Abatedouro Municipal de Vitorino Freire está em condições precárias 

O abatedouro municipal de Vitorino Freire-MA tem sido alvo de preocupações crescentes devido às suas condições de higiene precárias, levantando sérias questões sobre a saúde pública na região. Imagens revelaram carnes bovinas sendo manipuladas em condições impróprias para consumo, expondo tanto os consumidores quanto os trabalhadores a riscos significativos.

O flagrante revelou uma série de problemas alarmantes. Instrumentos utilizados no abate não passam por procedimentos adequados de esterilização, enquanto os corpos dos animais são manuseados em um ambiente notoriamente sujo, sem a mínima preocupação com padrões sanitários básicos.

Um aspecto particularmente preocupante é a ausência de supervisão por parte de inspetores de abate ou médicos veterinários, uma obrigação estipulada por lei. Além disso, os trabalhadores não utilizam Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), colocando em risco não apenas sua própria saúde, mas também a segurança alimentar dos consumidores.

É importante ressaltar que o consumo de carne proveniente de locais com condições sanitárias inadequadas pode resultar em sérias complicações de saúde, incluindo a ingestão de toxinas, bactérias, vírus e parasitas. Tais condições não apenas violam normas de segurança alimentar, mas também configuram crimes ambientais e contra a saúde pública, conforme estabelecido na Lei Federal n°8.137/90, que prevê pena de detenção de 2 a 5 anos, além de multa.

Posto de Saúde em Vitorino Freire desativado por mais de 7 anos; atual prefeita é médica

Há mais de sete anos, os residentes do pacato Povoado Água Boa, situado em Vitorino Freire, enfrentam uma realidade cruel: o posto de saúde local está desativado. O que outrora era um bastião de cuidados médicos transformou-se em um símbolo de abandono e desperdício de recursos públicos.

O estado de abandono é alarmante. Ao adentrar o espaço, deparam-se com macas enferrujadas, acumulação de sujeira, pisos desgastados pelo tempo e um telhado em ruínas, deixando evidente a negligência administrativa que assola o local. Desprovidos de assistência em seu próprio povoado, os moradores são obrigados a atravessar os limites territoriais em busca de cuidados básicos de saúde em povoados vizinhos. A ironia atinge seu ápice quando se considera que a prefeita municipal, Luanna Rezende, é médica por formação. Os habitantes, indignados, clamam por uma solução imediata para essa situação deplorável.

O vereador Cyreno Rezende emerge como uma voz de denúncia diante desse descaso. Ao fiscalizar as unidades de ensino e saúde em Vitorino Freire, ele se depara com a dura realidade enfrentada pelos moradores de Água Boa. “É a pior situação que encontrei. Enquanto outras unidades podem estar fechadas, nenhuma delas se iguala ao estado de abandono deste posto de saúde”, declara o legislador.

O presidente da Associação do Povoado, conhecido como seu Chico, compartilha a angústia vivida por toda a comunidade. “Estamos desesperados por assistência. O posto está fechado há sete anos, sem oferecer qualquer tipo de suporte. É uma situação lamentável para todos nós”, desabafa seu Chico.

Enquanto a população aguarda ansiosamente por uma resposta efetiva por parte da administração municipal, o posto de saúde em Água Boa permanece como um símbolo sombrio da negligência e desinteresse com a saúde pública, deixando os moradores à mercê da incerteza e da carência de cuidados essenciais.

Prefeitura de Vitorino Freire é investigada por fraude e corrupção em verbas da saúde federal

Vitorino Freire, um município maranhense com uma população modesta de 30 mil habitantes, está no epicentro de uma investigação ampla conduzida pela Polícia Federal (PF). A administração municipal, liderada por Luanna Rezende, irmã do atual Ministro das Comunicações, Juscelino Filho, do partido União Brasil, está sob escrutínio por suspeita de fraudes e corrupção envolvendo verbas destinadas à saúde pública provenientes do governo federal.

Os olhos da fiscalização se voltaram para Vitorino Freire já em 2022, quando um montante substancial de R$ 8,4 milhões em recursos da União foi bloqueado, após o Ministério Público Federal (MPF) instaurar uma ação legal. O cerne da acusação reside na distorção de dados para inflar o número de atendimentos, a fim de obter mais emendas.

As investigações se estendem ao período entre 2019 e 2021, abarcando os dois mandatos de Luanna Rezende à frente da prefeitura. Um inquérito, iniciado em 2023, busca apurar alegações de corrupção e inserção de informações falsas em sistemas públicos durante seu governo.

Em um esforço de ressarcimento, em janeiro de 2023, a prefeita fechou um acordo com o MPF para restituir R$ 4,5 milhões aos cofres federais, encerrando a demanda por reembolso das emendas. Entretanto, o acordo não encerrou a investigação criminal em curso.

O Ministro das Comunicações, Juscelino Filho, confrontado com as alegações, negou qualquer envolvimento ou conhecimento sobre as investigações em curso. Em uma declaração oficial, o ministro enfatizou seu histórico de transparência e serviço em prol da população, sublinhando que não é alvo do inquérito relacionado aos desvios na saúde.

O volume de recursos destinados a Vitorino Freire chama a atenção, especialmente considerando o tamanho modesto da população. Desde 2019, o município recebeu cerca de R$ 200 milhões em aportes para a saúde, um valor consideravelmente acima da média para cidades de porte similar em todo o país.

