Satélites da Starlink aparecem como um cordão de luz no céu no interior do Maranhão

Será um pássaro? Um avião? Uma invasão alienígena? Moradores da cidade de Santana, no interior do Maranhão, que faz divisa com o estado piauiense, observaram na noite desta quarta-feira (05), um estranho fenômeno no céu: um “cordão” de estrelas brilhantes, se movendo em conjunto.

Embora impressionante, o fenômeno tem uma explicação simples: as luzes são provenientes do quarto lote de 60 satélites da constelação Starlink, da SpaceX, lançados ao espaço a bordo de um foguete Falcon 9 no dia 29 de janeiro de 2020.

Os satélites orbitam por cerca de um dia a 290 km de altitude, enquanto testes são realizados. E embora não tenham luz própria, neste período eles estão no “ponto exato” para refletir a luz do sol e serem visíveis em solo.

Veja o vídeo gravado por um morador:

Depois dos testes os satélites funcionais são manobrados para suas posições definitivas, a 550 km de altitude, quando não são mais visíveis. Quaisquer satélites defeituosos são deixados na órbita inicial e eventualmente são incinerados ao reentrar na atmosfera.

Inmet quer participar de projeto para construção de elevador espacial

Uma ideia que, a princípio, parece absurda, a partir de 2045 poderá começar a se tornar realidade: a criação de um elevador espacial que, aproveitando a força centrífuga da rotação da Terra, manterá esticado um cabo de 100 mil quilômetros, de forma a viabilizar o primeiro elevador espacial da História. Se tudo der certo, entre os colaboradores deste fantástico empreendimento estará o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

O pedido para participação no empreendimento já foi apresentado pelo Inmet à agência espacial norte-americana (Nasa) e à empresa japonesa Obayashi. A China também desenvolve pesquisas visando o desenvolvimento de uma estrutura desse tipo. Os estudos atuais abrangem conceitos, construção, implantação e operação do elevador. Segundo o Inmet, um projeto dessa magnitude possibilitaria, ao Brasil, “um grande salto” econômico, social e tecnológico.

Vantagens

Entre as vantagens projetadas estão a redução do custo de envio de cargas úteis para o espaço; a possibilidade de transporte diário e em quantidade ilimitada de qualquer material ao espaço; a criação de novas estações espaciais; lançamento de estruturas frágeis, como satélites de energia solar para o fornecimento de energia limpa e renovável; pontos “insuperáveis” de observação da Terra para aplicações militares e de inteligência; e avanços nas áreas de telecomunicações, meteorologia e meio ambiente.

No caso específico da área de atuação do Inmet, além de possibilitar o envio de novos satélites meteorológicos ao espaço (ampliando a capacidade de monitoramento da atmosfera), o elevador espacial auxiliará na cobertura de áreas remotas sobre oceanos e continentes, e favorecerá “de maneira significativa”, o desenvolvimento da agricultura brasileira.

“Em resumo, o elevador será uma estrutura de transporte permanente alternativo para o espaço com pegada de carbono zero, podendo movimentar milhões de toneladas de carga com abordagem ambiental neutra, além de permitir missões ambientais significativas que vão melhorar o meio ambiente da Terra”, informou o Inmet.

Cabo

Para facilitar a compreensão dessa estrutura, basta entender que o elevador espacial é uma espécie de teleférico vertical ligado a um cabo sob tensão. Com a rotação da Terra, ele se manteria esticado em um procedimento similar ao que se tem ao amarrar uma pedra em uma linha e girá-la.

“Os estudos mais avançados sobre o tema defendem a instalação de uma estação base na superfície terrestre, onde o cabo ficaria preso e se estenderia até 100 mil quilômetros (km) de altitude. Com isso, uma das pontas permaneceria fixa à base, enquanto a outra continuaria flutuando no espaço presa a um contrapeso, o que manteria o cabo sempre esticado ao seguir o movimento de rotação do planeta. Isso porque as forças concorrentes da gravidade na extremidade inferior e a aceleração centrífuga na extremidade mais distante mantêm o cabo sob tensão e estacionário em uma única posição na Terra”, explicou, em nota, o Inmet.

Segundo o instituto, a estação base, chamada de âncora, ficará provavelmente instalada em alto mar, no Atlântico Sul, próximo à linha do Equador, onde não há registros de tempestades e raios.

