Lula diz que equipe de governo não é clube ou grupo de amigos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (27) que sua equipe não configura um clube ou um grupo de amigos. “Nós não somos um grupo de amigos. Somos um governo com gente de partido diferente, de ideologia diferente, de história diferente, que tem uma única coisa que unifica a todos nós, provar a nós mesmos e ao povo brasileiro que esse país pode ser do tamanho que a gente queira. Ou ele pode ser pequeno, se a gente pensar pequeno”.

Ao participar da cerimônia de anúncio do Plano Safra 2023/2024, no valor de R$ 364 bilhões, Lula disse estar certo de que, a cada ano, fará planos melhores que os anteriores. “É o primeiro Plano Safra do nosso governo. Não tenho medo de dizer que, todos os anos, a gente vai fazer planos melhores que no ano anterior. Estou convencido disso”, disse o presidente.

“Se enganam aqueles que pensam que o governo pensa ideologicamente quando vai tratar de um Plano Safra. Se enganam aqueles que pensam que o governo vai fazer mais ou menos porque tem problemas ou não com o agronegócio brasileiro. A cabeça de um governo responsável não age assim. A cabeça de um governo responsável não tem a pequenez de ficar insultando e insuflando o ódio entre as pessoas. Esse país só vai dar certo se todo mundo ganhar”, afirmou.

Em sua fala, Lula disse ainda que o país está deixando os interesses pessoais por interesses coletivos. “Aqui não tem nenhuma criança. Todo mundo aqui é adulto e sabe o que aconteceu nesse país. Esse país não tem aptidão para autoritarismo. Esse país não tem aptidão para voltar a ter ditadura”, destacou. “Quem quiser implantar ditadura vá para outro lugar. Neste país, a gente aprendeu a gostar de democracia. E democracia é a convivência na diversidade”, acrescentou.

“Aqui, ninguém é obrigado a gostar de ninguém. Nós somos obrigados a nos respeitar. Nós somos obrigados a nos tratar da forma mais civilizada”, afirmou.

 

Juscelino Filho teria beneficiado empresas de amigos que faturaram R$ 36 milhões da Prefeitura Vitorino Freire

Empresas de amigos do ministro das Comunicações Juscelino Filho ganharam mais de 36 milhões em contratos com a Prefeitura de Vitorino Freire.

O município é governado pela irmã do ministro que contratou as firmas com verbas do orçamento secreto e de emendas parlamentares destinadas por ele.

Ao menos quatro companhias de amigos, ex-assessoras e uma cunhada do ministro foram beneficiadas, principalmente a partir de 2015, quando Juscelino assumiu seu primeiro mandato como deputado federal.

Uma dessas organizações é a Arco Construções, comandada por Antônio Tito, marido de uma ex-funcionária do ministro. A construtora fechou ao menos nove contratos, que totalizam R$ 16,2 milhões, entre 2017 e 2022 para a recuperação de estradas, reformas de prédios, locação de caminhões e construção de praças e de uma escola.

Tito é irmão Diogo Tito, que por sua vez é sócio oculto da Mubarak, outra empresa beneficiada com contratos para obras de estradas vicinais. Ao todo, a firma acumulou R$ 4,8 milhões em obras.

Maranhão Asfalto é mais uma empresa que ganhou contrato com a Prefeitura de Vitorino Freire. Atualmente, a firma tem como sócia-administradora Aline Cavalcanti Fialho Vale, irmã da mulher de Juscelino, Lia Cavalcanti. A firma ganhou três contratos de R$ 1,3 milhão, entre 2017 e 2018, para o fornecimento de concreto para estrada.

Já tinham denúncias de irregularidades recentes contra Juscelino de que ele usou 5 milhões do orçamento secreto para asfaltar uma estrada que passa em frente de oito fazendas de sua família em Vitorino Freire, trecho de 19 km liga as propriedades da família a uma pista de pouso privada e a um heliponto, o contrato foi firmado com a Construservice, de Eduardo Imperador, amigo do ministro há 20 anos. No total, a firma ganhou R$ 14,1 milhões.

Outra acusação contra o atual ministro das Comunicações seria que Juscelino teria apresentado dados falsos à Justiça Eleitoral ao prestar contas de sua campanha para deputado, no ano passado. Ao Justificar um gasto de R$ 385 mil com táxi aéreo, ele apresentou listas de passageiros de voos de helicóptero sem relação com a campanha, uma família de São Paulo aparece em 23 dos 77 relatórios de viagens pagas com dinheiro público.