Requerimentos serão lidos nesta quarta, mas CPIs só funcionarão após eleições, diz Pacheco

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), informou nesta terça-feira (5) que vai ler nesta quarta (6) os requerimentos que pedem a criação de comissões parlamentares de inquérito, mas acrescentou que os trabalhos das CPIs só vão começar depois das eleições deste ano.

Pacheco deu as informações em uma rede social e depois em entrevista à imprensa no Senado. Segundo ele, o funcionamento das CPIs após as eleições foi uma sugestão de líderes partidários, com a qual ele concordou.

A leitura do requerimento de criação é uma etapa necessária para uma CPI poder funcionar. Entre os pedidos que aguardam leitura, está o de criação da CPI do MEC, que busca apurar as denúncias de que pastores teriam intermediado a liberação de recursos do Ministério da Educação. A crise levou à prisão do ex-ministro da pasta Milton Ribeiro.

“Nós ouvimos todas as manifestações de líderes partidários, e o entendimento foi nesse sentido, com o seguinte encaminhamento feito: serão feitas as leituras dos requerimentos de CPI. […] Os líderes partidários compreendem que essas indicações devem se dar para instalação das CPIs após o período eleitoral”, declarou Pacheco nesta terça em entrevista no Senado.

“Foi esse o encaminhamento dos líderes partidários, com o qual eu concordo. Considero muito ponderadas as manifestações feitas pelos líderes”, acrescentou.

Para o presidente do Senado, o funcionamento das CPIs durante o período eleitoral poderia “contaminar” as discussões.

STF decreta sigilo em inquérito que avalia suposta interferência de Bolsonaro em investigação do MEC

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu decretar sigilo no inquérito que apura suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro na investigação de de corrupção no Ministério da Educação.

Agora, a ministra Cármen Lúcia, que é relatora, deve pedir uma manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre o caso.

O caso foi devolvido da Justiça Federal para o STF após a Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) apontarem indícios de que o presidente Jair Bolsonaro pode ter atuado para atrapalhar as investigações. Segundo o MPF, há indícios de que Bolsonaro alertou o ex-ministro Milton Ribeiro, que é investigado, de que ele poderia ser alvo de busca e apreensão.

Por causa do foro privilegiado do presidente Jair Bolsonaro, o Supremo terá que analisar se a investigação deve seguir no tribunal ou será devolvido para a primeira instância.

 

“Lamento pelos que são sócios ou cúmplices de ladrões de dinheiro da merenda”, diz Flávio Dino sobre apoio de Weverton a Bolsonaro

O ex-governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), usou as suas redes sociais para elogiar a atuação da senadora Eliziane Gama (Cidadania) que assinou o requerimento para instauração da CPI do Ministério da Educação (MEC), que busca investigar o desvio de verbas públicas por pastores lobistas.

Em contrapartida, Dino criticou os senadores Roberto Rocha (PTB) e, principalmente, Weverton Rocha (PDT) que diz ser o “amigo do Lula”, mas se recusou a assinar depois de um pedido especial do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Dino lamentou a atitude dos senadores maranhenses: “lamento pelos que são sócios ou cúmplices de ladrões de dinheiro da merenda, ônibus e etc.”, publicou.

Flávio Dino foi vítima de mais uma traição de Weverton que, em busca de um projeto pessoal, abandonou o ex-governador e declarou apoio ao bolsonarista Robeto Rocha.

“O nosso grupo já tomou a decisão política: nós não vamos votar no Flávio Dino. (…) Não tem como. Essa opção que ele fez, o caminho que ele procurou percorrer não é o nosso. Então, nós não temos como estar juntos”, disse Weverton no início da sua aproximação com Bolsonaro.

Flertando sempre com o bolsonarismo, escândalos e falas mal-ditas, na época do escândalo envolvendo os pastores lobistas do MEC, o senador Weverton Rocha tentou fugir de mais uma polêmica e apagou de suas redes sociais vídeo em que aparece exaltando o pastor neo-pentecostal Gilmar Santos, conhecido no mundo protestante por utilizar, em suas pregações, práticas que lembram o charlatanismo.

O polêmico pastor aparece como um dos controladores do chamado Gabinete Paralelo do Ministério da Educação e pedia pagamentos em dinheiro, e até em ouro em troca da liberação de recursos para a construção de escolas e creches.

