O inquérito da Polícia Federal sobre fraudes em aposentadorias e pensões do INSS revelou um dado alarmante: todos os beneficiários entrevistados na cidade de Raposa, no Maranhão, desconheciam os descontos feitos em seus pagamentos por associações diversas.
A investigação ouviu 35 aposentados e pensionistas entre os dias 15 e 19 de abril de 2024. Nenhum deles reconheceu ou autorizou os descontos vinculados a entidades como CBPA, CONAFER, SINDNAPI, AAPB, AMBEC e outras. Segundo a Controladoria-Geral da União (CGU), que atua em conjunto com a PF, os entrevistados também relataram nunca terem sido procurados para aderir a qualquer associação ou serviço.
A operação conjunta deflagrada na última quarta-feira (23) expôs um esquema nacional de descontos associativos não autorizados, que teria desviado aproximadamente R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. A CGU constatou ainda que muitos beneficiários sofriam retenções duplicadas, com valores desviados por entidades diferentes.
O escândalo culminou com o pedido de demissão do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. O ministro da CGU destacou que as associações investigadas não apresentavam nenhuma estrutura real para prestar os supostos serviços ofertados, reforçando a suspeita de um esquema fraudulento em larga escala.