Medo que estejamos ainda mais burros [Ou: Medo do Império da Idiocracia]

Não tenho dúvida do aspecto pueril do uso das redes sociais, claro, com todo respeito aos que utilizam com o devido esmero, seja com a inflação do ego ou com o tempo que se perde olhando a vida dos outros e, pior, levando para o inconsciente informações comparativas com o que normalmente não é o que se vê.

Mas avaliando os engajamentos do meu perfil com foco nas famosas e “adoecedoras” curtidas, percebi o quão desinteressante são os assuntos realmente interessantes do ponto de vista da Ciência de Tecnologia, por exemplo.

Além das notícias dos meus canais de comunicação, publico nas minhas redes sociais, basicamente sobre a relação com minha filha, algumas ações pessoais e, vez por outra, algumas notícias relacionadas à Astronomia, uma parte da Ciência que levo muito a sério.

O engajamento das postagens desse último tema e das publicações relacionadas a livros me chamaram a atenção. Teve uma que fiquei com medo de não aparecer um cristão para curtir. Mas finalmente apareceram, não sei se por pena ou por aprovação do conteúdo.

E propositadamente usei o termo medo porque, por incrível que pareça, a realidade das curtidas no meu perfil do Instagram é notadamente corroborada pela forma como os sucessivos governos vêm tratando a Ciência e Tecnologia ao longo dos anos no Brasil.

No governo passado, o famigerado bloqueio no orçamento das universidades federais, destinados à Pesquisa, ganharam o noticiário e os horários gratuitos da propaganda eleitoral.

É bem provável que os mesmos que não se interessaram pela minha produção enaltecedora dos livros e notícias de Astronomia, foram os primeiros a repostarem a injustiça do governo com o setor. Mais provável ainda que esses mesmos nem se deram conta de que o atual governo, logo na primeira quinzena de janeiro, vetou recursos na ordem de R$ 4,18 bilhões do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) para ações de fomento de pesquisa, contratos com organizações sociais e obras

Pior, não notaram que a escolhida para comandar o Ministério da Ciência e Tecnologia foi nomeada não pela sua expertise ou vivência na área, mas por ser mulher, negra e por ter sido a primeira prefeita comunista do país. Traduzindo: conchavos políticos.

Fiquei com medo das não curtidas às postagens relevantes do ponto de vista do conhecimento, do futuro magro dos investimentos da ciência e tecnologia, do comando da pasta e medo de que alguém que tenha sido congelado no início do século passado acorde e nos perceba mais burros, como aconteceu com o Jeo da comédia americana Idiocracia.

Que não sejamos reduzidos a três imperativos biológicos: a busca por alimento, abrigo e sexo.

Disso, também eu tenho medo!

Por Matias Marinho

Jornalista

Publicado originalmente em O Imparcial

Cultura judicializada e relação desarmoniosa; seria uma pegadinha contra os prefeitos?

O Carnaval no Maranhão, sobretudo nas prefeituras municipais, está sofrendo uma investida pesada do Ministério Público do Maranhão.

As recomendações, seguidas de ações judiciais, estremeceu a relação entre a Famem e o MPMA, que tem respectivamente como representantes o prefeito Ivo Rezende e o procurador-geral de Justiça, Eduardo Nicolau.

Em outros meios de comunicação venho sempre alertando para o perigo de criminalizar o carnaval, ou melhor, judicializar essa política pública importante na área da Cultura.

O Carnaval, inclusive, mais do que uma expressão popular intrínseca do nosso povo, também é um dos melhores produtos turísticos que o Maranhão pode oferecer, mais que apenas entregar entretenimento, diversão e arte. Ela impulsiona a economia com geração de emprego e renda.

