Lahesio nega Bolsonaro e coloca sua campanha em risco

O ex-prefeito de São Pedro dos Crentes e candidato ao Governo do Maranhão, Lahesio Bonfim (PSC), pode ter pisado em falso ao tentar mudar a sua estratégia de campanha e afirmar que irá fugir da polarização entre esquerda e direita.

Mais do que o neo-bolsonarista Weverton Rocha (PDT), Lahesio tem afinidade com os eleitores de Jair Bolsonaro, que o consideram como o verdadeiro representante do atual presidente.

Em recente entrevista à TV Mirante, Bonfim declarou que não está preocupado com o apoio de Bolsonaro.

“Eleição nacional ela tá polarizada, mas aqui no Maranhão nós temos algo diferente. Nós não vamos polarizar como eles querem, não é intenção nossa de forma alguma que essa eleição no Maranhão se polarize. Quem está passando fome no estado não tem lado, não tem ideologia política, (…). Eu não vou entrar nessa linha, não estou preocupado se o presidente vai ou não vir para minha campanha, de forma alguma”, destacou.

A declaração de Lahesio, está ligada à indiferença de Bolsonaro, que das últimas vezes que veio ao Maranhão não foi justo e leal com quem sempre o apoiou.

Analistas da política maranhenses avaliam que o ex-prefeito de São Pedro dos Crentes não pode se iludir a ponto de acreditar que seu desempenho nas pesquisas, já encostando no senador Weverton, está ligado ao trabalho realizado como prefeito da sua cidade. E que a polarização entre direita e esquerda é fator primordial para o seu bom desempenho.

Ao se afastar de Bolsonaro, Lahesio pode pagar um preço muito alto.

Lula diz que militares são mais responsáveis do que Bolsonaro e não permitirão golpe

O ex-presidente Lula, candidato do PT à Presidência da República disse nesta quarta-feira (27) não acreditar em um possível golpe caso Jair Bolsonaro (PL) perca as eleições.

“Como podemos pensar em golpe? Não acredito que as Forças Armadas aceitem isso, não acredito que a sociedade brasileira permita. Não acredito. Esse cidadão (Bolsonaro), se ele começar a brincar com a democracia, ele vai pagar um preço muito caro”, disse Lula.

O petista citou o período em que esteve no poder e sua relação com as Forças Armadas. Para ele, as Forças Armadas são “mais responsáveis” em relação a manter democracia no país.

“Eu acho que nós temos que ter em conta que os militares são mais responsáveis do que o Bolsonaro”, afirmou.

Batom na cueca! Weverton Rocha aparece ao lado de Jair Bolsonaro

O senador Weverton Rocha (PDT) enfim assumiu publicamente o seu compromisso com o presidente Jair Bolsonaro (PL).

A confirmação aconteceu em um evento no município de Lado da Pedra, em que surpreendeu o público aparecendo em um banner gigantesco ao lado do presidente Bolsonaro.

O senador foi ao município de Lago da Pedra a convite da prefeita Maura Jorge (PL) principal aliada do presidente no Maranhão.

Em discurso, Maura confirmou que o apoio à pré-candidatura de Weverton Rocha foi um pedido de Bolsonaro.

Após trair o ex-governador Flávio Dino (PSB) e o ex-presidente Lula (PT), Rocha deu indícios de que compartilha com os interesses de Bolsonaro e seguiria os projetos do presidente.

Agora candidato, Bolsonaro pode sofrer punição eleitoral se voltar a atacar as urnas, avaliam procuradores e ministros

Procuradores eleitorais e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) afirmam que, agora que se tornou oficialmente candidato, o presidente Jair Bolsonaro corre risco de punição eleitoral caso faça novos ataques às urnas eletrônicas.

Eles entendem que Bolsonaro agora fica sujeito a multas, perda de tempo de TV e até, em último caso, à cassação do registro da candidatura. O presidente tem repetido, sem apresentar provas, suspeitas já desmentidas sobre o sistema eleitoral brasileiro. Na semana passada, num gesto que repercutiu muito mal entre políticos e juristas, ele reuniu embaixadores estrangeiros para disseminar ataques sem fundamento às urnas.

Antes de Bolsonaro ser confirmado como o candidato do PL, havia uma divergência entre procuradores e ministros do STF sobre que tipo de sanção o presidente poderia sofrer. Uma ala do mundo jurídico entendia que punições não se aplicariam a um pré-candidato.

Lei do Impeachment indica que Bolsonaro cometeu ‘supercrimes’

Pela Lei do Impeachment, o presidente Jair Bolsonaro (PL) cometeu uma sucessão de “supercrimes” de responsabilidade. É o que diz Eloisa Machado, professora de Direto Constitucional da FGV, em entrevista nesta quinta-feira (21).

