No PSD, senadora Eliziane Gama se mantém firme e não apoia candidatura de Braide

A presença da senadora Eliziane Gama (PSD) no evento de lançamento da pré-candidatura do deputado federal Duarte Jr. (PSB) à Prefeitura de São Luís causou desconforto entre os membros do PSD no Maranhão. A questão tornou-se ainda mais polêmica dado que o candidato oficial do partido à prefeitura é o atual prefeito, Eduardo Braide.

Alguns integrantes do PSD, possivelmente mal informados, chegaram a acusar a senadora de “traição” partidária por apoiar um candidato de outro partido. No entanto, essa crítica ignora a flexibilidade das regras partidárias brasileiras, que permitem aos parlamentares, em certas circunstâncias, agir de forma independente em relação às decisões partidárias.

O caso de Eliziane Gama é um exemplo claro dessa flexibilidade. Ao se filiar ao PSD, a convite da direção nacional, Eliziane garantiu que teria autonomia para atuar de maneira independente no Maranhão. Desde o início, ela deixou claro que não seguiria a candidatura do prefeito Eduardo Braide, que é opositor de seu grupo político. A direção nacional do PSD aceitou essa condição, permitindo que a senadora apoiasse o candidato de seu grupo político, Duarte Jr., em vez do candidato oficial do partido.

Essa mesma independência se aplica à posição de Eliziane Gama em relação ao candidato do PSD à Prefeitura de Imperatriz, deputado federal Josivaldo JP. A senadora mantém sua postura de apoio aos candidatos alinhados com seu grupo político, em vez de seguir a orientação oficial do partido.

Deputado revela encontro de assessor de Eliziane e G. Dias

O deputado Filipe Barros (PL-PR) revelou na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro mensagens que sugerem um encontro entre o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias, e seu filho, onde discutiram um encontro com o chefe de gabinete da senadora maranhense Eliziane Gama (PSD).

No conteúdo das mensagens, Gabriel, filho de G.Dias, comunica a seu pai que “Júlio e Binho” entraram em contato com Eliziane e a senadora teria orientado seu assessor a conversar com Gonçalves Dias. O ex-ministro indaga: “Você vai trazer o assessor aqui?” e o filho confirma o encontro.

O diálogo, conforme apresentado por Barros, ocorreu no dia 29 de agosto, apenas dois dias antes do depoimento de Gonçalves Dias perante a Comissão. Adicionalmente, foi revelado que logo após a reunião, um documento com perguntas e respostas a serem feitas durante o depoimento foi enviado ao general.

“No documento, constam essencialmente as mesmas perguntas formuladas pela relatora durante o interrogatório”, destacou Barros. “A relatora não deveria permitir que seu chefe de gabinete se encontrasse clandestinamente com um depoente sob investigação. Isso mancha o relatório da CPMI”, acrescentou o deputado.

Membros da oposição acusaram a relatora, Eliziane Gama. Em resposta, a assessoria da senadora declarou que ela desconhece a suposta conversa e que não autorizou ninguém a falar em seu nome.

Eliziane não descarta convocar Bolsonaro para CPI do 8 de Janeiro

O líder do governo no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), informou nesta quinta-feira (25) que a base aliada quer ouvir na CPI dos Atos Golpistas o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Designada nesta quinta-feira relatora da CPI, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) informou, logo após a declaração de Randolfe, que a discussão sobre uma eventual convocação do próprio ex-presidente Jair Bolsonaro pode acontecer “ao longo do processo”.

Para que uma pessoa preste depoimento à CPI, na condição de convidada ou convocada, é necessário que um parlamentar apresente um requerimento propondo ouvir a pessoa e que o plenário da CPI aprove esse requerimento.

Eliziane Gama foi questionada sobre uma eventual convocação de Bolsonaro, respondeu:

“Se o ex-presidente Jair Bolsonaro será convocado ou não, é um debate que poderá ocorrer ao longo do processo. Acho que antecipar agora quem será convocado é temerário, estamos numa primeira fase do processo.”

Criada em 26 de abril, a comissão foi instalada nesta quinta-feira, quase um mês, com a eleição do deputado Arthur Maia (União Brasil-BA) para o cargo de presidente do colegiado.