de diretorias dos Correios, do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs), seriam os principais focos de propostas.

 

PL no Maranhão vai ser dividido entre bolsonaristas e centrão

Após o encerramento das eleições presidenciais de 2022, em que o ex-presidente Jair Bolsonaro saiu derrotado, a sua legenda (PL) vem se dividindo em duas alas, uma decidida em continuar apoiando o bolsonarismo e outra que segue em direção ao chamado centrão.

No Maranhão, o quadro começa a ficar mais nítido. Josimar Maranhãozinho, presidente estadual do PL, Detinha e Júnior Lourenço já não estão dispostos a comprar briga pelo ex-presidente e se aproximam do centrão, sinalizando que até poderão votar favoráveis às propostas do Governo Lula.

Em contrapartida, o deputado federal reeleito, Pastor Gildenemyr, não parece disposto a desistir “bolsonarismo” e vai permanecer na ala mais conservadora.

Nos bastidores da política, existe o temor de que o PL siga os passos do PSL, partido pelo qual Jair Bolsonaro se elegeu em 2018, e acabou se extinguindo por conta do ex-presidente.