Cândido Mendes: Vereadores afastados por denúncias de funcionários fantasmas

Na última quinta-feira (1°), a Câmara Municipal de Cândido Mendes, no Maranhão, foi palco de um acalorado embate político. Cinco vereadores foram afastados de suas funções por um período de 60 dias, em meio a denúncias de nomeações de funcionários fantasmas na Prefeitura do Município.

Os vereadores Tayron Gabriel, Wadson Jorge, Nívea Soares, Wherbert Barbosa e Joelson Reis foram acusados de obstruir as investigações sobre as alegações de irregularidades. A situação se agravou durante uma sessão na Câmara, onde a tensão culminou em um confronto físico. O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), Sababa Filho, foi flagrado em vídeo empurrando Tayron Gabriel, um dos parlamentares afastados.

O afastamento de Tayron Gabriel e Wadson Jorge é particularmente notável, uma vez que ambos integravam a CPI criada para investigar as irregularidades na gestão do prefeito Facinho. Este incidente levanta preocupações sobre a imparcialidade e a eficácia das investigações em andamento.

Para quatro dos vereadores afastados – Tayron, Wadson, Wherbert e Nívea – esta não é a primeira vez que enfrentam tal medida. Em outubro do ano passado, eles já haviam sido afastados sob circunstâncias semelhantes, o que coloca em dúvida a estabilidade política na Câmara Municipal de Cândido Mendes.

Seis juízes maranhenses foram afastados dos cargos em menos de 1 ano

O Judiciário maranhense enfrenta uma onda de afastamentos de magistrados. Em menos de um ano, cerca de seis julgadores foram afastados do cargo. Apenas um deles retornou a sua função. Confira:

Francisco José Campelo Galvão – O Tribunal Regional do Trabalho da 16ª região decidiu afastar, em 17 de abril de 2023, o juiz Francisco José Campelo Galvão, titular da Vara do Trabalho de Barra do Corda, por indícios de conduta dolosa. A decisão, baseada em investigação que apontou “indícios de prática de infrações disciplinares e possível conduta dolosa do magistrado”, afirma que esses indícios podem caracterizar corrupção, prevaricação, outros tipos penais, ato de improbidade e infração disciplinar graves.

O afastamento ocorre até a decisão final do processo administrativo disciplinar instaurado contra o juiz, que já tinha sido alvo de denúncias anteriormente. O processo investiga o possível envolvimento do magistrado em atos ilícitos relacionados a uma lide simulada para desonerar bens com garantia real, causando lesão a credores. O juiz receberá subsídio integral durante o afastamento.

Cândido Ribeiro – O desembargador Cândido Artur Medeiros Ribeiro Filho, principal alvo da Operação Habeas Pater, foi aposentado por ‘invalidez permanente’ pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1). O magistrado é investigado por suposta ligação com um esquema de venda de sentenças para investigados por tráfico de drogas. A aposentadoria foi decretada em 13 de abril de 2023 pela Corte Especial Administrativa do TRF-1, e o desembargador receberá a totalidade de seus rendimentos. A decisão ocorre após um neurologista atestar que o magistrado possui ‘comprometimento cognitivo secundário ao uso de álcool’ e apresenta ‘incapacidade laborativa, mas sem alienação mental’. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) ainda não decidiu sobre a continuidade do processo disciplinar diante da aposentadoria. O desembargador foi alvo da operação da Polícia Federal em março e tinha sido afastado temporariamente de suas funções.

Joaquim da Silva Filho – O juiz Joaquim da Silva Filho foi afastado cautelarmente em 6 de junho de 2023 da Vara da Fazenda Pública da Comarca de Imperatriz pelo Tribunal de Justiça do Maranhão. O afastamento ocorreu devido a suposto excesso injustificado de prazo na apreciação de liminares. A decisão foi baseada em investigação conduzida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).