Presidente da Ucrânia não aplaude Lula em discurso na ONU

Durante o discurso do presidente Lula na 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas, um comportamento chamou a atenção: o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, não aplaudiu Lula e aparentou desinteresse pelo pronunciamento.

Enquanto Lula era aplaudido cinco vezes pela plateia presente, Zelensky permaneceu indiferente, sem demonstrar apoio ao presidente brasileiro. Em várias ocasiões, foi flagrado mexendo no celular e conversando durante o discurso de Lula, contrastando com sua atitude em relação a outros líderes mundiais.

A postura de Zelensky foi notadamente diferente quando Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, fez seu discurso. O presidente ucraniano demonstrou interesse e aplaudiu quando Biden condenou a Rússia e enfatizou que apenas o presidente russo, Vladimir Putin, poderia encerrar o conflito.

A relação entre Lula e Zelensky tem sido tensa, marcada por discordâncias públicas. Lula chegou a fazer declarações insinuando que a Ucrânia era parcialmente responsável pela guerra na região, o que gerou atritos diplomáticos.

No passado, Lula recusou um convite de Zelensky para uma reunião bilateral durante a Cúpula do G7 no Japão, alegando “problemas de agenda”. No entanto, durante a assembleia-geral desta semana, os dois líderes buscarão uma aproximação e têm um encontro marcado para discutir suas diferenças.

O Itamaraty informou que Lula pretende “ouvir” o que Zelensky tem a dizer, indicando uma tentativa de diálogo e reconciliação.

Insegurança alimentar atinge 70 milhões de brasileiros

A subalimentação crônica, nível mais extremo provocado pela insegurança alimentar, atingia 4,7% da população do Brasil entre 2020 e 2022. Isso significa que, em números absolutos, 10,1 milhões de pessoas sofrem com a fome no país. Os dados estão no relatório global Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo, divulgado nesta quarta-feira (12) por cinco agências especializadas das Nações Unidas (ONU).

Um em cada dez brasileiros (9,9%) passava por situação de insegurança alimentar severa entre 2020 e 2022, mostra o estudo. Além disso, quase um terço (32,8%) da população do país está incluído nas categorias de insegurança alimentar severa ou moderada, o que equivale a 70,3 milhões de brasileiros. A situação mostra um agravamento no acesso à segurança alimentar no país. Os dados anteriores, de 2014 a 2016, indicavam percentual de 18,3%.

O estudo classifica a insegurança alimentar severa como um nível de gravidade em que, em algum momento do ano, as pessoas ficam sem comida e passam fome, o que chega a acontecer, em casos mais extremos, por um dia inteiro ou mais. Já a fome propriamente dita é uma situação duradoura, que causa sensação desconfortável ou dolorosa pela energia insuficiente da alimentação.

Por fim, a insegurança alimentar moderada é aquela em que as pessoas enfrentam incertezas sobre sua capacidade de obter alimentos e são forçadas a reduzir, em alguns momentos do ano, a qualidade e a quantidade de alimentos que consomem, devido à falta de dinheiro ou outros recursos.

Os dados nacionais fazem parte de um estudo global da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (Fida), do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Programa Mundial de Alimentos (WFP).

Na ONU, Bolsonaro cita temas de campanha, ataca governos petistas e defende pauta conservadora

O presidente Jair Bolsonaro (PL) discursou nesta terça-feira (20) na abertura da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York (EUA). Em um pronunciamento de 20 minutos, abordou temas de campanha, fazendo um balanço das ações de seu governo, atacou as gestões petistas e defendeu itens da pauta conservadora.

Por tradição, desde 1955, o Brasil é o primeiro país a discursar na abertura da Assembleia da ONU. Antes de Bolsonaro, discursaram nesta terça o secretário-geral da entidade, Antonio Guterres, e o presidente da assembleia, Csaba Korosi.

Candidato à reeleição, Bolsonaro aproveitou o discurso na ONU para citar ações como a criação do Auxílio Brasil; a redução de impostos que levou à queda do preço dos combustíveis; e privatizações de empresas estatais.

Em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, atrás de Lula (PT), Bolsonaro atacou gestões petistas e disse que o governo acabou com a “corrupção sistêmica” que, para ele, existia no país, citando as denúncias de corrupção envolvendo a Petrobras, reveladas pelas investigações da operação Lava Jato.

Humanidade está a um ‘erro de cálculo da aniquilação nuclear’, diz chefe da ONU

A humanidade está a “um erro de cálculo da aniquilação nuclear”, afirmou nesta segunda-feira (1) António Guterres, o secretário-geral da ONU. Para ele, “desde o auge da Guerra Fria” não havia risco semelhante.

“Tivemos uma sorte extraordinária até agora. Mas a sorte não é estratégia nem escudo para impedir que as tensões geopolíticas degenerem em conflito nuclear“, disse Guterres.

O secretário falou na abertura da conferência dos 191 países signatários do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP).

“Hoje, a humanidade está a um equívoco, a um erro de cálculo da aniquilação nuclear”, advertiu, ao pedir ao mundo para “se desfazer de suas armas nucleares”.

Após ter sido adiada várias vezes desde 2020 devido à pandemia de Covid-19, a 10ª conferência de análise do TNP, tratado internacional que entrou em vigor em 1970 para impedir a propagação das armas nucleares, será realiza até 26 de agosto na sede das Nações Unidas em Nova York.

ONU pede investigação completa do caso Genivaldo, morto durante uma abordagem da PRF em Sergipe

A Organização das Nações Unidas (ONU) emitiu um comunicado em seu site cobrando das autoridades brasileiras uma investigação “célere e completa”, sobre a morte de Genivaldo de Jesus Santos, de 38 anos, durante uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal, no município de Umbaúba em Sergipe.

Segundo o chefe do escritório de Direitos Humanos da ONU para a América do Sul, Jan Jarab, é fundamental que as investigações cumpram com as normas internacionais de direitos humanos e que os agentes responsáveis sejam levados à Justiça, garantindo reparação aos familiares da vítima.

Jarab também defendeu a necessidade de mais formação em direitos humanos para as polícias no Brasil, inclusive no combate dos estereótipos negativos contra as pessoas afrodescendentes, bem como na abordagem humana de pessoas com problemas de saúde mental.