Cármen Lúcia vê ‘gravidade’ em denúncia de interferência de Bolsonaro em investigação no MEC

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta terça-feira (28) que vê “gravidade” na suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro nas investigações de corrupção no Ministério da Educação.

A ministra enviou para análise da Procuradoria-Geral da República (PGR) um pedido apresentado pelo deputado Israel Batista (PSB-DF) para que o presidente seja investigado. O envio à PGR é praxe nesse tipo de caso. Isso porque cabe ao Ministério Público analisar se há indícios para abrir uma investigação.

“Considerando os termos do relato apresentado e a gravidade do quadro narrado, manifeste-se a Procuradoria-Geral da República”, escreveu Cármen em despacho.

A Polícia Federal apura a suspeita de que pastores teriam intermediado a liberação de recursos do Ministério da Educação. No último dia 22, o ex-ministro Milton Ribeiro e os pastores denunciados foram presos. Um dia depois, eles foram soltos, por decisão da Justiça.

Pastor amigo de Weverton Rocha é preso pela Polícia Federal

O ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, e o pastor Gilmar Santos, amigo do senador Weverton Rocha (PDT), foram presos na manhã desta quarta-feira (22).

A prisão faz parte de uma operação da Polícia Federal que investiga suspeitas sobre um balcão de negócios no Ministério da Educação e na liberação de verbas do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). O fundo concentra os recursos federais destinados às transferências para municípios.

Weverton Rocha tem forte vínculo de amizade com o Pastor Gilmar Santos. Na época do escândalo, o senador chegou a apagar de suas redes sociais um vídeo em que aparece com um envolvido no esquema criminoso.

A prova concreta dessa amizade foi quando o senador pedetista retirou seu nome da lista de apoiadores da CPI do Ministério da Educação (MEC). A retirada foi um pedido especial do presidente Jair Bolsonaro (PL).

O jornalista Reinaldo Azevedo chegou a chamar Weverton Rocha (PDT) de “lixo” e repugnou a atitude do parlamentar. O Weverton apenas declarou que foi o “certo” a se fazer.