Presidente da Ucrânia critica Lula por aliança com a Rússia

Em entrevista a jornalistas latino-americanos em Kiev, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, criticou o presidente brasileiro Lula (PT) por “priorizar a aliança com um agressor”, referindo-se à Rússia de Vladimir Putin.

Zelensky destacou a perplexidade em relação à postura do Brasil sob o governo Lula, enquanto manifestava desejo de cooperação com outros países da região, como Argentina, Chile, Colômbia, Peru e El Salvador.

BANHO DE SANGUE
Governo Lula tem dia de hecatombe política no Congresso
PAUTA
Congresso Nacional vota vetos de Lula nesta semana
Rejeição a Lula entre população do Brasil supera aprovação

“O Brasil deve estar do nosso lado e dar um ultimato ao agressor [a Rússia]. Por que temos de repetir estas coisas? Pela memória histórica, por temas econômicos? A economia é importante até que chega uma guerra, e quando a guerra chega, os valores mudam. Pesam mais as crianças, a família, a vida, só depois está o comércio com a Federação Russa”, afirmou Zelensky na entrevista publicada pelo O Globo.

Zelensky argumentou que uma aliança do Brasil com outros países da América Latina seria mais poderosa do que uma aliança isolada com a Rússia. “Acho que uma aliança do Brasil com os países da América Latina é muito mais potente do que apenas com a Rússia. E seria justo que nos dessem esse apoio. Não tive uma declaração conjunta com o presidente Lula, ou entre Ucrânia e Brasil… por que é assim, se nós somos os atacados?”, questionou.

Lula recusa encontro com presidente da Ucrânia

O presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky solicitou um encontro com Lula durante sua escala em Brasília antes da posse de Javier Milei na Argentina. Entretanto, Lula recusou o pedido, alegando que foi feito em cima da hora, durante a cúpula do Mercosul.

O encontro incomum foi marcado pela parada de Zelensky para reabastecimento em Brasília no sábado à noite. A chancelaria brasileira enviou Maria Luisa Escorel, secretária de Europa e América do Norte do Itamaraty, para recebê-lo, considerando a circunstância atípica.

Zelensky não especificou a pauta do encontro, mas presume-se que estivesse relacionada à guerra na Ucrânia. O presidente ucraniano e Lula já se encontraram em setembro durante a Assembleia-Geral da ONU, após polêmicas declarações do brasileiro sobre o conflito.

Lula não tinha compromissos oficiais no sábado à noite, mas optou por não comparecer à posse de Milei, enviando apenas o chanceler Mauro Vieira. A decisão foi interpretada como um recado ao candidato de ultradireita, que o havia criticado durante a campanha.

Em contrapartida, Milei recebeu Zelensky na Casa Rosada e se encontrou com Jair e Michele Bolsonaro.

Presidente da Ucrânia não aplaude Lula em discurso na ONU

Durante o discurso do presidente Lula na 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas, um comportamento chamou a atenção: o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, não aplaudiu Lula e aparentou desinteresse pelo pronunciamento.

Enquanto Lula era aplaudido cinco vezes pela plateia presente, Zelensky permaneceu indiferente, sem demonstrar apoio ao presidente brasileiro. Em várias ocasiões, foi flagrado mexendo no celular e conversando durante o discurso de Lula, contrastando com sua atitude em relação a outros líderes mundiais.

A postura de Zelensky foi notadamente diferente quando Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, fez seu discurso. O presidente ucraniano demonstrou interesse e aplaudiu quando Biden condenou a Rússia e enfatizou que apenas o presidente russo, Vladimir Putin, poderia encerrar o conflito.

A relação entre Lula e Zelensky tem sido tensa, marcada por discordâncias públicas. Lula chegou a fazer declarações insinuando que a Ucrânia era parcialmente responsável pela guerra na região, o que gerou atritos diplomáticos.

No passado, Lula recusou um convite de Zelensky para uma reunião bilateral durante a Cúpula do G7 no Japão, alegando “problemas de agenda”. No entanto, durante a assembleia-geral desta semana, os dois líderes buscarão uma aproximação e têm um encontro marcado para discutir suas diferenças.

O Itamaraty informou que Lula pretende “ouvir” o que Zelensky tem a dizer, indicando uma tentativa de diálogo e reconciliação.

Lula recebe pouca atenção da mídia exterior no G7

As propostas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em relação às reformas no sistema multilateral da ONU (Organização das Nações Unidas) e ao combate às mudanças climáticas durante a cúpula do G7 não receberam destaque na mídia internacional ao longo do final de semana.

De acordo com levantamento realizado pelo Poder360, foram analisadas as publicações dos principais jornais dos países do G7, composto por Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Canadá, Itália e Japão, desde sexta (19) até as 8h desta segunda (22).

Os veículos de comunicação deram ênfase à missão do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky em atrair líderes emergentes, incluindo o brasileiro, para discutir sua “fórmula da paz” e buscar uma solução para a guerra na Ucrânia. A proposta do Brasil de criar um clube de países “neutros” para mediar o diálogo com a Rússia foi ignorada.

Havia expectativa de que Lula e Zelensky se reunissem em Hiroshima no último dia da cúpula. No entanto, devido a problemas de agenda entre os governos, o encontro não ocorreu e o presidente brasileiro não participou das conversas promovidas pelo líder ucraniano com outros países do Sul Global, como Índia e Indonésia.

