Flávio Dino fala em PDT indicar vice na chapa de Brandão

VALOR ECONÔMICO

Um dos principais articuladores da pré-candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva fora do PT, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), montou um palanque no Estado para 2022 que reunirá o presidenciável petista e o tucano João Doria e poderá ter ainda Ciro Gomes (PDT).

Há também a possibilidade de a senadora Simone Tebet (MS) engrossar essa lista, se a aliança com o MDB no Estado for confirmada.

Dino definiu que apoiará para sua sucessão no Estado o vice-governador Carlos Brandão, presidente do diretório do PSDB no Maranhão. A chapa montada por Dino é liderada pelo PSDB e poderá ter o PDT na vice. O governador, filiado ao PSB, disputará o Senado.

Há conversas avançadas com o MDB da família Sarney, antiga adversária de Dino, mas que tem se aproximado do governo e participado da base aliada na Assembleia Legislativa do Estado. A ex-governadora Roseana Sarney, que preside o MDB local, é cotada para integrar a chapa, como candidata à Câmara dos Deputados.

O palanque multipartidário não é algo inédito no Maranhão. Nas duas eleições presidenciais passadas, por exemplo, Flávio Dino, então filiado ao PCdoB, recebeu em seu palanque os presidenciáveis Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) em 2014, e Fernando Haddad (PDT) e Ciro Gomes (PDT) em 2018.

Dino escolheu o vice-governador tucano dentro de um grupo de 13 partidos da base governista, com outros três pré-candidatos: o senador Weverton Rocha (PDT) e os secretários estaduais Felipe Camarão (PT) e Simplício Araújo (SD).

Há divergências no grupo e o assunto ainda não foi pacificado.

O governador maranhense marcou uma nova rodada de conversas com os partidos aliados no início de 2022, mas já deu um recado: apoiará o vice, do PSDB. “Manifestei essa posição para os 13 partidos que compõem o nosso governo e faremos uma nova reunião em 31 de janeiro”, disse Dino.

Carlos Brandão deve assumir o governo do Estado em abril, quando Dino se licenciará para ser candidato ao Senado. O tucano já está em plena pré-campanha eleitoral. Neste ano, visitou ao lado de Dino ao menos 80 municípios do Estado. Até abril, os dois pré-candidatos visitarão 150 municípios (69% do total) para inaugurar 600 obras e anunciar empreendimentos.

O vice-governador tem uma boa relação com a família Sarney no Estado e não descarta a possibilidade de ter a ex-governadora Roseana Sarney por perto em 2022. Brandão é discreto ao falar sobre as negociações — que são expostas por seus aliados. “Tenho um excelente diálogo com o MDB. Estamos dialogando e temos prioridade do partido na composição de uma aliança”, disse o tucano ao Valor.

Brandão afirmou que no Estado a união entre grupos antagônicos no plano federal nunca foi um problema. “Aqui é palanque misto. Cada candidato vem em um dia diferente. Parece estranho, mas vamos receber todos. E estar no mesmo palanque não significa que vamos pedir voto para todos”, afirmou.

Ao falar sobre as conversas entre o ex-presidente Lula e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) para que o tucano seja vice na chapa presidencial petista, Brandão disse não ver grandes dificuldades para isso se concretizar. Nesse cenário discutido, Alckmin, fundador do PSDB, iria para o PSB para ser vice de Lula. “PSB e PSDB têm um adversário comum, que é Jair Bolsonaro”, disse. “São grupos que historicamente seguiram separados, mas hoje têm um inimigo comum”, afirmou. “Esse tipo de união já foi muito mais difícil do que agora.”

O vice-governador apoiou Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, na disputa pelas prévias nacionais do PSDB contra João Doria. “Lamentei muito a derrota de Leite porque eu apostava em um nome novo”, disse. “Era quem mais tinha chance de renovar”, afirmou. Para Brandão, Doria precisa pacificar o partido e “cicatrizar as feridas” para conquistar apoio nos Estados. “Isso vai depender muito do Doria”, disse. “O discurso é de união depois da prévia, mas na prática sabemos que não é bem assim. Fica um pouco de mágoa. Cabe a quem ganhou a prévia construir a unidade.”

O desafio de Dino e de seu vice em 2022 é manter unida a ampla base aliada, que já chegou a 16 partidos e agora são 13. Brandão disse ter o apoio de pelo menos nove partidos (PSDB, PSB, PT, Pros, PCdoB, SD, Cidadania, Patriotas e PTC) e tem conversado com outros, como o MDB e o PV de Sarney Filho.

1 comentário em “Flávio Dino fala em PDT indicar vice na chapa de Brandão”

  1. Espero que o Brandão não seja burro ou cego em aceitar alguém do PDT para ser o seu vice. O governador Brandão precisa ter ao seu lado alguém de sua confiança,para que no futuro possa ter tranquilidade na sua candidatura ao senado,como fará com o Dino. Sei que existem grandes nomes para compor a chapa do Brandão ,entre eles o competentíssimo Luis Fernando Silva,que conhece muito bem o nosso estado e o professor Felipe Camarão,que faz um belíssimo trabalho na educação e tem grande aceitação em todas as camadas sociais desse estado. Mas o futuro pertence a DEUS.

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