Aliados de Lula se mobilizam no Maranhão para ampliar diferença de votos contra Bolsonaro

Apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) no Maranhão aparentam ter “jogado a toalha” e desistido da campanha no estado em que deu 68,84% dos votos válidos ao presidente Lula (PT) nas eleições presidenciais de 2022.

O próprio presidente do PL no Maranhão, Josimar Maranhãozinho, não esboçou nenhum tipo de reação para tentar mudar esse quadro, e cresce a possibilidade de Bolsonaro encolher ainda mais no Maranhão.

Em contrapartida, o governador Carlos Brandão (PSB) e o senador eleito Flávio Dino (PSB) têm feito verdadeira pregação para mobilizar os aliados do líder petista, de modo que eles saiam a campo em ações efetiva de pedir votos.

Dino, por exemplo, durante fala no comando do PT em São Paulo, mostrou a pele do rosto escurecida explicando que a mudança de cor “é sol quente nas caminhadas por todo o Maranhão”.

Josimar já teve seus entraves com Bolsonaro, que antes da eleição pediu a destituição de Maranhãozinho do comando do PL no estado. Talvez esse seja o motivo do deputado federal reeleito não mover uma pedra para ajudar o presidenciável.

 

Na volta do horário eleitoral, Lula destaca apoio de Tebet; Bolsonaro, de Neymar

O horário eleitoral voltou a ser exibido nesta sexta-feira (7) e, no primeiro dia de inserções do segundo turno, o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) destacaram os apoios que têm recebido nos últimos dias, fizeram críticas um ao outro e agradeceram os votos obtidos no primeiro turno.

A votação do segundo turno está marcada para o próximo dia 30. Conforme o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Lula recebeu 57 milhões de votos no primeiro turno (48,4%), e Bolsonaro, 51 milhões de votos (43,2%). Ao todo, os dois receberam cerca de 108 milhões de votos (91,6%).

Pesquisa do instituto Ipec divulgada na última quarta mostrou Lula com 51% das intenções de voto no segundo turno (55% dos votos válidos), e Bolsonaro, com 43% (45% dos votos válidos).

Lula

Na primeira propaganda do segundo turno, Lula mencionou o apoio de Simone Tebet (MDB). A senadora, que disputou a Presidência pela primeira vez, recebeu 4,9 milhões de votos no primeiro turno (4,1%). Na última quarta (5), Tebet declarou voto no petista. A expectativa é que os dois participem de um ato juntos nesta sexta.

Bolsonaro

O presidente Jair Bolsonaro, por sua vez, citou o apoio que tem recebido de governadores (parte já o havia apoiado no primeiro turno) e do jogador de futebol Neymar.

Bolsonaro diz que esquerda faz ‘estardalhaço’ com ida dele a loja maçônica

O presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou nesta quarta-feira (5) o que chamou de “estardalhaço” que a esquerda faz com a ida dela a uma loja maçônica em 2017.

Um vídeo com a visita de Bolsonaro ao local começou a circular na terça (4) e mostra um discurso do presidente entre os maçons.

Um suposto vínculo entre Bolsonaro e a maçonaria poderia ser visto como um ponto fraco na campanha, já que influentes lideranças evangélicas, que apoiam o presidente, já criticaram maçons.

A religião e a busca por votos de evangélicos e católicos têm sido uma tônica da campanha, e o segundo turno começou com simpatizantes dos dois lados explorando o tema.

Tebet declara hoje apoio a Lula

Após o resultado do último domingo (2), apesar de já ter dado sinalizações de que não apoiaria em hipótese alguma o candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), Simone Tebet (MDB) se reservou, aguardando uma decisão oficial do MDB. O partido liberou seus diretórios a apoiarem quem quiserem. Assim, o caminho fica livre para Simone declarar que está com Lula.

Já o ex-presidente Michel Temer deve se encontrar com Bolsonaro no fim de semana, e há expectativa de que anuncie apoio a ele.

Uma ala do MDB segue reticente sobre o encontro, e prefere um anúncio solo. Como o partido não vai completamente para o lado de Lula, seria uma forma de se resguardar, e mostrar que o apoio é crítico. Até a tarde desta quarta-feira (5), ligações, pedidos e acertos devem acontecer, de olho no anúncio.

‘vitória com gosto de derrota’; imprensa internacional repercute eleição

A eleição presidencial brasileira ocupou posições de destaque em portais da imprensa internacional — com Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em geral, sendo apresentado como vitorioso, mas com desempenho insuficiente para garantir uma vitória no primeiro turno sobre Jair Bolsonaro (PL).

A seguir, confira como alguns dos principais veículos de imprensa do mundo noticiaram a eleição presidencial brasileira, cujo segundo turno será disputado em 30 de outubro.

‘Vitória com gosto de derrota’

A revista britânica The Economist, que deu destaque em seu site para o resultado do primeiro turno da eleição presidencial brasileira, abre sua reportagem principal afirmando que para o ex-presidente Lula, foi uma “vitória com gosto de derrota”.

O texto destaca que Bolsonaro se saiu melhor do que o esperado, e que o momentum agora está com ele, e não com Lula — lembrando que muitos aliados do presidente foram eleitos para o Congresso.

Diante deste cenário, a reportagem afirma que se Lula vencer, pode ter dificuldades para governar.

Lula e Bolsonaro vão para o segundo turno, e disputa ao Planalto será definida no dia 30

Os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) vão disputar o segundo turno das eleições presidenciais.

A confirmação de que haverá segundo turno foi anunciada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) às 21h25, quando 96,93% das urnas já tinham sido apuradas. Àquela altura, Lula tinha 47,85% dos votos válidos, e Bolsonaro 43,7% .

