“Orçamento Secreto” será de quase R$ 25 bilhões

No cenário político brasileiro, a destinação de emendas parlamentares, previstas no Orçamento de 2024, torna-se alvo de críticas devido à falta de transparência. Dos vultosos R$ 53 bilhões destinados a esse fim, aproximadamente metade, expressivos R$ 24,8 bilhões, são alocados em emendas de comissão e nas chamadas “emendas Pix”. Essas modalidades de repasse despertam questionamentos quanto à visibilidade e controle público sobre o destino desses recursos.

O atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a campanha eleitoral, destacou-se como crítico da opacidade associada às emendas, na época denominadas “emendas de relator” com a rubrica RP-9, popularmente conhecidas como “Orçamento secreto”. No entanto, apesar das críticas anteriores, não está previsto que o presidente vete essas práticas. O Orçamento, aprovado no final do ano pelo Congresso, aguarda análise do Executivo.

As emendas de comissão, identificadas pelo código RP-8, totalizam cerca de R$ 16,7 bilhões. Nessa categoria, os nomes dos autores das indicações são omitidos, exibindo apenas o nome do colegiado responsável. Já nas transferências especiais, ou emendas Pix, que alcançam a cifra de R$ 8,1 bilhões, os autores são conhecidos, mas a transparência em relação ao uso efetivo dos recursos permanece opaca.

A ausência de detalhes sobre o destino final desses vultosos montantes levanta preocupações quanto à accountability e à fiscalização efetiva por parte da sociedade. A pressão por maior transparência no uso desses recursos públicos se intensifica, destacando a necessidade de um debate aprofundado sobre as práticas orçamentárias e o papel do Legislativo na alocação e fiscalização de verbas públicas.