União Brasil decide por pré-candidatura de Luciano Bivar, penúltimo colocado nas eleições presidenciais de 2006

Luciano Bivar (PE) será o pré-candidato à Presidência da República pelo União Brasil. A decisão foi tomada nesta quinta-feira (14) durante uma reunião da Executiva Nacional.

Segundo informações, os partidos União Brasil, MDB, PSDB e Cidadania pretendem lançar um candidato em consenso no dia 18 de maio. A escolha de Luciano Bivar pelo União Brasil tem objetivo de viabilizar uma alternativa eleitoral ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao presidente Jair Bolsonaro (PL).

Bivar foi o fundador do PSL, em 1994, e, em 2006, disputou a Presidência da República, ficando em penúltimo lugar da disputa, com menos de 0,1% dos votos válidos.

Interesses de caciques do DEM e PSL levam cada vez mais Sérgio Moro para o União Brasil

Não é apenas Sergio Moro que precisa da União Brasil de Luciano Bivar para dar musculatura à sua campanha presidencial. Bivar também precisa do ex-juiz, de preferência eleito presidente da República, ou acabará sucumbindo ao nascente poder de ACM Neto, especialmente se o baiano do DEM for eleito governador.

A União Brasil, que será homologada na próxima terça-feira pelo TSE, deve eleger três governadores: ACM Neto na Bahia, Ronaldo Caiado em Goiás e Carlos Moisés em Santa Catarina.

À frente de um reduto importantíssimo para o PT no Nordeste e com canal de interlocução com Lula, será natural que ACM Neto vire um interlocutor privilegiado da Presidência petista e acabe tomando conta da legenda hoje presidida por Bivar. Seu objetivo, claro, é o Palácio do Planalto, em 2026.

Atraído por ACM Neto para essa fusão entre PSL e DEM, Bivar está quase arrependido e se vê preso numa armadilha. Teme perder o apoio interno de Rueda, o pupilo que cresceu e se tornou um dirigente pragmático — e dono do cofre bilionário da legenda.

Se Lula não é uma opção para Bivar, Jair Bolsonaro tampouco. O cacique do PSL tem ódio figadal do ex-aliado a quem cedeu o partido para a eleição de 2018. Os motivos são vários e não cabe aqui enumerá-los.

Importa apenas dizer que, neste caso, uma ainda que improvável reeleição de Bolsonaro agradaria Ronaldo Caiado, que assumiria então o protagonismo político na legenda, com acesso ao generoso orçamento federal, com ou sem emendas secretas.

(DO ANTAGONISTA)