No momento em que o segundo turno foi confirmado pelo sistema de totalização de votos, a candidata Simone Tebet (MDB) tinha 4,22% dos votos válidos, e o candidato Ciro Gomes (PDT), 3,06%.

Com o resultado, daqui a quatro semanas, no dia 30, eleitores de todo o país vão definir entre a volta do Lula ou a permanência de Bolsonaro.

Ipec: 83% dos eleitores dizem estar decididos sobre o voto para presidente

Pesquisa Ipec (ex-Ibope) divulgada nesta segunda-feira (26), encomendada pela Globo, aponta que 83% dos eleitores brasileiros dizem estar decididos em quem irão votar para presidente neste ano. Os que dizem que ainda podem mudar de voto são 17%.

Entre os eleitores de Lula (PT), 90% dizem que a decisão é definitiva, número próximo ao de Bolsonaro (87%).

Entre os de Ciro Gomes (PDT) e de Simone Tebet (MDB), que aparecem tecnicamente empatados na terceira colocação do primeiro turno, o número de decididos é menor. São 48% entre os apoiadores do pedetista e 45% entre os apoiadores da senadora do Mato Grosso do Sul.

A pesquisa divulgada nesta segunda indica que Lula tem 48% dos votos, enquanto Bolsonaro tem 31%. Ciro tem 6%, empatado na margem de erro, de dois pontos percentuais, com Tebet, que marcou 5%.

O levantamento ouviu 3.008 pessoas entre os dias 24 e 26 de setembro em 183 municípios brasileiros. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o código BR‐01640/2022.

Ciro se diz vítima de “campanha virulenta” para que desista da presidência

O candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, se pronunciou na manhã desta segunda-feira (26) em São Paulo, criticando duramente o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), se dizendo “vítima” de uma “campanha virulenta” que tenta, segundo ele, fazê-lo desistir da disputa.

“Estou sendo vítima de uma gigantesca e virulenta campanha, nacional e internacional, para retirada da minha candidatura. Anotem e leiam meus lábios: nada deterá minha disposição em seguinte em frente […] e denunciar os corruptos, farsantes e demagogos, que tentam ludibriar a fé popular com suas falsas promessas”, declarou Ciro.

Ciro Gomes aparece em terceiro lugar nas pesquisas divulgadas pelos institutos desde o início da campanha eleitoral. Nas últimas semanas, apoiadores de Lula e de Ciro passaram a defender que eleitores do candidato do PDT migrem para Lula com o objetivo de fazer com que o petista possa vencer já no primeiro turno.

“Minha candidatura está de pé para defender o Brasil em qualquer circunstância. E meu nome continua posto, como firme e legítima opção, para livrar nosso país de um presente covarde e de um futuro amedrontador”, afirmou o candidato em outro trecho do pronunciamento.

Para Ciro Gomes, “Bolsonaro não existia se não fosse a grave crise econômica e moral dos governos petistas”. “E Lula não sobreviveria, em sua ameaçadora decadência, se não fossem os desatinos criminosos de Bolsonaro”, acrescentou.

Bolsonaro indica que Weverton Rocha é um dos seus candidatos ao Governo do Maranhão

Em uma live realizada na noite de ontem (21), o presidente Jair Bolsonaro (PL) não se conteve e indiciou que o senador Weverton Rocha (PDT) é um dos seus candidatos ao Governo do Maranhão.

Em um verdadeiro “jogo de azar”, Bolsonaro não tem candidato único e aposta que um dos três dos seus “pupilos” alcançará um eventual segundo turno com o governador Carlos Brandão (PSB) que é apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“No Maranhão tem três candidatos ao governo que fazem parte com a gente, vai ficar aí dizendo… a gente ver no segundo turno, de acordo com o que acontecer a gente vai trabalhar melhor lá no Maranhão”, diz Bolsonaro, numa fala confusa de difícil compreensão.

Segundo os bastidores da política maranhense, os candidatos de Jair Bolsonaro no Maranhão são o senador Weverton Rocha, do PDT, Lahesio Bonfim, do PSC, e Edivaldo Holanda Junior, do PSD.

Cidade mais lulista do país, Central do Maranhão ainda leva viva na memória a criação do programa Bolsa Família

Com pouco mais de 8.800 habitantes, Central do Maranhão ganhou projeção nacional por ter sido o município que, proporcionalmente, mais votou em Lula (PT) nas eleições presidenciais de 2006. No segundo turno daquele pleito, o petista levou 97,20% dos votos de lá, o que rendeu à cidade a fama de mais lulista do Brasil.

Moradores contam que os motivos que levam a esse apreço pelo petista passam por uma identificação com o passado dele como sindicalista, mas, especialmente, por conta do Bolsa Família.

Para Valter Costa, 80 anos, um dos mais antigos da localidade, a cidade já se identificava com Lula antes mesmo de 2006.

“No primeiro governo, o povo queria mudança porque muitos pais de família, naquela época em que ele era sindicalista, queriam ele como presidente. No segundo governo, votaram nele por causa do Bolsa Família”, afirma.

Mesmo com a mudança do nome do programa para Auxílio Brasil, a população ainda associa a imagem de Lula ao Bolsa Família, segundo a prefeita do município, Cleudilene Gonçalves Privado Barbosa, a Fechinha.

“[A admiração pelo Lula] é muito pela implantação do Bolsa Família, por ser uma cidade, na época, muito carente. Muitas pessoas são gratas até hoje”, diz a prefeita do Republicanos, partido que nacionalmente é da base de apoio do presidente Bolsonaro.

Divergência Politica

Apesar da rejeição de parte da população, há quem defenda Bolsonaro com convicção. Em sua maioria, são jovens que eram crianças no período em que Lula era presidente, pessoas mais conservadoras ou que não gostam do PT em razão das acusações de corrupção.