Bolsonaro dá a senha para que homens ataquem mulheres, diz antropóloga Isabela Kalil

O ataque do deputado estadual Douglas Garcia (Republicanos-SP) à jornalista Vera Magalhães é o exemplo mais recente de uma conduta legitimada por Jair Bolsonaro (PL): o presidente tem um histórico de ofensas contra mulheres que é, inclusive, anterior à eleição de 2018. Essa é a avaliação de Isabela Kalil, antropóloga e coordenadora do Observatório da Extrema Direita.

“Tem uma questão que é o quanto Bolsonaro, quando faz isso, ele, de uma certa forma, autoriza, né? Nesse caso a gente tinha um deputado estadual aqui por São Paulo. Então, quando você tem o chefe de Estado fazendo isso com atitudes muito parecidas e nada acontece do ponto de vista institucional, isso é uma espécie de autorização para que outros atores políticos possam fazer coisas similares, porque, enfim, nada vai acontecer”, diz Kalil em entrevista ao podcast O Assunto.

Garcia ofendeu Magalhães ao final do debate da TV Cultura entre candidatos ao governo do estado de São Paulo na madrugada desta quarta-feira (14). Com o celular em punho, ele se aproximou de Magalhães e disse que ela é “uma vergonha para o jornalismo”. A frase é a mesma que foi usada por Bolsonaro contra a jornalista durante o debate da Band entre candidatos à Presidência no fim de agosto.

“Então, eu acho que tem uma questão que é o quanto isso [ataques de Bolsonaro] serve como modelo e de uma senha que autoriza esse tipo de posição. Mas tem uma outra coisa que eu acho que até mais complexa que isso que é o fato de que isso é muitas vezes a pauta ou a agenda que organiza certos grupos de apoiadores.”

 

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