Alckmin diz que Lula pediu a Trump suspensão de tarifaço sobre produtos brasileiros

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou neste domingo (12) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) solicitou ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a suspensão do tarifaço imposto sobre produtos brasileiros.

“O pedido do presidente Lula para o presidente Trump foi que, enquanto negocia, suspenda os 40%. Esse foi o pleito”, disse Alckmin após participar de uma missa em Aparecida (SP).

A tarifa adicional de 40%, somada à já existente de 10%, totaliza 50% sobre alguns produtos exportados ao mercado americano e tem, segundo o vice-presidente, afetado setores importantes da economia nacional.

Alckmin destacou que parte das tarifas já foi reduzida, citando produtos como celulose e ferro-níquel, que passaram a ter tarifa zero, e outros, como madeira serrada e móveis, que tiveram redução parcial.

O vice-presidente também ressaltou a presença de 44 mil empresas americanas no Brasil e as oportunidades de ampliação das parcerias comerciais.

Ele fará parte da equipe de negociações com os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Fernando Haddad (Fazenda), enquanto o diálogo com os Estados Unidos será conduzido pelo secretário de Estado Marco Rubio.

Questionado sobre possíveis impasses diplomáticos, Alckmin garantiu que o clima é de cooperação: “A orientação do presidente Trump foi muito clara. Queremos fazer um diálogo e entendimento. E o Brasil sempre defendeu isso: o diálogo e a negociação”.

Trump critica condenação de Bolsonaro e secretário de Estado dos EUA fala em “caça às bruxas”

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reagiu à condenação de Jair Bolsonaro a 27 anos de prisão em regime fechado, definida pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em declaração à imprensa, Trump classificou o episódio como “terrível” e disse que a situação lembra tentativas semelhantes de perseguição contra ele nos EUA.

“Eu o conheci como presidente do Brasil e ele é um bom homem. Sempre o considerei muito correto. Acho que é uma coisa terrível, muito ruim para o Brasil”, afirmou.

A condenação também provocou reação do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, que acusou o ministro Alexandre de Moraes de ser “violador de direitos humanos”.

Segundo ele, a decisão representa uma “caça às bruxas” contra o ex-presidente brasileiro. Rubio afirmou ainda que os Estados Unidos irão “responder adequadamente” à medida.

A publicação com as declarações foi compartilhada pela própria Embaixada dos EUA no Brasil, ampliando o tom crítico de Washington em relação ao julgamento no STF.

Trump impõe tarifa de 50% a produtos do Brasil e agrava tensão comercial

Entrou em vigor nesta quarta-feira (6) a nova tarifa de importação de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, elevando em 40 pontos percentuais a alíquota anterior de 10%.

A medida, assinada pelo presidente Donald Trump e classificada como resposta a uma “emergência nacional”, tem potencial para causar fortes impactos em setores estratégicos das exportações brasileiras, como café, carne, madeira e aquicultura.

Segundo a Casa Branca, a decisão é uma retaliação às “ações incomuns e extraordinárias” do governo brasileiro, incluindo suposta perseguição política ao ex-presidente Jair Bolsonaro, o que teria afetado interesses dos EUA.

Embora 44,6% da pauta exportadora brasileira tenha sido poupada — como petróleo, suco de laranja, celulose e aeronaves —, exportadores temem prejuízos e incertezas no comércio bilateral.

O governo brasileiro afirmou ter um plano de contingência pronto e, conforme os ministros Simone Tebet e Fernando Haddad, serão anunciadas ações como reformulação de programas de exportação e novas linhas de crédito para mitigar os impactos da medida.

Trump critica Israel e Irã por quebra de cessar-fogo e alerta: “Israel, não jogue suas bombas”

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (24) que tanto Israel quanto o Irã violaram os termos do cessar-fogo mediado pelos EUA e pelo Catar.

A trégua, anunciada na noite de segunda-feira (23), deveria ter começado nas primeiras horas do dia, mas, segundo Trump, ambos os países continuaram com ações militares.

“Não estou feliz com Israel. Não estou feliz com o Irã também, mas realmente não estou feliz com Israel”, declarou o presidente americano antes de embarcar para a cúpula da Otan, em Haia.

Em tom mais duro, Trump fez um apelo nas redes sociais: “Israel, não jogue suas bombas. Se fizer isso, será uma grande violação. Traga seus pilotos para casa, agora!”.

