Democracia Em Crise?

As teorias conspiratórias surgem a todo momento nas hostes bolsonaristas. Tão louco é que o próprio silêncio de Jair Bolsonaro é fonte inesgotável de teorias para uma tomada de poder por parte do presidente.

Parte disso, e aliado às sucessivas ameaças de retiradas dos fanáticos da porta dos quartéis do Exército, foi um dos motivos para levar os lunáticos para as ruas de Brasília e promover uma baderna golpista sem precedentes.

Sobre o silêncio e culpabilidade do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro, disse nesta terça-feira (10) que o seu pai, Jair Bolsonaro, está recolhido, quase incomunicável e “lambendo suas feridas”. O senador quis eximir Bolsonaro de qualquer responsabilidade.

Para além de lamber as feridas, Bolsonaro tem que liderar seu rebanho e convencer que o jogo eleitoral acabou. O pouco que tem dito é muito adubo para as mentes da minoria que conseguiram sob escolta policial invadir a sede dos poderes na capital do Brasil.

Os atos golpistas em Brasília, no último oito de janeiro, influenciaram o noticiário e a agenda política desta semana. Suas consequências devem durar bem mais que esta semana cinzenta.

O estrago para democracia é imensurável. O livre e democrático direito de manifestações políticas e de pensamento estão em risco.

A manifestação sem pauta – a não ser de instalar-se um golpe – deve macular outras manifestações futuras da parcela da população que não votou no governo posto, mas aceitou o resultado legítimos das urnas.

É inegável, como dito anteriormente, que vilipendiaram o direito constitucional da livre manifestação. O fracasso do bolsonarismo ultrarradical beneficiou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Lula soube estabelecer a ordem e ter proveitos políticos de toda a baderna dos “patriotas de porta de Quartel”. Usou do próprio “remédio patriota”, pedido nos cartazes dos próprios manifestantes: INTERVENÇÃO! Chegou a Intervenção Federal! O Governo e Justiça conseguiram afastar o secretário de segurança do Distrito Federal, Anderson Torres, e o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB).

As instituições precisam ter maturidade política neste momento. Já disse em outros meios de comunicação que é preciso separar o joio do trigo e garantir o exercício pleno da democracia, principalmente o direito da livre manifestação.

Na democracia pode tudo, menos ferir de morte a própria democracia.

Matias Marinho, jornalista

Governador Carlos Brandão participa de ‘pacto pela democracia’ em Brasília

No dia seguinte aos atos golpistas que tiveram como resultado a depredação do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal, o governador do Maranhão, Carlos Brandão, compôs o grupo de gestores estaduais que se reuniu em Brasília, na noite desta segunda-feira (9), com o presidente Lula. O propósito do ato foi reafirmar a defesa da democracia e condenar as tentativas de ruptura institucional no país. Estiveram presentes todos os governadores ou vices dos 26 estados e do Distrito Federal.

Também estiveram no encontro os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e do Senado Federal em exercício, Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), além da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, e de outros ministros da Suprema Corte.

“A nossa presença no encontro com o presidente Lula, onde as instituições estaduais formam fileira com as federais neste ‘pacto pela democracia’, reforça a posição do Maranhão em respeitar as diferenças, mas sem negociar aquilo que o Brasil tanto lutou para garantir: o estado democrático de direto no país”, explicou Carlos Brandão.

Em discurso aos presentes, o presidente Lula agradeceu pela solidariedade prestada e fez duras críticas aos grupos envolvidos nos atos de vandalismo.

“Vocês vieram prestar solidariedade ao país e à democracia. O que nós vimos ontem foi uma coisa que já estava prevista. Isso tinha sido anunciado há algum tempo atrás. As pessoas não tinham pautam de reivindicação. Eles estavam reivindicando golpe, era a única coisa que se ouvia falar”, disse.

O presidente também voltou a criticar duramente a ação das forças policiais e disse que é preciso apurar e encontrar os financiadores dos atos democráticos. “A polícia de Brasília negligenciou. A inteligência de Brasília negligenciou. É fácil a gente ver os policiais conversando com os invasores. Não vamos ser autoritários com ninguém, mas não seremos mornos com ninguém. Nós vamos encontrar quem financiou [os atos golpistas]”.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que as investigações em curso devem resultar em novos pedidos de prisão preventiva e temporária, principalmente contra os financiadores.

Dino também enalteceu o papel do Judiciário e a presença dos governadores dos estados em apoio ao Três Poderes. “Esta é uma reunião inédita na vida brasileira, pela representação de todos os estados e todos os Poderes. Não se combate extremismo com outro extremismo, se combate com contraste e sendo diferente dele”, destacou.

Presente na reunião, a ministra Rosa Weber, presidente do STF, também fez questão de enaltecer a presença dos governadores em um gesto de compromisso democrático com o Brasil. “Eu estou aqui, em nome do STF, agradecendo a iniciativa do fórum dos governadores de testemunharem a unidade nacional, de um Brasil que todos nós queremos, no sentido da defesa da nossa democracia e do Estado Democrático de Direito. O sentido dessa união em torno de um Brasil que queremos, um Brasil de paz, solidário e fraterno”.

