Depois que um relato sobre uma unidade do Outback em São Luís (MA) viralizou nas redes sociais no último fim de semana, o Ministério Público do Trabalho no Maranhão (MPT-MA) recebeu denúncia sobre o caso e instaurou investigação. Em vídeo, uma advogada afirma ter se chocado após funcionários da franquia terem atendido de joelhos os clientes da unidade.
Em nota, o Outback afirmou que a conduta nunca foi obrigatória e foi extinta nas 141 unidades da rede. “A prática de o atendente olhar os clientes na altura dos olhos abaixando-se ou sentando-se junto deles à mesa sempre foi uma ação opcional que ficou muito conhecida no passado como uma frente de receptividade durante o atendimento”, afirma o posicionamento.
O Outback afirmou que nunca existiu a norma para que funcionários se ajoelhassem durante o atendimento. A rede tinha, sim, uma orientação para que o atendente mantenha contato na altura dos olhos se abaixando ou sentando-se ao lado do cliente. Esta teria sido extinta, de acordo com o estabelecimento, depois da repercussão negativa do vídeo nas redes sociais no domingo (19/3) e já era repensada após a pandemia de Covid-19. A empresa afirma ainda não ter sido notificada pelo MPT.
No vídeo, a advogada Ana Beatriz Isaias relatou a experiência. “A mulher vem me atender e do nada ela abaixa. Depois vem outro me atender e a pessoa ajoelha de novo. Nessa hora eu não me aguentei e perguntei: ‘Moça, mas por que você tá de joelho?’. Ela disse que é uma tradição no Outback. Minha irmã perguntou: ‘Moça, mas essa tradição não dói seu joelho?’ e ela respondeu ‘pra caralho’”, conta.
A garçonete, então, afirma que a suposta tradição seguia uma norma do Outback para que os funcionários “fiquem no alcance do olhar do cliente”. “Moça, isso não é o mesmo patamar, isso é servidão, subserviência. Você está de joelhos para o cliente!”, rebateu a advogada.