Estações

De acordo com os pesquisadores, os elevadores poderão, ao longo do percurso de 100 mil km, fazer “paradas estratégicas nas órbitas da Terra, onde, inclusive, deverão ser instaladas estações espaciais com inúmeras finalidades”.

Foguetes e naves espaciais poderão ser lançados aproveitando essa estrutura. Para suportar tamanho peso, o material a ser utilizado será “altamente resistente e de baixíssima densidade”.

Um dos materiais indicados é o monocristal de grafeno (composto por seis carbonos ligados infinitamente), também chamado de “folha de grafeno”, que é cerca de 100 vezes mais forte do que o aço, sendo capaz de suportar temperaturas extremas, ventos fortes, radiação e meteoritos.

De acordo com os estudos iniciais, o cabo poderá ser escalado por “meios mecânicos (ascensores por tração) para a órbita da Terra usando um sistema de feixe de energia a laser que atingirá os painéis fotovoltaicos dos ascensores e energizará um motor elétrico”. A instalação do elevador poderá ser feita em várias etapas e com a ajuda de grandes foguetes convencionais e estruturas de espaçonaves.

“Na etapa inicial, o transporte de todo o cabo de 100 mil km seria feito até a órbita terrestre baixa, onde os satélites estão abaixo de 2 mil km. Neste ponto, a espaçonave seria montada e, em seguida, subiria com o cabo até a órbita geossíncrona (35.800 km de altitude ou cerca de um quarto da distância até a Lua). De lá, iniciaria o desdobramento de ambas extremidades do cabo até a inferior atingir a superfície da Terra e a superior atingir a altura de 100 mil km. O contrapeso na ponta superior seria um conjunto formado pela espaçonave e ascensores, que, posteriormente, reforçariam o cabo”, detalhou o Inmet.

Aldebaran I: Projeto espacial maranhense deve ser lançado em 2023

Na madrugada desta quarta-feira (16), a NASA fez o lançamento do seu “mais poderoso foguete”, o Artemis I, em uma missão não tripulada do seu primeiro passo do programa que promete retornar humanos à Lua.

O foguete foi construído pela agência espacial, o Space Launch System – SLS, e se tudo ocorrer como planejado, desta vez a expectativa é que em 2025, a Nasa leve astronautas de volta ao solo lunar, incluindo a primeira mulher e a primeira pessoa negra.

No Maranhão, o professor Braga, do departamento de Engenharia Elétrica da Universidade Federal do Maranhão – UFMA, é coordenador do segmento solo do projeto “Aldebaran I” um nanossatelite desenvolvido para auxiliar nos resgates de pequenas embarcações perdidas em alto mar.

O projeto ainda é formado pelo professores Luís Claudio (Coordenado do Segmento de Espacial), o professor Carlos Brito (Coordenador Geral do Projeto), professor Oswaldo Loureda (Especialista em foguetes e responsável pela estrutura do satélite) e “um grupo de alunos que estão aprendendo os conceitos relacionados aos satélites e às estações solo que os rastreiam”.

Os testes do Aldebaran I, estão sendo realizados nas cidades de Raposa. Dentre os objetivos do nanossatélite, estão a capacitação de estudantes e a prestação de serviços para a sociedade.

Por meio do artefato, os estudantes da UFMA conseguem correlacionar o conhecimento teórico da sala de aula com a prática de construção de subsistemas similares ao do CubeSat, testes de telemetria em campo com balões de sondagem e comunicação com embarcações.

O professor Braga nos informou que o CubeSat está em fase de conclusão e está programado para ser lançado no espaço até o fim do ano de 2023.

 

Mas o que é um CubeSat?

O CubeSat é um nanossatélite (satélite de pequeno de porte) em formato de cubo de 10cm de aresta (10x10x10).

 

Qual a importância do Alderaban I para o estado do Maranhão e como funcionaria esse projeto?

O projeto é acadêmico e, além de ser usado para o desenvolvimento acadêmico dos alunos de graduação e pós-graduação, será uma prova de conceito de um sistema de salvamento para barcos de pesca de pequeno porte da região da Raposa. A ideia é que em caso de problemas na embarcação (ficar à deriva ou outro tipo de emergência), o sistema enviaria a localização do barco para o satélite que em tempo oportuno informaria uma base de rastreamento na UFMA e uma rede de radioamadores no mundo para que o salvamento possa ocorrer.