Maior operação iniciada num posto de gasolina chega ao fim com muitas prisões e condenações

Depois de 7 anos, 79 fases de operações que colheram materiais e provas que embasaram 130 denúncias contra 533 acusados, a força-tarefa da Lava Jato chegou ao fim. Pelo menos a força-tarefa no Paraná, do jeito como ficou conhecida.

A decisão foi do próprio Ministério Público Federal. Segundo o MPF, a investigação, deflagrada em 2014, continua, mas dentro do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPF, no Paraná. Mas a estrutura será reduzida.

Na prática, o encerramento da força-tarefa significa que os procuradores que eram da Lava Jato poderão ter de dividir suas atribuições com outros casos.

O fato é que a Operação já vinha sofrendo uma série de reveses. Depois de tantos anos de vitórias no combate à corrupção, a Lava Jato passou a ser derrotada por decisões do Supremo e, ao mesmo tempo, pelo “fogo amigo” do MPF. O fim parecia inevitável.

Na manhã de 17 de março de 2014, os investigadores da Operação Lava Jato realizaram a primeira fase da investigação com uma ação de busca e apreensão no Posto da Torre, localizado a cerca de 3 quilômetros do Congresso Nacional. Eles ainda não suspeitavam que o endereço em Brasília era usado para pagar propina a políticos, somente que estava envolvido em crimes financeiros – como a lavagem de dinheiro do narcotráfico.

O posto instalado no setor hoteleiro sul da capital federal pertencia ao doleiro Carlos Habib Chater, suspeito naquele momento de lavar dinheiro do tráfico de drogas. Ele se tornaria o primeiro preso da Lava Jato.

Após passar 1 ano e 7 meses preso em regime fechado no Paraná e um ano no semiaberto em Brasília, Chater voltou a administrar o ‘Posto da Lava Jato’, como o estabelecimento ficou conhecido.

Ele está à frente do negócio desde outubro de 2016, quando passou a administrar também uma dívida de pouco mais de R$ 8 milhões do posto com a União.

Chater afirma estar pagando parceladamente a dívida, acumulada, segundo ele, por dificuldades econômicas.
“A questão da gente é o que as empresas sofrem para ficarem abertas. No Brasil, tudo conspira contra. Então, a gente optou por manter os empregos e, infelizmente, um ou outro imposto fica para trás e a gente normalmente parcela”, diz