Na manhã de ontem, o secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, o ex-deputado Elias Vaz (PSB-GO), foi pessoalmente à reunião da Comissão de Segurança Pública da Câmara para conter os ânimos da bancada da bala bolsonarista, que prometia ações contra o governo, como aprovação de convocações de autoridades.
Com muito esforço, conseguiu convencer os parlamentares que o seu ministério tem toda disposição em dialogar e discutir como deve se dar as alterações na concessão de porte de armas no país e o recadastramento desses armamentos.
Mas cada movimentação do Executivo altera o “humor” dessa turma, maioria absoluta nessa comissão. Os bolsonaristas, se unem a Sergio Moro – que seria alvo de um plano de um grupo criminoso desvendado pela Polícia Federal – para atacarem Lula.
E a nova e infeliz declaração do presidente da República, ontem, afirmando que esse plano teria sido uma “armação” do ex-juiz e ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro só atrapalha essa ação do governo em conter a oposição.
No Congresso, o governo já enfrenta problemas para aprovar suas matérias econômicas, há um desentendimento entre os presidentes das duas casa – Arthur Lira e Rodrigo Pacheco – sobre tramitação de medidas provisórias, que atrapalha o Palácio do Planalto, e Lula cria mais cismas com a oposição bolsonarista barulhenta.
Após a declaração de Lula ontem, todos no governo se calaram. Na véspera, anteontem, o ministro da Justiça, Flávio Dino, alvo predileto de parte da oposição, passou o dia explicando a operação que atingiria Moro, reconhecendo que existia sim um plano nesse sentido. Mas Lula preferiu não escutar e disse o que disse.