O destaque vai para a obtenção de R$ 100 milhões através de emendas de relatores, muitas delas supostamente provenientes do controverso “orçamento secreto”, além de outros montantes provenientes de emendas parlamentares individuais.

No entanto, a multiplicação abrupta dos números de atendimentos no Sistema Único de Saúde (SUS) levanta suspeitas. Relatórios da Controladoria-Geral da União (CGU), analisados pelo MPF, revelam um aumento exponencial nas consultas e procedimentos médicos nos anos em questão.

A desproporção entre os números de atendimentos e a capacidade real do sistema de saúde municipal torna-se evidente ao se analisar detalhes como o número de consultas odontológicas e pré-natais em comparação com a população atendida.

O caso de Vitorino Freire é apenas uma peça em um quebra-cabeça mais amplo de investigações sobre supostos desvios de recursos públicos no Maranhão. Operações recentes, como a “Quebra Ossos”, revelaram conexões entre contratos municipais e empresas suspeitas, lançando luz sobre um possível esquema de corrupção enraizado na região.

Além disso, a prefeita Luanna Rezende já enfrentou problemas legais anteriormente, tendo sido afastada do cargo em meio a acusações de desvios de recursos da Codevasf.

Prefeita de Vitorino Freire renova contratos de R$ 8,9 milhões com empresa alvo de operações da PF

A prefeita de Vitorino Freire, Luanna Rezende, enfrenta uma grave denúnicia após ter renovado contratos no valor de R$ 8,9 milhões com a empresa Construservice, mesmo após esta ter sido alvo de duas operações da Polícia Federal (PF) em 2022. A polêmica envolve ainda conexões com o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, irmão de Luanna.

As investigações da PF apontam que a Construservice opera em nome de “laranjas”, enquanto o verdadeiro dono seria o empresário Eduardo Costa, conhecido como “Eduardo Imperador” e amigo de longa data do ministro Juscelino Filho.

Em julho de 2022, a primeira parte da Operação Odoacro foi deflagrada com o objetivo de desarticular um grupo suspeito de fraude em licitações, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro relacionados a contratos com a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). A Construservice foi o alvo principal, e Eduardo Costa foi temporariamente preso sob suspeita de ser o verdadeiro dono da empresa e liderar o esquema criminoso. A segunda parte da operação ocorreu em outubro.

Mesmo com essas ações da PF, a prefeita Luanna Rezende autorizou a renovação dos contratos com a Construservice. O primeiro contrato foi assinado em agosto de 2022, no valor de R$ 7,4 milhões, seguido por um segundo contrato em novembro do mesmo ano, no valor de R$ 1,4 milhão. Ambos tinham o propósito de prorrogar por mais 12 meses um contrato anterior para serviços de pavimentação, recapeamento e calçamento das ruas de Vitorino Freire.

A situação se agravou com o afastamento de Luanna Rezende do cargo como resultado da Operação Benesse, a terceira fase da Operação Odoacro. Esta fase concentra-se em identificar o “núcleo público da organização criminosa, após se rastrear a indicação e o desvio de emendas parlamentares destinadas à pavimentação asfáltica de um município maranhense”, segundo informações da PF.

Juscelino Filho, o ministro das Comunicações, também tem sido alvo de acusações. No início do ano, foi revelado que ele direcionou R$ 5 milhões do orçamento secreto para asfaltar uma estrada que passa em frente à sua fazenda, em Vitorino Freire. A Construservice, em fevereiro de 2022, foi a única empresa a disputar a licitação e foi contratada por Luanna Rezende para executar a obra. Além disso, Juscelino Filho enfrenta alegações de envolvimento em uso indevido de verbas públicas, incluindo fornecer informações falsas à Justiça Eleitoral e o uso de recursos da Força Aérea Brasileira (FAB) e diárias para participar de leilões de cavalos de raça em São Paulo.

A Polícia Federal solicitou mandados de busca e apreensão nos endereços de Juscelino Filho nesta sexta-feira, mas o ministro Luís Roberto Barroso, relator da apuração no Supremo Tribunal Federal (STF), negou a emissão do mandado contra o membro do governo Lula.

Prefeitura de Vitorino Freire segue sem líder há dez dias após afastamento da prefeita

Há dez dias, a cidade de Vitorino Freire enfrenta um cenário de incerteza e desordem administrativa, pois a prefeitura se encontra sem um líder efetivo desde o afastamento da prefeita Luanna Bringel, em 1º de setembro.

O vice-prefeito, José Gonzaga de Sousa, conhecido como ‘Zezinho do Sindicato’, ainda não conseguiu assumir o cargo, deixando a administração municipal em um estado de inércia.

O afastamento da prefeita Luanna Bringel ocorreu após uma operação da Polícia Federal no município e por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso.

Uma das principais lacunas na situação atual é o fato de que, após o afastamento da prefeita, a Câmara dos Vereadores de Vitorino Freire ainda não oficializou a posse do vice-prefeito Zezinho do Sindicato. Como resultado, o município se encontra sem um representante oficial no comando da prefeitura, o que levanta preocupações sobre a continuidade dos serviços públicos e a tomada de decisões administrativas.

Dez dias após a decisão do ministro Barroso, o presidente da Câmara Municipal de Vitorino Freire alega que ainda não foi notificado oficialmente da decisão judicial que determinou o afastamento da prefeita.