A formação do novos blocos de atuação parlamentar na Assembleia Legislativa do Maranhão, com possível inobservância dos trâmites regimentais, transformou a sesão de ontem (09) numa das mais polêmicas dos últimos dois anos.
Depois de decidir não acompanhar o governador Flávio Dino (PSB) na escolha do candidato à sua sucessão, o presidente da Casa, Othelino Neto, foi questionado pelos deputados sobre a formação dos novos blocos, com interpretação duvidosa do regimento.
O ponto nevrálgico para a sessão polêmica foi, na verdade, a nomeação açodada do deputado Márcio Honaiser (PDT) para a presidência da mais importante comissão da Casa, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), aliado do pré-candidato ao Governo do Estado, o enrolado Weverton Rocha (PDT).
Segundo o deputado Duarte Júnior (PSB), as ferramentas utilizadas para a redefinição dos blocos e escolhas dos seus componentes colocou as prerrogativas dos parlementares em jogo. “Essa Comissão de Constituição e Justiça montada no apagar das luzes, presidida por membro do PDT, foi orquestrada para inviabilizar a gestão do próximo governador Carlos Brandão, que assumirá no dia 31 de março. Não podemos aceitar que essa casa, que defende a democracia, seja uma casa que atue de forma ditatorial”, vociferou.
Para o deputado Zé Inácio (PT), primeiro é preciso saber, de fato, quem é governo e quem é oposição. “Acho que o presidente tem sua convicção política e precisamos que isso fique claro porque a gente sabe como se portar aqui dentro desta Casa. O que não pode é fazermos um embate e dizer que não seremos oposição, fazendo uma dura oposição ao governo, ferindo o regimento interno da Casa”, observou.