Assembleia do MA pede ao STF fim de paralisia que trava escolha de conselheiros do TCE

A Assembleia Legislativa do Maranhão protocolou, nesta quarta-feira (2), uma nova petição no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo o desbloqueio do processo que impede a nomeação de novos conselheiros para o Tribunal de Contas do Estado (TCE/MA).

Na manifestação, a Casa afirma que o motivo original da ação judicial já não existe, pois as leis estaduais foram corrigidas e até o partido autor da ação, o Solidariedade, reconheceu que não há mais qualquer irregularidade.

A Advocacia-Geral da União (AGU) e a Procuradoria-Geral da República (PGR) também se posicionaram no mesmo sentido, confirmando a legalidade do processo.

Apesar disso, o andamento continua travado no Supremo, segundo a Assembleia, por causa da entrada indevida de terceiros estranhos à causa. Um dos exemplos citados é o de uma advogada de Minas Gerais que tentou intervir no processo sem representar nenhuma entidade relacionada ao tema.

A Assembleia denunciou que a ação virou “palco político”, usado por adversários para tumultuar e impedir o funcionamento institucional do Estado.

A petição pede que o STF reconheça a perda de objeto da ação e autorize a retomada da escolha dos conselheiros do TCE, reforçando que a Constituição deve ser cumprida, e não instrumentalizada como ferramenta de disputa política.

Alexandre de Moraes absolve morador de rua acusado de envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), absolveu Jeferson França da Costa Figueiredo, 31 anos, de acusações relacionadas aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, que resultaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes. A decisão, publicada na última sexta-feira (3), acatou os argumentos da Defensoria Pública e da Procuradoria Geral da República (PGR), que apontaram ausência de provas quanto à intenção de Jeferson de participar de um golpe de Estado. Segundo os autos, Jeferson, morador de rua e andarilho, havia se dirigido ao acampamento em frente ao Quartel-General do Exército para pedir comida dois dias antes da invasão e foi preso em 9 de janeiro.

O caso de Jeferson é o quinto de absolvição entre os 1.552 processos decorrentes dos episódios antidemocráticos, que contabilizam 371 condenações, 527 acordos de não persecução penal e 155 prisões em regime provisório ou definitivo. O desfecho ocorre às vésperas de uma cerimônia no Palácio do Planalto em memória aos dois anos dos atos golpistas.

O evento, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, marcará a reincorporação de 21 obras de arte restauradas após os danos sofridos na invasão, incluindo o quadro As Mulatas, de Di Cavalcanti, e um relógio suíço do século XVII. Autoridades, movimentos sociais e especialistas participarão do chamado “Abraço da Democracia”, destacando o compromisso com a preservação do patrimônio cultural e os valores democráticos.

Josimar Maranhãozinho e Bolsonaro travam batalha pelo controle do PL no Maranhão

O Maranhão se tornou o cenário de uma disputa política acirrada dentro do PL, partido que liderou o ranking de prefeituras no estado.  O embate envolve o deputado Josimar Maranhãozinho, líder local do PL, e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Após as eleições municipais, que consolidaram a vitória do PL em 40 prefeituras no Maranhão, Bolsonaro intensificou as cobranças contra Josimar, acusando-o de envolvimento em esquemas de corrupção.

A pressão culminou na destituição de Detinha, esposa de Josimar, do comando do PL Mulher no estado, movimento que gerou reações negativas dentro do partido e alimentou a tensão entre as duas figuras. A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Josimar, relacionada a um possível esquema de desvio de emendas parlamentares, ampliou ainda mais o clima de confronto.  O deputado rejeitou as acusações e afirmou que sua liderança no Maranhão está segura, confiando na continuidade do apoio de Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL.

No entanto, a destituição de Detinha e o risco de desfiliação de prefeitos alinhados a Josimar evidenciam a crescente divisão interna do partido.  Diante disso, aliados começaram a cogitar o lançamento de Detinha para o Senado em 2026, como uma forma de consolidar a influência do casal na política maranhense.

PGR recorre de decisão de Toffoli sobre multa bilionária da J&F

A Procuradoria-Geral da República, sob a liderança de Paulo Gonet, finalmente tomou medidas em relação à decisão do ministro Dias Toffoli, do STF, que suspendeu o pagamento da multa de R$ 10,3 bilhões imposta à J&F, empresa dos irmãos Joesley e Wesley Batista, que havia confessado práticas corruptas.

