PF afirma que Juscelino Filho seria “sócio oculto” da empresa de Eduardo DP

Quando se imaginava que o “cabo de aço” entre o deputado federal (União Brasil) e ministro das Comunicações Juscelino Filho e a Polícia Federal (PF) estava equilibrado no que respeita ao indiciamento dele pela prática dos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva ao apontar seu envolvimento em suposta corrupção no desvio de parte dos R$ 7,5 milhões em emendas parlamentares destinadas ao município de Vitorino Freire, sua base política, eis que vem à tona a informação de que o  relatório da PF fundamenta a denúncia  afirmando que o ministro “controlava” as licitações da Prefeitura de Vitorino Freire. De acordo com o documento encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), ao contrário do que vinha afirmando o ministro, de que viabilizou as emendas para Vitorino Freire como deputado federal, mas nada teve com o uso do dinheiro, que foi movimentado pela Codevasf na construção da estrada que beneficia hoje fazendas dele e da sua família, por não ser da sua alçada, ele sabia, sim, do roteiro dos recursos das emendas. A defesa do ministro nega com veemência todas as acusações.

A PF afirma que o deputado federal Juscelino Filho controlava as licitações, que eram sempre vencidas pela empresa Construservice, numa costura nada republicana com o empresário Eduardo José Barros Costa, o “Eduardo DP”, tudo com o aval da prefeita Luanna Rezende (UB), irmã do ministro, segundo a edição de ontem do jornal O Globo.

Bem na linha do “mata a cobra e mostra o pau”, em seu documento, a PF teria demonstrado que Juscelino Filho seria “sócio oculto” da Construservise, e que essa “sociedade” estaria confirmada em “cláusulas restritivas de competição que contaram com a participação de Juscelino Filho”. A suspeita é reforçada “por mensagens trocadas entre o hoje ministro no período entre 2017 e 2020, quando Juscelino era deputado federal, tratavam sobre a destinação de emendas e execução de obras”. Segundo O Globo, o relatório “demonstrou que Juscelino Filho tinha o controle das licitações que envolviam as empresas do Eduardo DP”.

Mas, assim como o ministro Juscelino Filho, que reagiu às acusações e ao indiciamento como uma armação política destinada a desestabilizá-lo, a defesa dele jogou pesado para desqualificar o relatório da investigação, por meio do qual a PF afirma que o ministro tem culpa grave no cartório por isso pediu o trancamento da ação no STF. Os advogados defensores negam enfaticamente as supostas irregularidades e, segundo o Globo, afirmam que “as conversas incluídas no inquérito da PF são de anos anteriores aos processos de licitação” E mais, garantem que o papel do então deputado federal Juscelino Filho foi o de indicar as emendas parlamentares, sem ingerência na contratação e na execução da obra”. E mais ainda, conforme o Globo, a defesa afirma que “essa suposta demonstração da participação do peticionário (Juscelino Filho) no esquema criminoso não corresponde ao conteúdo do relatório policial, que se limitou a identificar emendas destinadas pelo então deputado federal Juscelino Filho parlamentar”. Eles reforçam o argumento de que a PF não aponta “nenhum elemento que relacione o peticionário (ministro) à suposta inclusão de cláusula restritiva em procedimento licitatório.

Agora, caberá à Procuradoria-Geral da República se manifestar sobre as conclusões do inquérito, podendo reforçar a denúncia feita pela PF como consistente ou pedir para o inquérito ser arquivado, inocentando o ministro das Comunicações. Se a denúncia emplacar, o ministro Juscelino Filho vai enfrentar barra pesada para escapar de uma condenação, o que comprometerá sua carreira, podendo afastá-lo da vida pública. Se não vingar, seu destino será o arquivamento, e nesse caso o ministro estará livre para voltar a sonhar com o Palácio dos Leões.

Vale, portanto, aguardar a manifestação do Ministério Público Federal e, depois dela, a canetada do ministro Flávio Dino confirmando ou não a denúncia feita pela PF.

Justiça Federal afasta gerente da Codevasf que teria recebido propina do empresário Eduardo DP

O gerente da 8ª Superintendência Regional da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Julimar Eduardo Costa, foi afastado do cargo por uma determinação da Justiça Federal.

Julimar é suspeito de ter recebido propina de empresas ligadas ao empresário Eduardo Costa, o Eduardo DP, ou Imperador, investigado por desvios no órgão. A Polícia Federal também cumpriu mandados busca e apreensão na residência do gerente nesta quinta-feira (19).

Segundo a PF, o inquérito teria identificado pagamentos de R$ 250 mil feitos por empresas ligadas ao empresário Eduardo José Ribeiro Costa, o Imperador. Diante dos indícios, a PF pediu à Justiça o afastamento do gerente de suas funções.

O caso tem relação com a “Operação Odacro”, deflagrada pela PF em julho deste ano, após a constatação de que um esquema na Codevasf contava com as mesmas pessoas e empresas já investigadas em 2015 pela Polícia Civil do Maranhão, por suspeitas de desvios de recursos públicos da Prefeitura de Dom Pedro.

“Após a referida operação policial, notou-se que o esquema criminoso não recuou, ao contrário, acabou crescendo exponencialmente nos anos posteriores, alterando, apenas, a origem da verba desviada – que passou a ser federal”, destacaram os federais, à época.

A investigação tem como principal alvo o empresário Eduardo José Barros Costa, o Eduardo DP, ou Imperador.

