Aliados de Bolsonaro não explicam ‘pressentimento’ de Bolsonaro e atribuem áudio de Ribeiro a retaliação da PF

A estratégia do Palácio do Planalto para desqualificar a ligação telefônica em que o ex-ministro Milton Ribeiro diz ter sido informado por Jair Bolsonaro, em 9 de junho, de que poderia ser alvo de buscas pela Polícia Federal – o que efetivamente ocorreu no dia 22 de junho – é tratar a divulgação do áudio como uma retaliação de integrantes da corporação por não terem conseguido aumento salarial.

Para aliados de Bolsonaro, os agentes da PF estão insatisfeitos com o recuo do governo na promessa de conceder reajustes à categoria e, por isso, decidiram vazar a gravação.

Em fevereiro, Bolsonaro afirmou que priorizaria o aumento de categorias policiais, uma de suas principais bases de apoio. No início de junho, porém, o presidente disse que “tudo indica” que não haverá reajustes para servidores públicos neste ano.

No áudio vazado, o ex-ministro diz em conversa com uma filha que recebeu uma ligação de Jair Bolsonaro, no dia 9 de junho, em que o presidente dizia ter um “pressentimento” de que “eles podem querer atingi-lo através de mim”.

Na conversa com a filha, Milton diz ainda que Bolsonaro lhe disse que “acha que vão fazer uma busca e apreensão”

Esses interlocutores do presidente, porém, não negam que a ligação tenha ocorrido. Dizem apenas que Bolsonaro fala com todos os ex-ministros – exceto Abraham Weintraub, que também foi ministro da Educação.

Tampouco explicam como o presidente teve esse pressentimento e por que o teria comunicado ao ex-ministro.

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