Durante entrevista no programa rádio, nesta quarta-feira (11), o deputado estadual diplomado, Carlos Lula (PSB), que também é especialista de direito eleitoral, analisou os cenários da política nacional, estadual e municipal.
“Estamos vendo a eclosão de lideranças que não vemos o rosto, mas estão mostrando que são muito mais radicais do que o bolsonarismo que estamos acostumados. A grande pauta de discussão do primeiro ano do governo Lula será a permanência do ambiente democrático, uma pauta fundamental que inclusive pode se estender ao Maranhão. Não se trata de defender candidato A ou B, e sim, a defesa das regras do jogo, das instituições. A defesa da democracia é a defesa da regra do jogo”, afirmou.
Carlos Lula analisou ainda as ações do ex-presidente Jair Bolsonaro que incentivam seus eleitores a não aceitarem o resultado oficial das eleições. “Bolsonaro não lidera porque não tem projeto, ele não é capaz de fazer um bloco, mas mesmo o silêncio dele comunica. Ao não se pronunciar, ele alimenta o sentimento das pessoas que sempre é possível. Não tirou o nome de presidente de nenhuma rede social, e isso alimenta. É uma liderança completamente diferente da tradicional, ela é difusa, o que dá permissão para a ação dos radicais”, alerta.
Ao ser questionado sobre a disputa pela presidência da Assembleia Legislativa, o pessebista contou como auxiliou na mediação do grupo para que se chegasse ao consenso de lançar um candidato único.
“Trabalhamos muito para que houvesse um consenso de um candidato do grupo Flávio Dino e Carlos Brandão. Iracema tem todas as condições de fazer um grande mandato, será a primeira mulher a presidir a casa, o restante da mesa vai levar tempo, será por partido e por bloco, e ela vai ouvir os partidos. Temos oito vagas na mesa da casa e as conversas vão caminhar com calma”, disse.
Lula também disse que o PSB deve se reunir essa semana para decidir se vai trabalhar enquanto partido ou se juntar com um bloco e comentou sobre estar ou não na mesa diretora. “Eu só estou em busca do consenso, não precisamos brigar por isso, meu objetivo é começar no dia primeiro um mandado com gosto de gás. Esse debate se vai estar na mesa ou não é consequência, não é o mais importante, o importante é trabalhar com ânimo e com a Assembleia unida”.
Sobre as eleições 2024, o deputado diplomado não descarta a possibilidade de ser pré-candidato à prefeitura de São Luís. “Minha eventual candidatura faz parte de uma conversa de um grupo político inteiro. É bom botar na mesa o nome de todo mundo que compôs o grupo do candidato Carlos Brandão para discutir São Luís. E entre esses nomes estão também Pedro Lucas, Paulo Victor e Duarte. O mais importante é discutir a cidade, mais do que propriamente os nomes em si. Não dá para ser como vemos hoje, o prefeito ter uma relação tão difícil com a Câmara Municipal. Essa relação precisa ser melhor compreendida para que tenhamos mais resultados”, ponderou.
O ex-gestor da Saúde do Maranhão apontou também os principais problemas da capital maranhense. Desde a deficiência de políticas públicas até a inabilidade de diálogo com a ala política. “Temos que discutir mobilidade urbana que não é só cortar canteiros, temos gravíssimos problemas na educação, as crianças perderam praticamente três anos de escola. Problemas na saúde da cidade, que pouco avançou em relação a isso. São Luís é cheia de potencialidades, mas sem conversar com o Governo Federal, Estado e vereadores como se vai avançar na construção da cidade?”, questiona o deputado.
O deputado diplomado concluiu a entrevista destacando a expectativa para o início do seu mandato na Assembleia Legislativa. “A expectativa é de esperança e muito trabalho para que a gente possa reconstruir esse Brasil, sentar em uma mesa com a família sem precisar brigar por política. Que a gente possa construir um futuro cheio de alegria com um Brasil, um Maranhão e uma São Luís melhor para todo mundo”.