Em uma reviravolta surpreendente, MDB e PSDB decidiram desistir da formação de uma federação política. Os advogados dos partidos avaliaram minuciosamente o assunto e concluíram que a entrada do MDB na federação já existente entre o PSDB e o Cidadania acarretaria uma nova contagem de quatro anos de duração, estendendo a aliança até 2027.
Essa decisão tem consequências diretas para as eleições presidenciais de 2026, uma vez que os partidos teriam que alcançar um consenso nesse período. No entanto, essa tarefa parece extremamente desafiadora atualmente, considerando as diferentes direções que os dois partidos estão seguindo: o MDB faz parte do governo Lula, ocupando três ministérios, o que levanta a possibilidade de apoio ao petista ou até mesmo de lançar a atual ministra do Planejamento, Simone Tebet, como candidata, enquanto o PSDB está trabalhando para lançar seu atual presidente, o governador Eduardo Leite (RS), como candidato próprio.
O arranjo político almejado pelas legendas tinha como foco principal as eleições municipais de 2024. Em São Paulo, por exemplo, a federação MDB-PSDB-Cidadania consolidaria o apoio à reeleição do prefeito Ricardo Nunes (MDB). No entanto, diante dos desafios e impasses enfrentados no âmbito nacional, a formação dessa federação política se tornou inviável, pelo menos por enquanto.