O serviço notarial no Brasil bateu em 2022 seu recorde de receita: R$ 25,9 bilhões. É o maior valor da série histórica iniciada em 2013. Os dados são da plataforma Justiça Aberta do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
O montante anual arrecadado pelos cartórios supera o reservado no Orçamento neste ano para a maioria dos ministérios do governo Federal. Está acima do dinheiro disponível para o Ministério da Fazenda (R$ 25,7 bilhões), o dos Transportes (R$ 24,5 bilhões) e o das Cidades (R$ 23,1 bilhões).
O valor também iguala o destinado pelo Orçamento à Justiça do Trabalho (R$ 26 bilhões) e supera a previsão orçamentária da Justiça Federal (R$ 15,5 bilhões).
A rentabilidade dos cartórios também supera a receita de quase todas as cidades brasileiras.
Excluindo-se São Paulo (R$ 76,7 bilhões de receitas em 2021) e Rio de Janeiro (R$ 37,5 bilhões), todas as outras capitais arrecadam menos em 1 ano do que os cartórios.
A arrecadação total de 2022 dos cartórios, por exemplo, é quase o dobro de tudo que entrou em 2021 nos cofres de Belo Horizonte (R$ 14,2 bilhões) e o triplo das receitas do município de Salvador (R$ 8 bilhões).
Desde 2013, a arrecadação dos cartórios, corrigida pela inflação, soma R$ 208 bilhões. Em dólares, a preços de hoje, seriam US$ 41,5 bilhões.
Esse valor arrecadado durante uma década equivale a tudo o que produz em um ano a Bolívia (US$ 40,4 bilhões) ou o Paraguai (US$ 39,4 bilhões). Os dados, de 2021, são do Banco Mundial.