De acordo com a apuração federal, Eduardo DP abriu empresas em nome de terceiros para competir entre si nas licitações, com o objetivo de vencer os certames na Codevasf.

Além de colocar as suas empresas e bens em nome de parceiros, o investigado também possui contas bancárias vinculadas a CPFs falsos, como forma de dificultar a atuação dos órgãos de controle.

Em nota emitida após o afastamento do gerente, a Codevasf informou “que colabora com o trabalho da Justiça e que o processo judicial correspondente se encontra sob segredo de Justiça”.

Liberdade de Eduardo DP custou R$ 121 mil e uso de tornozeleira eletrônica

O empresário Eduardo Costa, o “Imperador”, pagou a fiança de R$ 121 mil, equivalente a cem salários-mínimos para deixar a prisão em que foi preso apontado como sócio oculto da empresa Construservice acusada de fraudar licitações feitas com recursos da Codevasf do Maranhão.

O juiz Luiz Régis Bomfim Filho, da 1ª Vara Federal de São Luís, determinou a sua soltura. O Ministério Público Federal havia solicitado a conversão da prisão temporária em preventiva, mas o pedido foi indeferido.

Além da fiança de R$ 121 mil, Eduardo DP terá que fazer uso de tornozeleira eletrônica. Segundo a defesa, o empresário já foi colocado em liberdade.

Na operação deflagrada na quarta-feira, 20, a PF apreendeu cerca de R$ 1,3 milhão no endereço de um laranja ligado ao empresário.

Toma! Justiça mantém publicação do Xeque-Mate que mostra relação de Weverton e Eduardo DP, preso pela PF

O senador Weverton Rocha (PDT) tenta esconder a sua relação com o empreiteiro Eduardo DP, o Imperador.
O empreiteiro Eduardo DP foi preso pela Polícia Federal nesta quarta-feira (20), acusado de supostamente comandar, segundo a Operação Odoacro, da Polícia Federal, uma associação criminosa estruturada para promover fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro, envolvendo verbas federais da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba).

Para ocultar o seu relacionamento com o “amigo de milhões”, o Eduardo DP, Weverton Rocha acionou a Justiça, por meio do PDT, o programa Xeque-Mate e outros sites e blogs que apresentaram a afinidade entre o empresário preso e o principal morador da “República de Barreirinhas”, o senador pré-candidato ao Governo do Maranhão.

Em tutela de urgência, o PDT tentou tirar do ar as notícias produzida pelo perfil do programa Xeque-Mate, no Instagram, e outros conteúdos feitos pelos sites Diário 98, iMaranhão, e o blog Domingos Costa,

Na representação, os advogados de Weverton chegam a questionar a estética (cores, design, formas) das publicações do Instagram do Xeque-Mate como sendo propositalmente feitas para atingir o vizinho de Eduardo DP, no caso, Weverton Rocha.

“O perfil presente no Instagram, “Xeque Mate Radio”, utiliza-se do mesmo expediente, mas também de forma ligeiramente diferente, pois na respectiva postagem faz referência na imagem de forma destacada (único destacado na cor laranja) ao nome de Weverton Rocha, acompanhado do texto ‘Polícia Federal chega à República de Barreirinhas e prende aliado de Weverton Rocha’”, diz a peça.

Weverton, além de querer apagar qualquer relação com o empreiteiro preso, também pediu R$ 20 mil em multa pela publicação do conteúdo informativo.

Decisão

O juiz André B. P. Santos, relator da tutela de urgência, garante em sua decisão a liberdade de pensamento e expressão e a crítica de natureza política.

“Por fim, a interpretação jurídica não pode embaraçar a crítica de natureza política, garantida a proteção, em maior grau possível, da liberdade de pensamento e expressão, inteligência do §1º, do art. 10, da Resolução TSE nº 23.610/2019. Além disso, para o período anterior ao dia 16 de agosto do ano da eleição, a manifestação de crítica a filiado, mesmo que já candidato, é própria do debate democrático e é regida pela liberdade de manifestação, no termos do §2º, do art. 27 da mesma norma”, diz trecho da decisão do juiz André B. P. Santos.

Polícia Federal chega à República de Barreirinhas e prende aliado de Weverton Rocha

Após ter seu nome envolvido diretamente no escândalo do Orçamento Secreto, o senador Weverton Rocha (PDT) se vê agora em mais um problema com a possível prisão temporária de um aliado de primeira hora e vizinho do seu “condomínio” na chamada “República de Barreirinhas”.

Trata-se de Eduardo DP, um empresário da Construção Civil com negócio não só no Maranhão, mas em outros estados. Apelidado de Imperador, ele foi alvo da A Polícia Federal deflagrada na manhã desta quarta-feira, 20/7, nas cidades de São Luís/MA, Dom Pedro/MA, Codó/MA, Santo Antônio dos Lopes/MA e Barreirinhas/MA.

Denominada  Operação Odoacro, a ação tem a finalidade de desarticular associação criminosa estruturada para promover fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro, envolvendo verbas federais da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

Vizinho, amigo e frequentador da mansão de Weverton Rocha na República de Barreirinhas, Eduardo DP é Filho da ex-prefeita de Dom Pedro, Arlene Costa, Eduardo DP foi alvo de mandados de prisão em pelo menos quatro operações contra a agiotagem no estado, no início do governo de Flávio Dino (PCdoB), deflagradas pela Superintendência Estadual de Prevenção e Combate à Corrupção (Seccor), da Polícia Civil, e pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MP-MA: Imperador I; El Berite II; Imperador II; e Paulo Ramos II.