Operação Irmandade: Conheça “Os Irmãos Cebola” e seus vírus espalhados na política do Maranhão

Danilo Trinta, o “Cebola Boa Praça” e operacional…

Na última semana, o mundo político das “terras do Sarney” foi sacudido com a “Operação Irmandade” da Polícia Federal, resultando no afastamento do prefeito de Pinheiro, Luciano Genésio (PP), do cargo.

Embora o nome da operação remonte a uma certa “irmandade” criada no Maranhão, tendo como protagonistas deputados federais, prefeitos e até senador da república, gerando uma promiscuidade escandalosa nos cofres públicos, o batismo teve a ver mesmo com dois dos seus personagens investigados: os “Irmãos Cebola”.

Trata-se de Danilo Trinta e Renato Trinta.

Apesar de serem filhos do ex-prefeito de Palmeirândia, Danilo Trinta, não foi por isso que os dois “meninos” acabaram virando alvos da Polícia Federal.

Renato Trinta, o “Cebola Cabeça” e o mais farrista…

A relação de amizade dos dois com Luciano Genésio foi sem dúvida o chamariz para que os agentes da Polícia Federal chegassem ao “engaiolamento” dos dois e ao afastamento do prefeito do cargo.

Os três eram notícia constante sobre altas farras regadas a whiskys caríssimos, voos de jatinho e de helicóptero para Barreirinhas na hora que dava na telha.

Para sustentar seus luxos e esbórnias, as empresas Ingeo Ambiental LTDA, R. S. T. Abreu EIRELI e Posto Kiefer EIRELI, de propriedade dos “Cebola” eram utilizadas para patrocinar todo o exibicionismo, pedantismo, poderio econômico e político, numa transação de algo em torno de R$ 50 milhões, de forma tão primária quanto os motivos que levavam os três playboys de Pinheiro a movimentarem ingenuamente, do ponto de vista fiscal, os recursos públicos para os ralos da corrupção.

Note-se que os caminhos dos desvios, a exibição de poder, do luxo e da luxúria seguem os mesmos modus operandi já identificados pela polícia e por quem acompanha política, especialmente nos nichos onde estão certos inquilinos importantes da política do Maranhão.

Seja na Famem, Senado ou Câmara Federal, há sempre um posto de gasolina e um pulinho aéreo para Barreirinhas no caminho…

Pinheiro: Em material de limpeza, alvo da Polícia Federal faturou quase R$ 600 mil só em dezembro

A Prefeitura de Pinheiro, sob a gestão de Luciano Genésio (PP), foi alvo de uma operação da Polícia Federal batizada de “Irmandade” em alusão à prática de corrupção, segundo a polícia, do prefeito afastado Luciano, seu irmão e amigos.

Somente uma empresa dos “irmãos Trinta”, que também foram alvo da PF, faturaram quase R$ 600 mil, em contratos, somente em dezembro.

Danilo e Renato Trinta tiveram dois contratos celebrados com Luciano Genésio no valor de R$ 586.136,35. A empresa, que ganha contratos com facilidade em Pinheiro, é a R. S. T. ABREU EIRELI.

No início de dezembro, a empresa dos “irmãos Trinta” assinou um contrato de aquisição de material de limpeza, expediente, higiene pessoal, copa e cozinha, segundo dados coletados do Tribunal de Contas do Estado. Só nessa celebração a cifra ficou cravada em R$ 215.838,40.

Outro contrato celebrado entre a empresa de Danilo e Renato Trinta foi para a aquisição de gêneros alimentícios para atender secretarias (diversas) no município. Nessa ‘oportunidade’, os irmãos foram agraciados pela gestão de Luciano Genésio com R$ 370.297,95.

Saque e depósito 

Segundo o delegado federal Roberto Costa, em entrevista à imprensa nesta quarta-feira (12), a suposta organização criminosa repassava o dinheiro para o prefeito Luciano Genésio logo após receber da Prefeitura de Pinheiro. Havia, ainda segundo o delegado, três formas do dinheiro chegar até o destinatário principal, no caso Genésio.

A primeira é em depósitos diretamente na conta do gestor público. No mesmo dia do pagamento da prefeitura para empresa ou um, ou dias depois. A segunda forma é por meio do saque na boca do caixa e o dinheiro é repassado em espécie à Luciano. A terceira forma era por meio de intermediários indicados pelo gestor.

Só nessa operação deflagrada pela Polícia Federal, os investigadores identificaram o suposto desvio de R$ 38 milhões. Danilo e Renato Trinta, por outro lado, já celebraram quase R$ 50 milhões com o prefeito Luciano Genésio por meio de suas empresas.

A Polícia Federal acredita que Genésio é o verdadeiro dono das empresas alvo da Operação “Irmandande”. O irmão de Genésio, Lúcio André, tem procuração com plenos poderes sobre as empresas.