Crescimento global deve começar a se recuperar este ano, diz FMI

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva, disse nesta terça-feira (17) que o crescimento econômico global deve começar a se recuperar em 2023 após tocar o fundo, apesar da contínua guerra na Ucrânia e do aumento das taxas de juros.

Falando em um painel do Fórum Econômico Mundial em Davos, Georgieva exibiu uma previsão do FMI de que o crescimento global desacelere para 2,7% este ano, de cerca de 3,2% no ano passado.

“Desde o início do ano, vemos algumas boas notícias. Também esperamos que em 2023 o crescimento comece a se recuperar após atingir o fundo, para iniciar o processo no qual subimos em vez de cair”, disse ela.

Georgieva disse que os três desafios mais significativos são a guerra Rússia-Ucrânia, a crise do custo de vida e as taxas de juros recordes. O mundo tem que se ajustar para uma maior segurança de abastecimento de forma inteligente, acrescentou ela.

Atletas russos recebem convocação para a guerra na Ucrânia, diz imprensa internacional

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou uma mobilização parcial de tropas para lutar na Guerra na Ucrânia.

Cerca de 300 mil reservistas estão sendo recrutados para intensificar o bombardeiro russo. O ministro do Esporte do país, Oleg Matytsin, afirmou que os atletas não vão ter privilégios “exclusivos” caso haja uma convocação.

O patinador artístico Dmitri Aliev, medalha de ouro no europeu, e o ex-jogador de futebol Diniyar Bilyaletdinov estão entre os nomes que foram chamados, segundo a imprensa internacional, para servir ao exército russo no combate.

No fórum “Rússia – Uma Potência Esportiva”, Matytsin revelou esperar que os atletas participem da guerra caso sejam chamados.

– O esporte não pode ser destacado como uma comunidade refinada separada que deveria desfrutar de algum tipo de privilégios exclusivos, disse o Ministro do Esporte russo em um relatório da agência oficial de notícias estatal, a TASS.

Putin anunciará anexação de 15% do território ucraniano

Em uma das maiores guinadas desde o início da guerra na Ucrânia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, vai anunciar na sexta-feira (30) a anexação das quatro regiões ucranianas que realizaram referendos de separação esta semana e que, juntas, representam 15% do território do país vizinho.

O anúncio, segundo informou nesta quinta-feira (29) o Kremlin, acontecerá durante uma cerimônia de assinatura para adicionar Donetsk e Luhansk, no leste da Ucrânia, e Zaporizhzhia e Kherson, no sul, à Rússia.

A anexação acontecerá uma semana depois do início de um referendo de quatro dias organizado e realizado por forças russas nas quatro regiões. Autoridades apoiadas pela Rússia anunciaram que uma “maioria esmagadora” votou a favor de se juntar à Rússia.

Em Moscou, estruturas para telões que transmitirão um discurso que Vladimir Putin fará à população após a assinatura da anexação já começaram a ser montados na quinta-feira (29). Segundo o Kremlin, mais telões serão espalhados por todo o país.

Após a cerimônia de sexta-feira, Putin também se reunirá com os administradores indicados por Moscou das regiões ucranianas, disse o Kremlin. Acordos serão assinados “com todos os quatro territórios que realizaram referendos e fizeram pedidos correspondentes ao lado russo”, declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

EUA envia armamentos poderosos para Ucrânia se proteger da Rússia

O porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, acusou o governo dos Estados Unidos de distanciar um acordo de paz após o anúncio da entrega de mísseis americanos à Ucrânia, para responder à ofensiva russa.

“Nós acreditamos que os Estados Unidos jogam lenha na fogueira de maneira deliberada (…) As entregas (de armas) não encorajam as autoridades ucranianas a retomar as negociações de paz”, disse o porta-voz.

Peskov também falou sobre a utilização de tais armas. Segundo ele, a Rússia não confia plenamente na Ucrânia quanto ao uso dos mísseis.

Os EUA disseram que os armamentos enviados são apenas para defesa interna e que não têm potencial para atingir o território russo.

Pressionado, Arthur do Val renuncia ao cargo de deputado estadual

O deputado Arthur do Val (União Brasil) não segurou a pressão e renunciou hoje (20) ao cargo de deputado estadual, após o Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovar, por unanimidade, o processo que poderia gerar a cassação do seu mandato.

Arthur é alvo no colegiado de 21 representações pedindo a sua cassação por quebra de decoro parlamentar, por frases sexistas contra mulheres refugiadas ucranianas.

Segundo a Lei de Ficha Limpa, mesmo deixando o cargo, se o processo de cassação dele for aprovado no plenário da Alesp, ele pode ficar inelegível por oito anos.

Rússia alerta EUA e aliados sobre “consequências imprevisíveis” se seguirem enviando armas para Ucrânia

A Rússia emitiu um comunicado informando que se os Estados Unidos e aliados continuarem a enviar armas para Ucrânia, haverá consequências imprevisíveis para a segurança regional e internacional.

De acordo com informações, uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores confirmou que a Rússia enviou notas diplomáticas aos EUA e outros países sobre o fornecimento de armas para a Ucrânia. O que a Rússia considera como: “militarização irresponsável da Ucrânia”.