O destino do deputado federal Juscelino Filho (União Brasil) como ministro das Comunicações do Governo Lula da Silva (PT) está definido. Indiciado pela Polícia Federal sob suspeita de participar de um esquema de desvio de recursos de emendas parlamentares destinadas a Vitorino Freire, ele se encontra em uma situação delicada: se for denunciado, terá de deixar o cargo; se o indiciamento não for acatado pela Justiça, continuará ministro, dependendo apenas da vontade do presidente da República. Essa condição foi confirmada tanto pelo ministro quanto pelo próprio presidente Lula.
A definição da situação ocorreu na sexta-feira (21) em São Luís, durante a visita do presidente Lula ao Maranhão. Com o indiciamento de Juscelino Filho, formalizado pela Polícia Federal no dia 12 por organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva, e gerando grande repercussão no meio político, o presidente Lula o convocou para integrar a comitiva. Em uma conversa reservada, o presidente foi claro: se o indiciamento for acatado pela Justiça e o ministro for denunciado, ele terá de deixar o Governo, sem apelação.
Juscelino Filho, em entrevista ao jornal O Globo, afirmou: “Eu sou ministro até quando ele [o presidente Lula da Silva] quiser. Cargo de ministro é de presidente. Até o dia que ele quiser eu vou cumprir a missão que ele me deu com muita honra, trabalhando pelo Brasil, fazendo o que eu estou fazendo com muita tranquilidade. Vou estar me defendendo. Isso aí eu estou muito tranquilo. E no dia que eu deixar de ser ministro vou voltar para o Congresso, ser deputado federal pelo Maranhão, que é pelo que eu fui eleito pelos quatro anos.” O presidente Lula reforçou em entrevista ao UOL que Juscelino Filho permanecerá no cargo enquanto não houver denúncia formal. Caso contrário, ele será afastado imediatamente.