Prefeito de Rosário teria fraudado contrato milionário com empresa que emitiu nota fiscal, mas não entregou o material 

O prefeito do município de Rosário, Calvet Filho, do PSC, é investigado em um inquérito civil que apura possíveis fraudes em um contrato com a empresa Felipe Canavieira Eireli, firmado por meio da Secretaria Municipal de Educação.

Conforme apurado pelo site do Matias Marinho as fraudes foram apontadas no contrato  nº 153/2021 que teve como objeto a aquisição de material permanente em vultosas quantidades, sendo publicado no valor de R$ 2.050.763,68 com vigência até 22/12/2022 e até agora foram identificadas as Notas Fiscais Eletrônicas nº 446, 447, 459, 466, 472, 476, 494, 495, 496 e 509, emitidas pela empresa referida, entre 17/01/2022 e 11/05/2022, tendo como destinatário o município de Rosário, totalizando R$ 1.604.955,80.

Em análise superficial, o MPMA- Ministério Público do Maranhão percebeu que os preços dos bens adquiridos estão a níveis superiores ao mercado e que, no processo licitatório, foi somente analisada a proposta de um dos participantes. Esse vício no processo originário pode comprometer a contratação ocorrida por adesão em Rosário.

Além disso, em inspeção realizada pelo MP, verificou-se que parte significativa do material adquirido no contrato não foi entregue ou foi entregue em especificações divergentes das notas.

Em reposta ao MP, a Secretaria de Educação de Rosário informou ter acionado a empresa Felipe Canavieira Eireli para que sanasse as pendências apontadas, e a referida empresa admitiu a falta, apesar da emissão de notas fiscais.

A nossa equipe entrou em contato com a Prefeitura Municipal de Rosário, mas até o fechamento desta edição não obtivemos respostas.

Apoio político! Flávio Dino e Carlos Brandão recebem Calvet Filho nos Leões

Muito simbólica a recepção do governador Flávio Dino (PCdoB) e do vice-governador Carlos Brandão (PSDB) ao prefeito de Rosário, Calvet Filho (PSC), reconduzido ao cargo após decisão judicial.

Calvet Filho foi afastado do cargo por uma decisão truncada da Câmara de Vereadores, a partir de uma investigação feita no “machado” pelos próprios parlamentares. Com 9 votos a favor e 4 votos contra, Calvet foi cassado sobre a justificativa de que teria contratado empresas sem licitação para beneficiar aliados durante a pandemia da Covid-19.

De acordo com a juíza Karine Lopes de Castro, que determinou o retorno do gestor, a votação que cassou o mandato de Calvet e da vice, Cláudia Anceles, ocorreu de forma nominal e aberta, o que teria ferido o regimento da Câmara, que determina votação secreta.

E essa foi só uma das arbitrariedades identificada no bojo do complô eivado de politicagem que determinou o afastamento de Calvet Filho, um acinte à democracia rejeitada pela própria população do município que não arredou o pé da Câmara, em protesto contra decisão atabalhoada.

Por isso, é sem dúvida muito simbólico o acolhimento do governador e do vice após os fatos.