A força eleitoral de Brandão nas urnas e o começo e declínio pífio de Weverton Rocha

Na política, o eleitor pode até ter a memória curta. No métier político, porém, o passado nunca é negado para pensar o presente e projetar o futuro. O senador Weverton Rocha (PDT), apesar de querer demonstrar o contrário, tem mostrado que depende da estrutura do poder para fazer política.

Sem o apoio integral da Prefeitura de São Luís, amargou a terceira colocação nas últimas eleições, ao apoiar o deputado estadual Neto Evangelista (DEM). Sem a Prefeitura e com a iminência de perder os tentáculos no governo do Estado, tem perdido sucessivos apoios políticos.

Para segurar seus aliados têm sustentado que teve mais votos que Flávio Dino, em uma eleição que não há comparação. Já para a imprensa tem arrotado que o PDT não nasceu no Palácio dos Leões, além de dizer que tem mais capilaridade política que o vice-governador Carlos Brandão (PSDB).

A primeira eleição de Carlos Brandão foi em 2006, enquanto Weverton Rocha candidatou-se somente em 2010 já com o espólio de ter passado pelo executivo estadual na gestão do saudoso Jackson Lago. A diferença, nessas duas estreias eleitorais, foi de uma vantagem de 87,5 mil votos de Brandão em cima de Weverton. Isto é, Carlos Brandão com 134.643 votos em sua primeira eleição, em 2006, e Weverton com 47.130 votos, em 2010.

Esta primeira eleição, em 2006, é sempre relembrada pelo o governador do Maranhão em tom de gratidão. Naquele pleito, Brandão abriu mão de colégios eleitorais para ajudar o então desconhecido ex-juiz Flávio Dino na sua primeira investida eleitoral. O vice-governador abdicou naquele ano de importantes colégios eleitorais, a exemplo de Caxias. Dino logrou êxito naquele pleito.

Já a estreia de Weverton não pôde ser comemorada. Diferente de Carlos Brandão e Flávio Dino, conseguiu apenas conquistar uma suplência em 2010, mesmo com o espólio do governo Jackson Lago. E por ironia do destino e da própria dinâmica da política, Weverton conquistou seus primeiros passos nos salões do Congresso Nacional graças a um gesto de Brandão. À época, pediu licença do cargo em 2011 para Weverton assumir.

Já com tentáculos ampliados na Prefeitura de São Luís, Weverton foi beneficiado no primeiro mandato de Edivaldo Holanda Júnior à frente da Prefeitura de São Luís e obteve 81.161 votos, quase o dobro de votos. Essa eleição realçou a dependência de Weverton na máquina pública ou de um cabo eleitoral forte.

Em 2018, ficou mais claro: Weverton precisa da máquina, padrinho político, compadres e pitadas de traições. Até hoje arrota que teve 1,9 milhão de votos.

Em 2022, com todo o histórico de derrotas e vitórias, graças às mencionadas estruturas econômica e pública, o futuro parece repetir o passado: sem esse suporte, Weverton caminha para mais um pífio resultado, a exemplo do que aconteceu em 2006.

Brandão, por outro lado, vem numa crescente, com pé no chão, vencendo todas as eleições que participou. E sem histórico de traição!

[EDITORIAL DO PROGRAMA XEQUE-MATE DESTA QUINTA-FEIRA]

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