A entrevista do governador Flávio Dino (PCdoB), concedida ao Bom Dia Mirante, na manhã de ontem (23), já pode ser considerada a mais cheia de recados políticos do ano.
Pelo menos dois merecem destaque:
(1) Não vai deixar “almoço pra janta”, como aconteceu no pleito de São Luís.
Repetindo imperativamente e de diversas formas o termo “pacto”, Flávio Dino deixou bem claro que o que aconteceu em 2020 não vai se repetir em 2022.
“O ano vai ser em 2021”, disse ele, se referindo a quando tudo se encaminhará para 2022, a fim de evitar que o tabuleiro conturbado do processo em São Luís se repita.
“Esse exemplo de 2020 é que quero levar para 2022 a fim de que a gente faça agora no começo do ano já um grande pacto em que todos tenham a liberdade de construir suas pré-candidaturas, mas, submetidas a um pacto de união em favor da continuidade das transformações sociais no nosso estado”, sentenciou.
E ainda acrescentou: “se todos cumprirem o acordo político iremos vencer em 2022”, numa clara referência ao que o próprio vice-governador, Carlos Brandão, mencionou numa entrevista recente, ao lembrar que, na eleição de São Luís, havia um acordo para que todos se juntassem no segundo turno.
(2) Não há problema com várias pré-candidaturas, no momento, “de partida”. Mas na hora certa, “é preciso que haja essa pactuação em que todos e todas coloquem as suas pré-candidaturas, mas, mais adiante tenham maturidade para ceder”.
Imaturidade, invariavelmente está ligada aos ímpetos juvenis. O governador sabe disso, viu isso na eleição de São Luís e vai envidar todos os esforços para que a “casa esteja arrumada” até abril de 2022, quando da sua saída para concorrer a algum cargo.
“Temos uma longa estrada até lá, são praticamente 15 meses pela frente. Então, minha intenção é deixar tudo pactuado no que se refere a governo, vice-governador, senado, chapas, ao longo de 2021, para que a gente entre em 2022 com a casa arrumada”, arrematou.