Empresas de amigos do ministro das Comunicações Juscelino Filho ganharam mais de 36 milhões em contratos com a Prefeitura de Vitorino Freire.
O município é governado pela irmã do ministro que contratou as firmas com verbas do orçamento secreto e de emendas parlamentares destinadas por ele.
Ao menos quatro companhias de amigos, ex-assessoras e uma cunhada do ministro foram beneficiadas, principalmente a partir de 2015, quando Juscelino assumiu seu primeiro mandato como deputado federal.
Uma dessas organizações é a Arco Construções, comandada por Antônio Tito, marido de uma ex-funcionária do ministro. A construtora fechou ao menos nove contratos, que totalizam R$ 16,2 milhões, entre 2017 e 2022 para a recuperação de estradas, reformas de prédios, locação de caminhões e construção de praças e de uma escola.
Tito é irmão Diogo Tito, que por sua vez é sócio oculto da Mubarak, outra empresa beneficiada com contratos para obras de estradas vicinais. Ao todo, a firma acumulou R$ 4,8 milhões em obras.
Maranhão Asfalto é mais uma empresa que ganhou contrato com a Prefeitura de Vitorino Freire. Atualmente, a firma tem como sócia-administradora Aline Cavalcanti Fialho Vale, irmã da mulher de Juscelino, Lia Cavalcanti. A firma ganhou três contratos de R$ 1,3 milhão, entre 2017 e 2018, para o fornecimento de concreto para estrada.
Já tinham denúncias de irregularidades recentes contra Juscelino de que ele usou 5 milhões do orçamento secreto para asfaltar uma estrada que passa em frente de oito fazendas de sua família em Vitorino Freire, trecho de 19 km liga as propriedades da família a uma pista de pouso privada e a um heliponto, o contrato foi firmado com a Construservice, de Eduardo Imperador, amigo do ministro há 20 anos. No total, a firma ganhou R$ 14,1 milhões.
Outra acusação contra o atual ministro das Comunicações seria que Juscelino teria apresentado dados falsos à Justiça Eleitoral ao prestar contas de sua campanha para deputado, no ano passado. Ao Justificar um gasto de R$ 385 mil com táxi aéreo, ele apresentou listas de passageiros de voos de helicóptero sem relação com a campanha, uma família de São Paulo aparece em 23 dos 77 relatórios de viagens pagas com dinheiro público.