Prestes a completar uma semana da queda da Ponte Juscelino Kubitschek, que conectava o Maranhão ao Tocantins pelas cidades de Estreito e Aguiarnópolis, a tragédia já contabiliza nove óbitos confirmados e oito pessoas ainda desaparecidas. A estrutura, construída na década de 1960, estava sem contrato de manutenção desde novembro de 2023. O último serviço executado, no valor de R$ 3,5 milhões, contemplou reparos em vigas, lajes e pilares. O DNIT alega que, em 2024, lançou um edital de R$ 13 milhões para novos reparos, mas o processo fracassou, pois nenhuma empresa atendeu aos requisitos técnicos para a execução.
A gestão do DNIT no Tocantins também levanta questionamentos. Renan Bezerra de Melo Pereira, chefe do órgão desde agosto de 2023, foi nomeado mesmo sendo réu em ações por corrupção passiva e lavagem de dinheiro na Operação Ápia, que investigou desvios superiores a R$ 200 milhões.
Sua nomeação teve anuência de autoridades como o ministro dos Transportes, Renan Filho, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para especialistas, a soma de negligências administrativas e falhas estruturais transformaram a queda da ponte em uma tragédia anunciada, que expõe a fragilidade na gestão de obras públicas no Brasil.