Na segunda metade do mês de janeiro, o procurador-geral de Justiça, Eduardo Nicolau, entregou ao presidente da Famem, Ivo Rezende, uma recomendação endereçada aos prefeitos do Maranhão sobre a realização do Carnaval. “O documento, de caráter preventivo e de orientação, recomenda que os gestores municipais pautem-se nos princípios da razoabilidade, proporcionalidade, moralidade e eficiência” dizia o próprio texto divulgado pelo Parquet.

O próprio Ivo Rezende chancelou as recomendações de Nicolau e ratificou a importância de não esquecer dos artistas locais ao montar a programação da festa momesca. Motivado pela decisão de pedido de cancelamento do Carnaval de Imperatriz, a Famem emitiu uma nota.

“A Federação dos Municípios do Estado do Maranhão – FAMEM -, por meio da sua Comissão de Prerrogativas, foi informada pelo Sr. Prefeito do Município de Imperatriz, Assis Ramos, acerca de decisão judicial que bloqueou a utilização de recursos públicos, já previstos por sua Lei Orçamentária Anual (LOA)”, diz o início da nota. E que diz ainda: “Ficar omisso à forma adotada no caso em exame é abrir precedente temerário à defesa da autonomia política e administrativa de seus entes, obrigando a todos o resguardo supremo à nossa Constituição Federal, recentemente testada, violada, mas que prosperou”.

A própria Justiça do Maranhão reformou a decisão da juíza Ana Lucrécia, da 2ª Vara da Fazenda Pública de Imperatriz. O desembargador Lourival Serejo, da 2ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), deferiu nesta segunda-feira (13), decisão para o desbloqueio de R$ 440 mil.

“Apesar da crise na saúde pública municipal, entendo que, no caso concreto, o bloqueio da verba pública ocorreu de maneira precipitada, porque inviabilizará totalmente a programação de carnaval, sem, contudo, resolver minimamente os problemas da saúde pública. É preciso ressaltar que cabe ao administrador público avaliar a alocação de recursos públicos para execução de políticas públicas, inclusive de lazer, com esteio na oportunidade e conveniência”, destacou a decisão do desembargador Lourival Serejo.

A intervenção judicial, por pedido do MPMA, não deve solucionar o problema da saúde desse ou de qualquer outro município. Os problemas crônicos podem passar pela própria má gestão desse ou daquele gestor, mas também é resultado de uma política de saúde pública já sucateada há décadas. A Procuradoria-Geral de Justiça prometeu recorrer da decisão.

A Cultura ou qualquer área de política pública não pode ser penalizada por meio de liminares, a toque de caixa, por exemplo: às vésperas do Carnaval.

Importante pontuar quanto toda essa cadeia produtiva foi afetada com os dois anos de pandemia. Esse estrago na vida dos fazedores de cultura, dos profissionais da Economia Criativa, de todo o bojo que envolve a Indústria Criativa, não aconteceu tão somente durante os dois anos sem carnaval oficial. Mas também durante todo o período que esses profissionais que gritam por (e pela) arte ficaram calados.

E agora, sob vigilância do MPMA, de órgãos de controle e da própria Justiça, a Cultura deve ser retomada.

Por Matias Marinho, jornalista

O cometa Iracema Vale

Há momentos raros na política e também na própria história do Planeta Terra. A humanidade poderá observar pela primeira vez a passagem do cometa C/2022 E3 (ZTF), de brilho esverdeado, que se aproxima da Terra após 50 mil anos. Essa semana também aconteceu não só um momento raro, mas como único na política maranhense, uma mulher presidira Assembleia Legislativa do Maranhão.

Trata-se da deputada estadual Iracema Vale, do PSB, eleita primeira presidente mulher da Assembleia Legislativa. E nem é o único marco que Vale registrou nos 188 anos da Casa legislativa. Ela também é dona da maior votação de toda história do parla mento no Maranhão, com exatos 104.729 votos.

Quando o come ta C/2022 E3 (ZTF) passou pela Terra, há 50 mil anos, nosso planeta ainda era habitado pelos neandertais, uma espécie prima humana extinta. Há 188 anos, o parlamento era preenchido pela política primitiva, pensamentos primatas, que não enxergavam na mulher um espaço de destaque. A atual legislatura, sob o comando  de Iracema Vale, também marca a maior bancada feminina, com 12 mulheres eleitas.

