Moradores de São Luís protestam contra intervenções de trânsito em audiência pública

Moradores dos bairros Cohab, Renascença II e Calhau expressaram sua insatisfação com as intervenções de trânsito promovidas pela Prefeitura de São Luís durante uma audiência pública realizada na terça-feira, 19, no auditório do Centro Cultural e Administrativo do Ministério Público do Maranhão (MPMA). A reunião foi convocada pela 1ª Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente, Urbanismo e Patrimônio Cultural de São Luís, sob a liderança do promotor Fernando Barreto, para discutir a mobilidade urbana na capital e a transparência na construção, revisão e aplicação do atual Plano de Mobilidade Urbana (Lei n° 6.292/2017).

Margareth Ribeiro, moradora do Calhau, criticou o Programa Trânsito Livre, destacando que a população local não foi consultada sobre as mudanças, que reduziram significativamente as opções de deslocamento. Gleyson Mota, também do Calhau, acusou a Prefeitura de deslocar o problema do trânsito para áreas residenciais, tornando-as impraticáveis para pedestres e dificultando o embarque e desembarque de idosos e pessoas com mobilidade reduzida. Carolina Caetano, do Renascença II, afirmou que as recentes mudanças nas vias tornaram-nas inseguras para pedestres e ciclistas.

Josemar Pinheiro, morador do Itapiracó, criticou a construção de um elevado próximo ao aeroporto, enquanto a situação na Forquilha continua caótica. Ele também destacou os problemas na comunidade Porto Grande, onde a má qualidade das vias impede a passagem de veículos de grande porte. Jercenilde Cunha, representando a Zona Rural, abordou os acidentes diários no acesso ao bairro do Maracanã, a falta de paradas de ônibus e as más condições dos coletivos. Guilherme Elisiário, estudante do IFMA – Campus Maracanã, relatou as dificuldades dos alunos, que precisam caminhar dois quilômetros até a BR-135 devido à ausência de transporte adequado e infraestrutura de segurança para pedestres.

A falta de transparência foi um tema recorrente na audiência. Denes da Silva e Priscila da Costa relataram não ter recebido respostas a pedidos de informações sobre os custos do transporte coletivo e os projetos do Programa Trânsito Livre, respectivamente. Priscila também criticou a falta de ciclovias adequadas na cidade. Horácio Antunes, professor da UFMA, criticou o foco do desenvolvimento urbano de São Luís na expansão portuária e industrial, desconsiderando as necessidades da população local. Fabíola de Oliveira, professora de urbanismo na UEMA, argumentou que as intervenções recentes têm um curto prazo de validade e priorizam o transporte individual em detrimento do coletivo.

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