No início da semana, Bolsonaro, que é pré-candidato à reeleição, reuniu embaixadores para repetir, sem provas, suspeitas já esclarecidas sobre urnas eletrônicas e para atacar ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).

Segundo Machado, das atitudes do presidente durante a reunião com os embaixadores, é passível de punição:

Usar a estrutura do governo para fazer campanha antecipada;

Mentir sobre as urnas eletrônicas;

Tentar impedir o exercício de direitos e a atuação dos Poderes;

E incitar as Forças Armadas contra instituições civis.

“Quando a gente fala de enquadrar a conduta do presidente Jair Bolsonaro como um crime de responsabilidade previsto na Constituição, seja em relação ao livre exercício dos demais poderes e ao exercício dos direitos políticos já antecipando uma vontade de desrespeitar o resultado das eleições, a gente está falando de dois supercrimes de responsabilidade que estão ali na espinha dorsal do sistema de controles que se impõe a um presidente da República”, explica Machado.

Machado também explica o motivo de parecer tão difícil que Bolsonaro sofra as consequências concretas do que ele disse e fez — uma espécie de blindagem que engloba a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Câmara dos Deputados.

“A Constituição, de fato, estabelece mecanismos diferenciados para que se processe um presidente da República, e parte desses mecanismos depende de uma autorização da Câmara dos Deputados e da atuação de quem está na chefia da Procuradoria-Geral da República (PGR). Neste nosso modelo constitucional, não obstante reiteradas denúncias de crimes de responsabilidade, mais de uma centena estão ali na gaveta do presidente da Câmara dos Deputados, do [Arthur] Lira, e de várias representações criminais também contra o presidente da República, nenhuma delas teve um andamento necessário.”

“O que mostra que nós estamos numa quadra especialmente grave da nossa história, porque se antecipa a possibilidade de uma ruptura bastante grave do nosso processo eleitoral e na nossa democracia, e as instituições que deveriam agir para conter isso desde já não parecem ver tanta ameaça”, concluiu.

Diretor da Caixa Econômica Federal é encontrado morto na sede do banco em Brasília

O diretor de Controles Internos e Integridade da Caixa Econômica Federal, Sérgio Ricardo Faustino Batista, foi encontrado morto na sede do banco, em Brasília. O corpo foi encontrado na noite de terça-feira (19) por um vigilante.

Batista era funcionário de carreira da Caixa – entrou para o banco em 1989 – e assumiu a Diretoria de Controles Internos por processo seletivo em março de 2022.

Segundo a Polícia Civil do DF, a morte foi registrada inicialmente como suicídio. Em nota, Caixa manifestou pesar pela morte e disse que contribui para apuração do caso.

A Diretoria de Controle Interno e Integridade (DECOI), que Batista chefiava, é para onde são encaminhadas todas as denúncias recebidas pelo canal de atendimento criado pela Caixa Econômica Federal.

As denúncias que chegam à diretoria são sobre qualquer tema, de corrupção a assédio sexual, como as que levaram à queda do ex-presidente do banco Pedro Guimarães, que nega as acusações.

Ataques de Bolsonaro ao TSE indicam que eleição será teste para a democracia, avaliam embaixadores

Embaixadores estrangeiros que estiveram no encontro com Jair Bolsonaro na segunda-feira (18), no Palácio da Alvorada, avaliam que as falas do presidente contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indicam que a eleição de outubro será um teste para a democracia.

Na reunião, convocada pelo próprio Bolsonaro, ele tentou convencer os embaixadores sobre supostas falhas no sistema eleitoral brasileiro, ao repetir acusações sem apresentar provas e já desmentidas pelas autoridades.

Segundo relatos de representantes de embaixadas em Brasília, a grande maioria dos embaixadores saiu da reunião sem mudar a visão que já tinha: confiança nas instituições brasileiras e no processo eleitoral.

Os embaixadores vão repassar relatórios a seus países sobre o encontro. Nas palavras de um deles, transmitidas a sua equipe, os representantes estrangeiros ficaram “impressionados negativamente” com um presidente que tenta, sem provas, desmoralizar a Justiça Eleitoral do próprio país.

A maior parte dos embaixadores foi ao encontro por um dever diplomático e já chegou ao Palácio da Alvorada com uma orientação de seus governos para não endossar os ataques do presidente brasileiro ao sistema eleitoral.

Há uma preocupação, principalmente de países como os Estados Unidos e europeus, com o clima eleitoral no Brasil, o que tem levado a declarações de confiança nas instituições brasileiras.

Convenções partidárias poderão ser realizadas a partir de amanhã (20)

Começa nesta quarta-feira (20) o prazo para a realização das Convenções Partidárias Eleitorais. Os eventos poderão ser efetivados até o dia 5 de agosto.

Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Ciro Gomes (PDT), André Janones (Avante) e Jair Bolsonaro (PL) serão confirmados até o próximo domingo como candidatos; demais nomes serão confirmados nas duas semanas seguintes.

Na quarta, 20, o PDT vai oficializar a candidatura de Ciro Gomes em Brasília. A dúvida é pelo vice na chapa.

Na quinta, 21, em São Paulo, será a vez do PT oficializar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidato em chapa com o ex-governador paulista, Geraldo Alckmin (PSB). O partido conta com o apoio do PCdoB, PSB, Solidariedade, PSOL, PV e Rede Sustentabilidade.

No sábado, 23, em Belo Horizonte, o Avante realiza convenção para lançar o nome de André Janones como candidato.

No domingo, 24, no Rio de Janeiro, o PL promove a convenção que vai lançar o nome do presidente Jair Bolsonaro à reeleição. O partido tem o apoio do Progressistas, Republicanos, PSC, PTB e do Patriota.

Na quarta-feira da semana seguinte, dia 27, o MDB oficializa a candidatura da senadora Simone Tebet ao Palácio do Planalto. O evento será feito de forma virtual. O partido tem o apoio do PSDB e do Cidadania, que estão federados.

No dia 30 de julho, o Partido Novo lança Luiz Felipe D’Ávila. O candidato do União Brasil, Luciano Bivar, deve ser lançado somente no último dia das convenções partidárias, 5 de agosto, na capital paulista.

Na próxima quarta-feira, 20, também começa a valer o direito de resposta em caso de ofensas. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, esse direito beneficia candidatos, partidos políticos, federações e coligações partidárias. O direito de resposta vale para conceito, imagem ou afirmação caluniosa, difamatória, injuriosa ou sabidamente inverídica, mesmo que indireta, sobre qualquer adversário político. A partir do dia 20 de julho também fica permitida a formalização de contratos para instalação física e virtual dos comitês de campanha.

 

Seguindo roteiro de ataque às urnas, Bolsonaro faz encontro com diplomatas estrangeiros e escala ministro da Defesa

O presidente Jair Bolsonaro (PL) montou um briefing (conjunto de informações a ser apresentado em uma reunião) para apresentar nesta segunda-feira (18) a embaixadores, em Brasília, a respeito das urnas eletrônicas. A reunião é parte da estratégia de Bolsonaro de levantar suspeitas sobre o sistema eletrônico eleitoral – para, numa eventual derrota, contestar o resultado das urnas.

Oficialmente, Bolsonaro disse na live da semana passada que convidaria os embaixadores para falar “como é o sistema eleitoral brasileiro”. “Será um PowerPoint mostrando tudo o que aconteceu nas eleições de 2014, 2018, documentado, bem como essas participações dos nossos ministros do TSE, que são do Supremo, sobre o sistema eleitoral”, disse.

O ministro das Relações Exteriores, Carlos França disse que o presidente “está no direito de se manifestar” e que ele tem um “estilo muito direto”. “E ele achou que era o caso de fazer um briefing sobre segurança para os embaixadores”.

Perguntado se a reunião não traria mais prejuízos à imagem do Brasil, França diz que sistemas eletrônicos em diferentes áreas – como bancos – sofrem ataques e que acredita que a ideia do presidente é discutir o aperfeiçoamento das urnas.

Mas não é disso que se trata. O presidente Bolsonaro tem preparado o terreno ao levantar dúvidas sobre o sistema eletrônico para que, caso haja uma derrota, ele possa repetir o script de Trump – ao questionar o resultado das urnas.

Como Arthur Lira pavimentou ascensão e controle da Câmara com orçamento secreto

Herdeiro de uma tradicional família da política alagoana, Arthur Lira venceu a eleição para a presidência da Câmara em 2021, com a promessa de um Legislativo independente.

Com a caneta nas mãos, no entanto, centralizou decisões e adotou um estilo rolo compressor para fazer passar pautas favoráveis ao Executivo, como a aprovação do orçamento secreto.

Renata Lo Prete, o editor executivo dos jornais “O Globo” e “Extra” e da revista “Época” atribui seu poder de Lira à influência que tem dos recursos públicos, com destaque ao orçamento secreto.

Ele ascende ao cargo, afirma, “pela mesma razão que ele se consolida”.

“O orçamento secreto é criado ainda no no na gestão do Rodrigo Maia. Mas quem define a manobra do orçamento secreto, quem gere o orçamento secreto – e essa é a forma que ele consegue se eleger é o Arthur Lira.

“Ele consegue pavimentar sua ascensão à presidência da Câmara e controlar a Câmara.”

Paulo avalia que a situação favorável de Lira sugere uma reeleição certa, na hipótese de um segundo governo Bolsonaro e uma ainda possível, diante da eventual volta de Lula.