As peripécias do senador Weverton Rocha (PDT) voltaram a ser destaques negativos na imprensa nacional.
A Folha de São Paulo questionou os últimos posicionamentos do senador que recebeu o apoio do partido de Jair Bolsonaro (PL), convidou os membros do PDT para a inauguração do comitê de Ciro Gomes e diz ser “amigo” de Lula.
O que chamou mais atenção da Folha de São Paulo foi o apoio do deputado federal e presidente estadual do PL, Josimar de Maranhãozinho, ao senador. A estranheza, obviamente, se deu pelo fato do PL ser o partido do atual presidente da República, Jair Bolsonaro.
Um dia após receber o apoio do partido de Bolsonaro, Weverton anunciou que nesta quinta-feira (26), será lançado o Comitê Pró-Ciro no Maranhão, na capital maranhense.
Na tentativa de construir uma narrativa para não chocar o eleitor, com relação a próxima vítima do seu punhal da traição – o ex-presidente Lula -, o senador Weverton Rocha (PDT) e seus séquitos começam a plantar que não é lá tão amigo de Lula como ele mesmo propagou esse tempo todo.
Durante um link ao vivo, a correspondente da Difusora em Brasília, Ranielly Veloso, foi revelando aos poucos as verdadeiras pretensões e o posicionamento do senador: “Weverton tem um pré-candidato à presidência pelo PDT, que é Ciro Gomes, e tem apenas uma simpatia pelo pré-candidato do PT, o ex-presidente Lula.”
Ranielly Veloso também revelou que o ‘acontecimento político’, que reuniu “mais de dez partidos” em apoio à reeleição de Roberto Rocha (PTB) ao Senado, é na verdade, uma frente contra Flávio Dino.
“Adalberto, o que eu apurei aqui em Brasília é que, na verdade, a frente ampla está mais para frente contra Flávio Dino, que é candidato ao Senado, já que o Roberto Rocha está à frente nas pesquisas de intenções de voto. Então o objetivo é esse!”, disse a jornalista.
O comentário da jornalista vai de encontro às afirmações de Weverton Rocha que durante o programa apareceu enaltecendo a própria grandeza por ter superado as divergências com o senador Roberto Rocha em nome da coletividade.
A última semana foi marcante para o jogo sucessório estadual.
O ex-governador Flávio Dino (PSB) viu o senador Weverton Rocha (PDT) despachar-lhe de um apoio importante na sua corrida pela ocupação da única vaga para o Senado nas eleições deste ano.
Importância, claro, não eleitoralmente, mas no aspecto da tão desejada unidade do grupo que Dino passou a liderar em 2015 quando assumiu o comando do Palácio dos Leões.
Falta de aviso não foi.
Egresso do grupo do saudoso Jackson Lago, Weverton traiu a família e a memória do lendário governador numa atitude tão injusta que não há melhor trecho de música para caracterizá-lo do que a célebre “Vou Festejar”, de Jorge Aragão:
“Você pagou com traição a quem sempre lhe deu a mão”.
Agora, após a família Lago e depois do ex-governador Flávio Dino, fica a aposta sobre a próxima vítima.
Na lista, o ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cuja imagem Weverton utiliza em diversas publicidades dizendo ser seu melhor amigo no Maranhão.
Nos bastidores, diz-se à boca miúda que toda estrutura de mídia, a exemplo do controle do Sistema Difusora de Comunicação, propagandas pagas, eventos e os luxos da chamada “República de Barreirinhas”, é fruto das relações “secretas” com o atual presidente da República, Jair Bolsonaro, o provável segundo alvo da lista das futuras vítimas, caso Lula não seja a próxima vítima.
Uma coisa é certa: um dos dois vai receber o punhal da traição, ou já está recebendo.
O pré-candidato ao Planalto pelo PDT, Ciro Gomes, foi hostilizado por bolsonaristas nesta quinta-feira (28) ao participar da feira de agronegócios Agrishow, em Ribeirão Preto, São Paulo.
Ao andar pelos estandes do evento, Ciro foi vaiado e xingado de “vagabundo” por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), que também gritaram “mito” repetidamente. Um homem chegou a se aproximar do presidenciável com um celular e provocá-lo, mas foi afastado por assessores de Ciro.
O pré-candidato trocou ofensas com alguns dos presentes, fazendo referência às suspeitas de rachadinhas pelos filhos do presidente Bolsonaro. “Eu nunca roubei nada, nem a tua mãe”, disse Ciro.
Em entrevista coletiva após a confusão, porém, ele não classificou o caso como uma discussão. “Não teve bate boca. Meia dúzia de nazistinhas gritaram ‘nordestino, cearense, vai embora. Bolsonaro. Mito’. E eu digo: ‘Ladrão de rachadinha’. Só isso”.
Em entrevista à Rádio Brasil Campinas na última quinta-feira, o pré-candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) voltou a atacar o PT. Tentando equiparar Lula a Bolsonaro, ele chamou o atual presidente de “Hitler” e o petista de “sub-Hitler”.
“Querem entupir que o povo tem que votar nele [Lula] para poder não engolir o Bolsonaro”, disse Ciro. O pedetista criticava supostas similaridades entre antigos aliados e adversários dos dois. “Ora, é a mesma coisa de você votar no sub-Hitler para derrotar o Hitler.”
Se até aqui Weverton Rocha (PDT), o pré-candidato ao governo que se apresenta como “O melhor amigo de Lula no Maranhão”, mantinha-se alheio às constantes agressões pessoais e mentiras deferidas por Ciro Gomes contra Lula, desta vez é inconcebível o seu silêncio. Comparar Lula a uma espécie de sub-Hitler não pode ser relevado em função de temperamento, loucura, aliança política ou seja lá o que for. Ainda mais por um amigo, não precisa nem ser o melhor.
Nem só de Ciro Gomes (PDT) sobrevive Sérgio Moro. O governador Flávio Dino (PSB) resolveu também disparar críticas ao ex-juiz Sergio Moro (Podemos) nas redes sociais.
“‘O Supremo está errado; o TCU está abusando; advogados são bandidos. Não debato com Ciro Gomes’. Trata-se de um caso grave e inédito de ‘juizite’ prolongada, cujo maior sintoma é uma esquisita prepotência. Sem escusas”, escreveu o socialista maranhense em sua conta no Twitter nesta quarta-feira, 26.
Nas redes sociais do pedetista, Ciro Gomes posta quase que diariamente críticas ao ex-juíz.
Apesar de estar igual carrapato na cola de Lula, sempre buscando tirar a melhor foto para simular intimidade com o ex-presidente Lula em sua passagem por São Luís, tentando vender apoio ao petista em troca de aliança do partido deste em 2022, Weverton Rocha parece ter esquecido do compromisso que fez com o pré-candidato a presidente do seu próprio PDT, Ciro Gomes.
Em live recente com Ciro, Weverton Rocha defendeu o nome do pedetista como presidenciável: “Ele mesmo [Ciro] tem colocado de forma bastante humilde e de forma aberta que na hora certa irá se discutir o melhor nome [para presidente]. Nós ofereceremos o Ciro, do PDT”.
No áudio abaixo, você confere o contexto da fala, que tem até mais tom de acordo do que propriamente uma defesa apenas.
Nesses três dias de estadia do Lula em São Luís, no entanto, nem uma menção a esse compromisso firmado com o seu colega de partido. Na verdade, nos bastidores, a impressão que passa é que a cabeça de Ciro está sendo oferecida para Lula.
Estamos vendo aí mais um acordo descumprido por parte do senador?