Promessa é dívida, mas as do próximo governo terão que ser pagas em parcelas

Durante a campanha, o presidente eleito Lula prometeu manter o Auxílio Brasil em R$ 600 e pagar um adicional por criança, dar aumento real para o salário-mínimo, elevar a faixa de isenção do imposto de renda. Promessas que demandam (muito) dinheiro.

No entanto, o orçamento que o governo Bolsonaro mandou para o Congresso para o ano que vem prevê um rombo de R$ 63,7 bilhões. Isso sem incluir sequer os R$ 200 extras do Auxílio Brasil que o próprio presidente atual prometeu manter em 2023. Sem falar nas verbas insuficientes para o Farmácia Popular, a merenda escolar, o Casa Verde e Amarela, entre outros.

Achar dinheiro para bancar os gastos prometidos será como tirar leite de pedra. E não vai ser possível fazer tudo de uma vez. Com isso, a expectativa é que algumas das promessas de Lula podem ficar para 2024 ou além. A mais provável delas é a mudança na tabela do imposto de renda – porque, entre outros motivos, afeta mais a classe média do que os mais pobres, que sofrem mais com a crise atual.

A equipe do próximo governo já trabalha na chamada ‘PEC da transição’ – uma proposta de emenda constitucional para ‘reformar’ o Orçamento, colocando uma série de despesas previstas fora do teto de gastos, que na prática, permitiria ao governo gastar mais. Mas também significaria mais dívidas.

O desafio é fazer tudo isso sem ‘assustar’ o mercado, sob pena de mais descontrole nas contas públicas, mais inflação, juros maiores, dólar mais caro.

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