O início da janela partidária sem sombra de dúvidas levanta sempre a discussão que chega até atormentar alguns políticos.
A tal da fidelidade partidária.
Um caso, de possível migração, tem feito parte da agenda da imprensa nos últimos meses: a ida de Geraldo Alckmin para o PSB, no intuito de ser vice do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Alckmin, tucano raíz, chegou a disputar a presidência com Lula, onde o petista derrotou o então tucano de bico grosso, que foi o governador que mais comandou o Estado de São Paulo após a redemocratização.
No Maranhão, ocorre um movimento parecido, mas com papéis invertidos.
O vice-governador Carlos Brandão, ainda ingresso no PSDB, já se prepara para embarcar no PSB para ser candidato à reeleição. Enquanto Alckmin chega ao partido do saudoso Miguel Arraes para ser vice do PT, no Maranhão, o tucano Brandão vai para o partido de Carlos Siqueira para ter o PT como vice.
As duas histórias, com geolocalização distantes, se aproximam quando o que está em jogo é um modelo posto de governar [no Brasil] e uma ameaça aos avanços que uma gestão trouxe nos últimos anos [no Maranhão].
Acima de qualquer um dos tantos partidos políticos no Brasil, está a biografia de quem coloca a foto 3×4 na urna eletrônica.
Alckmin, ao deixar o PSDB não abandona sua história nem deixa para trás suas ideologias e convicções que aprendeu e também ensinou no ninho tucano, tampouco Carlos Brandão.
Longe de qualquer vaidade, o PT, PSB e figuras históricas do PSDB tem consigo a ideia que é preciso nascer um movimento sem paixões, mas com um propósito de colocar o Brasil e cada unidade federativa nos rumos corretos.
A ida de Brandão para o PSB para garantir palanque forte para Lula no Maranhão mexeu com o brio de políticos, que quando preciso, falam que ideologia só se discute em eleição. Na prática – para essas “personas no grata” da política do Maranhão – é isso que acontece.
O PDT, por exemplo, um partido que, no Maranhão, foi marcadamente ideológico, tem perdido a cada dia identidade e se distanciado do legado do saudoso prefeito de São Luís e governador Jackson Lago.
O mandatário de hoje, o senador Weverton Rocha, aprendeu em Brasília, ao que parece, que partido de aluguel é um bom negócio.
Mesmo tendo sido seu único partido, com a mudança de caminho desde que assumiu a presidência, Weverton tem perdido membros históricos do PDT.
Diferente de Alckmin e Brandão, que deixam suas maiores escolas políticas, o ninho tucano, continuam carregando suas convicções do que pode ser um Brasil gigante e um Maranhão que não pode conhecer a depressão.
Figuras históricas pedetistas, por exemplo, decidiram trilhar com o lado certo da política. Distante dos balcões de negócios de Brasília e perto do povo, da base e sem esquecer da ideologia, que é o que aquece o coração de qualquer militante convicto.
Editorial do programa Xeque-Mate, o Jogo do Poder, da rádio Mais FM (99,9) da terça-feira, 08 de março