O cessar-fogo, que previa o fim das hostilidades em até 24 horas, foi resultado de negociações envolvendo diretamente Trump, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, o emir do Catar e, indiretamente, autoridades iranianas. Apesar do anúncio, o Irã negou oficialmente ter aceitado qualquer trégua.

Deputados dos EUA pedem sanções contra Alexandre de Moraes

Os deputados republicanos Rich McCormick e María Elvira Salazar enviaram uma carta ao ex-presidente Donald Trump e ao secretário de Estado, Marco Rubio, solicitando sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

No documento, eles pedem medidas como o bloqueio de bens e a proibição de visto, acusando Moraes de usar o Judiciário para perseguir opositores políticos e interferir nas eleições presidenciais de 2026 no Brasil.

Os congressistas alegam que o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado faz parte de uma estratégia para afastá-lo da disputa eleitoral e compararam a situação ao que ocorre com Trump nos Estados Unidos. Segundo McCormick e Salazar, Moraes estaria “protegendo o presidente Lula” e “fraudando a eleição antes mesmo de um único voto ser depositado”.

‘Fale manso comigo’, diz Lula sobre presidente Donald Trump

O presidente Lula (PT) disparou nesta terça (11) contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Durante discurso em Minas Gerais, Lula afirmou que não adianta Trump “ficar gritando”, e pediu que o republicano “fale manso” com ele.

“Não adianta o Trump ficar gritando de lá, porque eu aprendi a não ter medo de cara feia. Fale manso comigo, fale com respeito comigo, que eu aprendi a respeitar as pessoas e quero ser respeitado. É assim que a gente vai governar esse país”, declarou o presidente Lula.

“Quero sair da Presidência entregando mais do que eu prometi nas eleições. O Brasil passou a ser um país respeitado. O Brasil não quer ser maior do que ninguém, mas o Brasil não aceita ser menor. Queremos ser iguais. Porque, sendo iguais, a gente aprende a se respeitar mutuamente”, acrescentou ainda. 

Trump adotou uma política externa mais agressiva após assumir o comando dos Estados Unidos, ameaçando invasões do Canadá, Groenlândia e Panamá, e aumentado as tarifas de importação. Uma das medidas afeta diretamente o Brasil, com taxa de 25% sobre o aço exportado para os EUA, que deve entrar em vigor amanhã (12).

Além disso, Trump também ameaçou taxar países do Brics, inclusive o Brasil, caso o bloco avance no seu objetivo de criar mecanismos para negociar internamente sem o uso do dólar, algo que o Brasil já se comprometeu a fazer, como presidente do bloco neste ano.

O petista participou da inauguração do novo centro de desenvolvimento de produtos de mobilidade híbrida-flex da Stellantins em Betim, Minas Gerais. O governador do estado, Romeu Zema (Novo), também participou, e os dois líderes também trocaram farpas em cima do palanque.

Brasileiros acreditam que Trump terá influência nas eleições de 2026

Logo depois da posse do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o instituto Real Time Big Data divulgou uma pesquisa com a opinião dos brasileiros sobre uma eventual influência de Trump nas eleições do Brasil, de 2026.

Segundo o levantamento, 44% dos brasileiros acreditam que o republicano Donald Trump pode influenciar a direita nas eleições presidenciais do Brasil no ano que vem. Já para 21% não terá influência e 35% não sabem ou não respondeu.

A pesquisa também quis saber sobre a relações entre Trump e o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, por conta das posições ideológicas diferentes. Para 51% dos brasileiros, existirá muitas dificuldades na relação. Já 32% não acreditam que existirá dificuldades nas relações e 17% não sabem ou não respondeu.

A pesquisa Real Time Big Data ouviu 1.500 pessoas das cinco regiões do Brasil. A margem de erro do levantamento é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.

Bolsonaro aposta em Trump para reverter restrições judiciais impostas pelo STF

O ex-presidente Jair Bolsonaro enfrenta um período de incerteza judicial, com expectativa de que o Supremo Tribunal Federal (STF) leve seu caso a julgamento ainda neste semestre. Bolsonaro é investigado por tentativa de golpe de Estado, organização criminosa e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

A Polícia Federal considera o ex-mandatário o principal beneficiado em um eventual rompimento das instituições. Recentemente, o ministro Alexandre de Moraes negou o pedido de devolução de seu passaporte e encaminhou a análise à Procuradoria-Geral da República (PGR), que deve se manifestar nos próximos dias.

