A gestão da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) tem sido marcada por uma série de controvérsias e irregularidades no processo de escolha de seus dirigentes. A consulta para a composição da lista tríplice para reitor e vice-reitor tornou-se um palco de manobras e sucessivas ilegalidades, gerando uma situação caótica e confusa na história da instituição.
Desde o início do processo, vários vícios foram identificados, levantando questionamentos sobre sua integridade e lisura. Surpreendentemente, até o momento, as atas das reuniões da comissão eleitoral não foram disponibilizadas à comunidade acadêmica, mesmo após a consulta ocorrida em 21 de julho.
O clímax das irregularidades ocorreu durante a 118ª Sessão Extraordinária do Conselho Universitário (CONSUN) em 25 de agosto. Nessa reunião, o reitor tomou ações que contrariaram as normas e a legalidade, distorcendo o procedimento de votação que deveria ser UNINOMINAL, ou seja, cada membro do conselho deveria votar em apenas um nome, em conformidade com o Estatuto da Universidade. Surpreendentemente, o reitor promoveu seis votações distintas, mesmo após ser alertado por conselheiros sobre a irregularidade flagrante.
Diante das aberrações cometidas, alguns conselheiros apresentaram recursos junto ao CONSUN, buscando a anulação da referida reunião. Esses recursos serão analisados em conjunto com outro recurso, solicitando a anulação da consulta ocorrida em 21 de junho para a formação da lista tríplice.
A situação levanta dúvidas sobre o compromisso da gestão com a legalidade e a transparência. A escolha do relator desses processos, Walber Lins Pontes, é alvo de questionamentos, já que ele anteriormente defendeu que os funcionários da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) deveriam votar na consulta pública para a escolha de reitor e vice-reitor da UFMA, diminuindo significativamente a representação dos servidores. Além disso, ele foi denunciado por envolvimento em um esquema de rachadinha com o ex-senador Roberto Rocha.
Com um conselho composto por 115 membros, a escolha de Walber Lins Pontes como relator suscita questionamentos legítimos sobre seu possível conflito de interesses. As incertezas persistem, e a comunidade acadêmica observa atentamente o desenrolar desses acontecimentos, preocupada com a preservação da integridade e da legalidade no processo de escolha dos dirigentes da UFMA. Parece que, infelizmente, não há limites para as ilegalidades nessa gestão.