A recente pesquisa eleitoral realizada pelo Instituto Data Ilha em São José de Ribamar foi suspensa pela 47ª zona eleitoral do município, levantando sérios questionamentos sobre sua legitimidade e motivação. A decisão judicial foi tomada após a constatação de várias irregularidades no processo, e o contexto em que a pesquisa foi contratada apenas aumenta as suspeitas.
A pesquisa foi encomendada pelo Varejão Quebra Galho, uma empresa do setor de alimentos localizada na feira do bairro J. Câmara. O fato de uma empresa desse segmento financiar uma pesquisa de intenção de votos gerou estranheza e dúvidas sobre os reais interesses por trás dessa iniciativa. Adilton Farias Matos, proprietário do Varejão Quebra Galho, é conhecido na região por seu negócio focado em produtos alimentícios, materiais elétricos e de construção, áreas que não têm ligação aparente com o cenário político.
De acordo com a Justiça Eleitoral, a pesquisa apresentava várias irregularidades, incluindo a falta de regularidade da empresa perante o Conselho Fiscalizatório, falhas no plano amostral e problemas no questionário utilizado. Essas inconsistências foram suficientes para que a Justiça determinasse a suspensão imediata da pesquisa, com multas pesadas previstas para o caso de descumprimento da ordem.
O pedido de suspensão foi apresentado pelo Partido da Mulher Brasileira (PMB) de São José de Ribamar, que apontou a ausência de metodologia clara na pesquisa e a tendenciosidade das perguntas. O PMB destacou que o nome do atual prefeito e pré-candidato à reeleição, Dr. Julinho, aparecia de forma destacada e repetitiva nas questões, sugerindo um viés claro para favorecer sua candidatura.
Essa não é a primeira vez que uma pesquisa eleitoral em São José de Ribamar é colocada em cheque. A prática de desqualificação e questionamento das pesquisas parece ser uma tática recorrente no cenário político local, especialmente quando envolvem figuras como o prefeito Julinho.