Ato Falho? “A tese de golpe fica cada vez mais distante”, diz Rubens Júnior

Durante o depoimento do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do Governo Lula, general Gonçalves Dias, na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os eventos ocorridos em 08 de janeiro, um incidente inesperado chamou a atenção dos presentes.

O deputado federal Rubens Júnior (PT-MA) cometeu um “ato falho” que rapidamente se tornou o centro das atenções.

Enquanto fazia perguntas ao general Gonçalves Dias, o deputado expressou sua opinião de que o general poderia sair de cabeça erguida e que a tese de “golpe” ficava mais distante.

Logo após perceber o erro, Rubens Júnior tentou corrigir sua afirmação, mas os parlamentares da oposição presentes na CPMI não perderam a oportunidade de destacar o “ato falho” e sorriram.

CPI do 8 de Janeiro: ‘Cala a boca, respeita a comissão’, diz relatora a deputado; sessão é interrompida; veja vídeo

A sessão que recebeu o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal Silvinei Vasques da CPI do 8 de janeiro foi interrompida após um bate-boca entre a relatora Eliziane Gama (PSD-MA) e parlamentares presentes. A senadora questionava o depoente por um processo administrativo interno da corporação quando parlamentares da oposição começaram a interromper.

— Estou lhe perguntando sobre ação de um fato específico em Goiás, que correu na Justiça Federal, onde o caso era agressão a um frentista que se recusou a lavar uma viatura do frentista. Isso ocorreu ou não, Seu Silvinei? — questionou inicialmente a relatora.

Silvinei negou ter sido condenado:

— Não tenho condenação penal nesse caso. O cidadão entrou contra a União por R$ 20 mil e ganhou. Eu não fui sequer chamado para depor— disse o ex-diretor da PRF que foi interrompido por Eliziane. “Estou fazendo uma pergunta pontual”, afirmou a relatora.

O deputado bolsonarista Delegado Éder Mauro (PL-PA), que não faz parte da comissão, interrompeu o questionamento e começou a gritar: “Ele já respondeu”. Eliziane continuou a insistir na pergunta:

— Estou pedindo que o depoente responda, que ele não enrole. Não vou aceitar que parlamentar nenhum tente cercear a minha voz. Deputado, vossa excelência, nem faz parte da comissão. Vai gritar em outra lugar. Respeite esta comissão, cale a sua boca. Não vou me submeter a esse tipo de agressão — disse Eliziane Gama.

“Cale a boca não”, seguiu Éder Mauro aos gritos.

Em seguida, o presidente da sessão Arthur Maia (União-BA) suspendeu a sessão sob o argumento de que não quer que o colegiado “vire balbúrdia”.

Lula oferece cargos de segundo escalão: Josimar e Detinha retiram assinatura da CPMI 

Após ofensiva do governo Lula, os deputados federais maranhenses Josimar de Maranhãozinho e Detinha, ambos do Partido Liberal (PL), decidiram retirar suas assinaturas do requerimento para instalação da Comissão parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que pretende apurar responsabilidades pelos ataques promovidos às sedes dos Três Poderes, em Brasília (DF), no dia 8 de janeiro.

Para barrar o avanço da coleta de assinaturas, a base do governo estaria oferecendo cargos de segundo escalão, sendo distribuídos a indicados dos parlamentares.

A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), além de diretorias dos Correios, do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e do Departamento Nacional de Obras contra as Secas (Dnocs), seriam os principais focos de propostas.

 

Senador confirma que Lula teme CPMI do 8 de janeiro

Se no começo, os aliados de presidente chegaram a defender a instauração de uma CPI para investigar o ato de 8 de janeiro, agora Lula (PT) tem orientado seus aliados a se manterem distantes da pauta.

De acordo com o senador Humberto Costa (PT-PE), o governo federal “vai investir pesadamente” para evitar a instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre os atos de 8 de janeiro”.

“O governo vai investir pesadamente para que os parlamentares sejam convencidos de que não é o melhor caminho e, se o instrumento for a retirada das assinaturas, que assim se faça”, acrescentou o congressista.

O Executivo alega que essas investigações do 8 de janeiro possam tirar do holofote a agenda de Governo que o Planalto pretende implementar nos próximos meses e prejudiquem a tramitação de propostas como a reforma tributária. Para esvaziar a do 8 de janeiro, o Governo Federal deve apoiar outras CPIs, como as da Americanas e CPI das Joias.

De acordo com os bastidores, o Executivo ameaça não pagar os R$ 13 milhões em emendas individuais aos 209 deputados federais de primeiro mandato, caso eles continuem apoiando a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro.

Pastor Gil retira assinatura da CPMI de apuração da omissão do Governo Lula nos atos de 8 de janeiro

O deputado federal Pastor Gil, PL, retirou a sua assinatura da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) em 8 de janeiro, tornando-se a terceira pessoa a fazê-lo. O deputado federal André Fernandes (PL-CE), autor da comissão, foi quem divulgou o nome do parlamentar.

Na semana anterior, os deputados Célio Silveira (MDB-GO) e Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ) também retiraram seu apoio à CPMI. Segundo informações, o governo do presidente Lula está fazendo muitos esforços para impedir a instalação da comissão.

Em 27 de fevereiro, a CPMI foi protocolada no Congresso com o apoio inicial de 189 deputados e 33 senadores. O número mínimo necessário para instaurar um colegiado é de 171 deputados e 27 senadores.

Apesar das retiradas de apoio, a comissão ainda conta com 191 adesões de parlamentares da Câmara, pois conseguiu obter mais apoios. No Senado, o número de assinaturas chegou a 35.