A decisão da bancada do PDT na Câmara dos Deputados de romper com o Governo Lula e adotar uma postura de independência, em resposta à demissão do presidente nacional do partido, Carlos Lupi, do comando do INSS, abalou os alicerces da legenda e gerou repercussões diretas no Senado. Os senadores maranhenses Weverton Rocha e Ana Paula Lobato, ambos do PDT, foram diretamente impactados.
Weverton, líder da bancada no Senado e aliado próximo do Palácio do Planalto, tentou manter a unidade pró-governo entre os três senadores da sigla — ele, Ana Paula e Leila Barros (DF) —, desafiando a orientação da ala da Câmara. De olho na reeleição e dependente do apoio do PT, Weverton teme repetir o isolamento político de 2022, quando rompeu com Flávio Dino e selou uma aliança desastrosa com a direita, amargando o terceiro lugar na disputa pelo Governo do Maranhão.
Ana Paula Lobato, por outro lado, não enfrenta o mesmo peso político, já que não está em campanha e não tem o mesmo grau de exposição. Ainda assim, mantém-se alinhada ao governo federal, mas pode reavaliar sua permanência no partido caso a crise no PDT se agrave.
Em paralelo, a senadora Eliziane Gama (PSD) passou a enfrentar um constrangimento após declaração do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, que afirmou que o partido poderá lançar candidatura própria à presidência em 2026 e não integra formalmente a base do Governo Lula. Fiel aliada do presidente da República, Eliziane vê na fala de Kassab um potencial ponto de atrito, que pode colocá-la em rota de colisão com a cúpula partidária, justamente quando busca ampliar sua projeção nacional.