Abastecida da confiança do governador do Maranhão, Carlos Brandão, também do PSB, Iracema Vale orbitou em torno do Palácio dos Leões para garantir chancela necessária para romper outro preconceito (ausente do Regimento Interno) de uma deputada recém eleita, de primeiro mandato, presidir o Poder Legislativo maranhense. Resguardando ainda as raridades da política, nessa primeira sessão legislativa de todas as Assembleias do Brasil, Iracema configura-se solitariamente como a única mulher.

Movimento necessário incentiva do por Brandão. Na coletiva de imprensa, bom lembrar, Brandão esteve cercado de mulheres, diferente das fotos de chefes do executivo que sempre estão cercados, em sua imensa maioria, de homens.

Para o bem da política, os paralelos de Iracema com o cometa C/2022 E3 (ZTF) de vem parar por aqui. Pois, no caso do cometa, essa pode ser sua última vez no sistema solar. Cientistas calculam que ele de vemergulhar no universo profundo e nunca mais poderá retornar para órbita do nosso Sol. Que não seja a primeira e última vez de uma mulher no comando do legislativo maranhense.

Governador Carlos Brandão reforça a singularidade do seu Plano de Governo em entrevista ao Jornal O Imparcial

Na manhã desta terça-feira (20), o governador e candidato à reeleição, Carlos Brandão, foi entrevistado pelo diretor-geral e fundador do O Imparcial, Pedro Freire, e pelo diretor de redação do jornal, Raimundo Borges, a respeito do que tem sido feito pelo Maranhão, principais propostas para a continuidade do seu governo e de sua capacidade técnica e administrativa para ser governador.

O diálogo teve destaque quanto ao desenvolvimento da segurança alimentar, avanços na saúde e investimentos na educação. Na área de segurança alimentar, Carlos Brandão falou do café da manhã servido nos restaurantes populares no valor simbólico de R$ 0,50 centavos.

Na área da saúde, o governador abordou os ganhos da população a partir da construção de 26 hospitais macrorregionais e 18 policlínicas. Na educação, falou sobre as significativas reformas e ampliações dos Centros de Ensino.

“Eu gostaria de registrar que o Imparcial é um jornal respeitado, tem bons jornalistas. Quando a gente concede uma entrevista ao Imparcial, a gente fica muito tranquilo, porque sabemos que eles são portadores da verdade, da independência e da seriedade. Tivemos, hoje, uma grande oportunidade de levar aos maranhenses o que a gente pensa e pretende fazer pelo Maranhão, além do que a gente ajudou a construir nestes últimos 7 anos e 7 meses”, afirmou o governador Carlos Brandão.

Ao encerrar, Brandão reafirmou o compromisso de seguir com os projetos em diversas áreas e de estar preparado para comandar o estado.

“Eu quero aproveitar e dizer aos maranhenses que em todos esses anos de vida pública eu me preparei. Fui, por 4 vezes, secretário de Estado; 2 vezes deputado federal, 2 vezes vice-governador. Eu conheço profundamente a administração pública e tenho certeza que vou fazer um bom governo. Me sinto muito preparado para conduzir o estado”, reafirmou o candidato.

Para o diretor-geral e fundador do Jornal O Imparcial, Pedro Freire, a visita ao governador foi motivada pelo importante trabalho feito em prol do Maranhão nos últimos anos.

“É importante demais este encontro, porque nós entendemos que o trabalho realizado pelo governador é, até o momento, de grande importância para o Maranhão. É significativo o que está sendo feito e o que, como governador eleito, vai prosseguir nessa caminhada. Nós estamos aqui para apoiar quanto àquilo que foi feito e o que for projetado para o nosso estado”, pontuou Freire.