Em outro gesto de unidade, após o encontro, presidente, governadores e ministros do STF atravessaram a Praça dos Três Poderes a pé, até a sede do STF, edifício que ontem também foi brutalmente destruído. A ministra Rosa Weber garantiu que o prédio estará pronto para reabertura do ano judiciário, em fevereiro.

Ao final da visita ao STF, Carlos Brandão reiterou que participou dessa importante reunião para o Brasil, em solidariedade aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, e ao mesmo tempo, em protesto a esses vândalos que destruíram as sedes desses poderes. “Aproveitei para manifestar apoio ao presidente da República e fortalecer a nossa Democracia. Nós governadores aproveitamos para fazer a travessia do Palácio do Planalto até o Supremo Tribunal, onde pudemos verificar os danos”, afirmou o governador do Maranhão.

Autoridades presentes

Além do governador do Maranhão, Carlos Brandão, estiveram presentes os governadores do Acre, vice-governadora Mailza Assis; Alagoas, Paulo Dantas; Amapá, Clécio Luís; Amazonas, Wilson Lima; Bahia, Jerônimo Rodrigues; Ceará, Elmano de Freitas; Distrito Federal, governadora em exercício Celina Leão; Espírito Santo, Renato Casagrande; Goiás, vice-governador Daniel Vilela; Mato Grosso, vice-governador Otaviano Pivetta; Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel; Minas Gerais, Romeu Zema; Pará, Helder Barbalho; Paraíba, João Azevêdo; Paraná, Ratinho Junior; Pernambuco, Raquel Lyra; Piauí, Rafael Fonteles; Rio de Janeiro, Cláudio Castro; Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra; Rio Grande do Sul, Eduardo Leite; Rondônia, representante Augusto Leonel de Souza Marques; Roraima, Antônio Denarium; Santa Catarina, Jorginho Mello; São Paulo, Tarcisio de Freitas; Sergipe, Fábio Mitidieri; e Tocantins, Wanderlei Barbosa.

Representando o Supremo Tribunal Federal, estiveram a presidente do STF, Rosa Weber; e os ministros Luís Roberto Barroso, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski. Também se fizeram presentes no Fórum o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira; o presidente em exercício do Senado, Veneziano Vital do Rêgo, além dos senadores Randolfe Rodrigues e Jaques Wagner.

Brandão destaca governo democrático e diz que as portas do Palácio dos Leões estão abertas para todos

O governador Carlos Brandão (PSB) assegurou que o Governo do Maranhão seguirá os caminhos da democracia e que não haverá espaço para perseguições e ódio durante a sua gestão.

Brandão afirmou que as portas do Palácio dos Leões estão abertas para todas as instituições e movimentos sociais, assim como empresários e demais segmentos.

“Continuamos recebendo todos, independentemente de apoios, sempre com diálogo, que é minha maneira de trabalhar. Já recebemos a Fataema. Hoje vou receber as quebradeiras de coco, e vou continuar atendendo os movimentos sociais, bem como empresários, com quem reuni ontem”, disse o governador.

Brandão ainda comentou que agora é governador de 7 milhões de maranhenses e o governo honrará parceria com os 217 municípios.

“Uma verdadeira frente ampla em prol da democracia”, classifica Brandão o ato de ex-presidenciáveis aderirem eleição de Lula

Em um ato histórico, o ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), conseguiu a adesão de oito ex-presidenciáveis em torno da sua eleição à Presidência da República.

São eles: Marina Silva, João Vicente Goulart, Cristovam Buarque, Guilherme Boulos, Luciana Genro, Henrique Meirelles, Fernando Haddad e Geraldo Alckmin.

No Maranhão, o governador Carlos Brandão (PSB), classificou o ato como uma verdadeira frente ampla em prol da democracia.

“O gesto confirma o que tenho dito: diante dos ataques atuais a democracia, o momento é de união para o bem do país. A verdadeira democracia respeita o equilíbrio entre os poderes, a Constituição e os direitos fundamentais.”, disse Brandão.

 

“Construir a democracia é uma tarefa diária com respeito às opiniões diferentes”, diz Carlos Brandão

No Dia Internacional da Democracia, o governador Carlos Brandão (PSB) reafirmou o respeito ao equilíbrio entre os poderes do Estado, à Constituição Federal e aos direitos e garantias do povo.

Em suas redes sociais, o governador citou Ulysses Guimarães no célebre discurso de 88: “Traidor da Constituição é traidor da pátria.”

Para Brandão, construir a democracia é uma tarefa diária com respeito às opiniões diferentes e garantia de oportunidades, direito à dignidade e um projeto de vida.

“A verdadeira democracia está ao alcance de todos”, disse o governador.

Presidente do STF destaca importância da democracia e liberdade de imprensa no Brasil

Diante dos ataques do Governo Bolsonaro, o ministro presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux, engrossou o tom ao falar da importância da democracia e da liberdade de imprensa no Brasil.

“Num país onde a imprensa não é livre, num país onde a imprensa é intimidada, num país onde a imprensa é amordaçada, num país onde a imprensa é regulada, sendo a imprensa um dos pilares da democracia, nesse país, com tantas restrições à liberdade de imprensa, a democracia é uma mentira e a Constituição Federal é uma mera folha de papel”, disse Fux.

A defesa ocorre em um momento no qual a atuação da imprensa e do STF tem sido questionada por membros do Poder Executivo.