Bolsonaro aposta fortemente na posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos como uma oportunidade para reverter suas restrições judiciais e recuperar sua influência política. O ex-presidente acredita que Trump, ao reassumir o cargo, pode exercer pressão internacional em favor de sua situação, buscando apoio junto a setores conservadores americanos.

No entanto, Eduardo Bolsonaro representará o Brasil no evento, uma vez que o ex-presidente permanece impedido de viajar. A decisão de Moraes sobre a retenção do passaporte teve repercussão na imprensa internacional, com jornais como The New York Times e The Guardian apontando a dependência de Bolsonaro em relação ao ex-presidente americano. Por outro lado, Michelle Bolsonaro reforça o discurso de perseguição judicial, enquanto lideranças do PT ironizam suas tentativas de buscar apoio no exterior.

Justiça dos EUA avalia anulação de processos contra Trump

Nos Estados Unidos, um procurador especial do Departamento de Justiça estuda a possibilidade de anulação de dois processos contra Donald Trump, recém-eleito presidente em 5 de novembro. A medida se baseia em normas que proíbem a acusação de um presidente em exercício.

O procurador Jack Smith, responsável pelas denúncias, investiga se as alegações contra o republicano, como tentativas de reverter o resultado das eleições de 2020 e retenção de documentos confidenciais na Flórida, poderiam ser anuladas.

Para isso, Smith busca assessoria legal a fim de determinar a aplicabilidade dessas normas nos casos que envolvem Trump. 

Acusações de Fraude e Outros Processos

Apesar de já condenado por fraude contábil, onde foi considerado culpado de 34 acusações em maio, Trump se declara inocente. Ele foi acusado de usar fundos de campanha para pagar a atriz Stormy Daniels, em um suposto acordo de silêncio sobre um caso extraconjugal durante a eleição de 2016.

Trump ainda responde a outros processos, incluindo acusações de tentar influenciar os resultados eleitorais na Geórgia e de incitar a invasão ao Capitólio em janeiro de 2021. Analistas avaliam que a possibilidade de prisão é baixa, considerando a natureza das acusações e a idade do ex-presidente.

Em outro processo, Trump teria pressionado o secretário de Estado da Geórgia, Brad Raffensperger, a “encontrar” votos que revertessem sua derrota em 2020.

Além disso, ele é acusado de crimes sexuais por 18 mulheres, incluindo três casos de estupro, segundo a rede ABC, acusações que ele nega. Após uma audiência judicial, Trump afirmou que o julgamento foi manipulado e criticou o juiz envolvido.

Retorno ao Poder

Trump conquistou uma vitória política nas eleições de 2024, vencendo a atual vice-presidente Kamala Harris.

O republicano alcançou os 270 delegados no Colégio Eleitoral após conquistar o Estado de Wisconsin, confirmando sua volta à presidência. Trump assumirá o cargo em 20 de janeiro de 2025, marcando seu retorno ao poder após quatro anos.

Em discurso na Flórida antes da vitória oficial, Trump abordou temas como imigração ilegal e unidade nacional. Analistas veem sua eleição como um símbolo do retorno da direita global ao cenário político.

Bolsonaro parabeniza Trump e pede que Brasil siga mesmo caminho

O ex-presidente Jair Bolsonaro enviou uma mensagem de parabéns ao candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, após este declarar vitória na eleição americana, ainda sem confirmação oficial. Em uma publicação no X nesta quarta-feira, Bolsonaro referiu-se a Trump como “amigo” e descreveu a vitória do republicano como “épica”.

“Hoje, testemunhamos o retorno de um verdadeiro guerreiro”, escreveu Bolsonaro, destacando que Trump conseguiu se reerguer mesmo após o “processo eleitoral brutal” de 2020 e o que chamou de “perseguição judicial injustificável”. Ele comparou o feito a uma resiliência rara na história.

Bolsonaro ainda afirmou que o “triunfo” de Trump representa “um marco histórico” que reacende ideais como liberdade, soberania e “democracia autêntica”. Segundo ele, essa vitória republicana terá impacto global e ajudará a fortalecer a direita e o conservadorismo em outros países. “Que a vitória de Trump inspire o Brasil a seguir o mesmo caminho”, concluiu.