O recurso apresentado ao STF na segunda (5) contesta inicialmente a distribuição do caso a Toffoli. A PGR argumenta que o caso da J&F não tem relação com o processo original, que envolve a anulação das condenações do presidente Lula.

Se destaca que o acordo de leniência da J&F não foi negociado pelos procuradores da Lava Jato, incluindo os de Curitiba, que tradicionalmente lidavam com casos relacionados à operação. Portanto, a PGR argumenta que o caso deveria ser redistribuído para outro ministro do STF.

A petição da J&F baseou-se na decisão que beneficiou Lula após a Operação Spooging, que se fundamentou em provas obtidas pela invasão dos telefones celulares do ex-juiz da Lava Jato e atual senador Sergio Moro, além de procuradores da Lava Jato.

O hacker Walter Delgatti Netto obteve as conversas que invalidaram as provas em 2019.

Outro ponto abordado no recurso é a solicitação para que a decisão de Toffoli seja suspensa enquanto outro relator assume e analisa a petição da J&F. Caso o primeiro pedido não seja acatado, a PGR busca a reconsideração da decisão do ministro.

O processo da J&F está sendo conduzido sob sigilo no STF, e o teor exato do recurso da PGR não foi divulgado publicamente.

Empresário alvo da PF após mensagens golpistas foi fiador de Augusto Aras na PGR

Meyer Joseph Nigri, um dos empresários que foram alvo da operação da Polícia Federal (PF) na terça-feira (23) contra suspeitos de defender um golpe de estado em caso de vitória de Lula, foi o fiador da ida de Augusto Aras para o cargo de procurador-geral da República (PGR).

Dono da construtora Tecnisa, Nigri é uma liderança importante da comunidade judaica e amigo de Augusto Aras, que assumiu a PGR pelas mãos de Jair Bolsonaro (PL) mesmo sem estar entre os indicados para o cargo por meio da lista tríplice da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) – tradição que era respeitada desde 2003.

O próprio Aras fez questão de ressaltar a proximidade com Nigri em seu discurso de posse na PGR.

“Ficaria difícil para mim nominar cada amigo. Então peço vênia para, em nome de Meyer Nigri, cumprimentar a todos presentes, especialmente aos amigos da Bahia aos quais não teria como nominar um a um e a todos os colegas e amigos aqui presente”, disse Aras à ocasião.

Barroso envia à PGR acusação criminal de familiares de vítimas da Covid contra Bolsonaro

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso encaminhou à Procuradoria-Geral da República uma acusação contra o presidente Jair Bolsonaro feita pela Associação de Vítimas e Familiares de Vítimas da Covid-19.

O grupo afirma que o presidente cometeu nove crimes na gestão da pandemia da Covid:

  • perigo para a vida ou saúde de outrem;
  • subtração, ocultação ou inutilização material de salvamento;
  • epidemia com resultado morte;
  • infração de medida sanitária preventiva;
  • charlatanismo;
  • incitação ao crime;
  • falsificação de documento particular;
  • emprego irregular de verbas públicas;
  • prevaricação (agir ou se omitir como funcionário público, contrariando a lei, para obter vantagem pessoal).

“Da petição inicial, dê-se vista à Procuradoria-Geral da República para manifestação”, escreveu Barroso.

A associação apresentou ao Supremo uma ação penal privada subsidiária da pública – tipo de processo previsto na Constituição quando não há ação do Ministério Público no prazo legal.

No pedido, o grupo justifica o pedido sustentando que houve “inércia” da Procuradoria-Geral da República. Eles também argumentam que apresentaram representações ao MP e pediram informações sobre o andamento do caso, que ficou sem resposta.

A associação cita ainda a apresentação do relatório final da CPI da Covid no Senado, sobre o qual tentaram obter informações na PGR, sem sucesso.

“A inércia (formal e material) do Procurador-Geral da República, em tal contexto, é induvidosa e deixa aberto o caminho para o oferecimento da presente queixa-crime subsidiária”, declaram.

O grupo também menciona no documento “as inúmeras condutas do Presidente da República reveladoras de sabotagens e subterfúgios de toda ordem para retardar, frustrar e sabotar o processo de enfrentamento da pandemia da Covid-19”.