Pesquisa: Nenhuma capital tem preferência ideológica de esquerda

Uma recente pesquisa conduzida pelo instituto Futura Inteligência aponta um cenário de ausência de preferência ideológica na maioria das maiores capitais brasileiras.

O levantamento, que abrange 15 capitais estaduais, demonstra que a esquerda não foi mencionada como posicionamento político preferencial da maioria dos eleitores em nenhuma delas.

Em oito das capitais pesquisadas, a maioria indicou não ter preferência ideológica, enquanto em sete delas, a direita se mostrou mais popular.

A pesquisa explorou a relevância do posicionamento político do candidato na decisão do voto, perguntando aos entrevistados se esse fator era importante e, em caso afirmativo, se tinham preferência por algum posicionamento político específico.

As capitais em que a maioria se identifica com a direita são Goiânia (48,2%), Cuiabá (40,7%), Belo Horizonte (40,7%), Vitória (33,9%), Curitiba (42,4%), Florianópolis (43,5%) e Porto Alegre (40,0%).

A maioria respondeu não ter ideologias preferenciais em Rio de Janeiro (43,1%), São Paulo (39,4%), Fortaleza (39,8%), Recife (35,0%), Salvador (49,6%), São Luís (47,8%), Belém (43,4%) e Manaus (46,8%).

Além de não ser a ideologia predominante em nenhuma das capitais pesquisadas, a esquerda só aparece como o segundo posicionamento mais comum em Florianópolis (23,3%).

Nas demais, os entrevistados que se identificam com a direita ou que não têm preferência ideológica alternam entre a primeira e a segunda posição.

Em todas as cidades analisadas pela Futura Inteligência, pelo menos 74% dos entrevistados consideram a ideologia do candidato importante para decidir o voto.

As cidades com os números mais expressivos nesse sentido foram Vitória (83,7%), Salvador (83%), Manaus (82,9%), Rio de Janeiro (82,8%), Fortaleza (82,8%), Belo Horizonte (82,4%) e Curitiba (82,1%).

O instituto de pesquisas realizou um total de 14.450 entrevistas nas 15 capitais, entre novembro e dezembro, com uma margem de erro que varia de 3 pontos percentuais em Recife a 3,95 pontos percentuais em Vitória.

Projeto propõe fim das pesquisas eleitorais 30 dias antes das eleições 

Tramita na Câmara Federal um projeto do deputado federal, Rubens Otoni (PT-GO), que propõe a proibição e pesquisas eleitorais no período de 30 dias que antecede o pleito, até o encerramento da votação.

Segundo o parlamentar, o Projeto de Lei 110/23 tem o objetivo de minimizar a influência das pesquisas sobre a decisão do eleitor, principalmente os indecisos. A proposta altera a Lei das Eleições.

“A mera divulgação de pesquisas eleitorais em período próximo ao pleito pode confundir o eleitor, encorajando-o a votar em um determinado candidato ou dissuadindo-o de fazê-lo, prevalecendo a lógica dos números sobre a consciência política do cidadão”, critica Otoni. “Os efeitos são ainda mais deletérios quando se divulgam dados equivocados”, ressalta.

O projeto será despachado para análise das comissões da Câmara dos Deputados.