“Ele disse que tinha que ver a nossa demanda, de R$ 10 milhões ou mais, tinha que dar R$ 15 mil para ele só protocolar (a demanda no MEC). E, na hora que o dinheiro já estivesse empenhado, era para dar um tanto, X. Para mim, como a minha região era área de mineração, ele pediu 1 quilo de ouro”, disse o prefeito de Luís Domingues, Gilberto Braga (PSDB).

Na época em que Weverton Rocha retirou seu nome do requerimento da CPI do MEC, o jornalista Reinado Azevedo chegou a chamar o senador pedetista de “lixo” e repugnou a atitude do parlamentar.

Aliados de Bolsonaro não explicam ‘pressentimento’ de Bolsonaro e atribuem áudio de Ribeiro a retaliação da PF

A estratégia do Palácio do Planalto para desqualificar a ligação telefônica em que o ex-ministro Milton Ribeiro diz ter sido informado por Jair Bolsonaro, em 9 de junho, de que poderia ser alvo de buscas pela Polícia Federal – o que efetivamente ocorreu no dia 22 de junho – é tratar a divulgação do áudio como uma retaliação de integrantes da corporação por não terem conseguido aumento salarial.

Para aliados de Bolsonaro, os agentes da PF estão insatisfeitos com o recuo do governo na promessa de conceder reajustes à categoria e, por isso, decidiram vazar a gravação.

Em fevereiro, Bolsonaro afirmou que priorizaria o aumento de categorias policiais, uma de suas principais bases de apoio. No início de junho, porém, o presidente disse que “tudo indica” que não haverá reajustes para servidores públicos neste ano.

No áudio vazado, o ex-ministro diz em conversa com uma filha que recebeu uma ligação de Jair Bolsonaro, no dia 9 de junho, em que o presidente dizia ter um “pressentimento” de que “eles podem querer atingi-lo através de mim”.

Na conversa com a filha, Milton diz ainda que Bolsonaro lhe disse que “acha que vão fazer uma busca e apreensão”

Esses interlocutores do presidente, porém, não negam que a ligação tenha ocorrido. Dizem apenas que Bolsonaro fala com todos os ex-ministros – exceto Abraham Weintraub, que também foi ministro da Educação.

Tampouco explicam como o presidente teve esse pressentimento e por que o teria comunicado ao ex-ministro.

Planalto teme desdobramentos de investigação e eventual delação de Milton Ribeiro ou de pastores

Interlocutores do presidente Jair Bolsonaro (PL) não escondem mais o temor com os desdobramentos da investigação do esquema de corrupção que ficou conhecido como “gabinete paralelo” no Ministério da Educação (MEC).

A maior preocupação é que o novo depoimento do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro comprometa o governo Bolsonaro ou, um cenário pior, que haja uma delação premiada do ex-ministro ou dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura.

Ribeiro e os pastores foram presos nesta quarta-feira (22). Eles são acusados de envolvimento em um esquema para liberação de verbas do MEC.

O escândalo estourou em março deste ano. Na ocasião, o Palácio do Planalto temia que Milton Ribeiro saísse atirando caso se sentisse abandonado. Tanto que à época foi costurada uma saída honrosa para a demissão de Ribeiro que recebeu uma declaração pública de Bolsonaro que colocaria a “cara no fogo” pelo então ministro.

URGENTE: após Weverton Rocha negar assinatura, senador Randolfe Rodrigues consegue as necessárias para a instauração da CPI do MEC

O senador Randolfe Rodrigues (REDE) acaba de informar que conseguiu as assinaturas necessárias para a instauração da CPI do MEC.

A última assinatura que faltava foi cedida pelo senador Giordano (SP). Randolfe agradeceu e informou que o objetivo do CPI é passar a limpo “Bolsolão do MEC” e demais escândalos de corrupção na Educação do Governo Federal.

“Logo mais concederei coletiva à imprensa sobre abertura da CPI do MEC. Assunto: coleta de todas as assinaturas necessárias para instalar a CPI do MEC”, publicou.

A CPI do Ministério da Educação (MEC) retardou após o senador Weverton Rocha (PDT) retirar seu nome da lista por conta de um pedido especial do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Na época, o jornalista Reinaldo Azevedo chegou a chamar Weverton Rocha de “lixo” e repugnou a atitude do parlamentar. O Weverton apenas declarou que foi o “certo” a se fazer.